A escuridão da noite envolvia o campo de batalha como um manto de terror. O breu era quebrado apenas pelas luzes fracas das lanternas e pelo brilho fantasmagórico das tochas que os soldados carregavam. O medo da morte pairava no ar, quase palpável, como um espectro invisível que tocava cada coração.
O capitão se ergueu, projetando sua voz para cortar o silêncio:(-) "Olhe para cima e vislumbre a fumaça da esperança, provocada por nossos guerreiros no céu... No chão, olhe para frente e veja nossos inimigos caírem sobre nossos pés. Sem desistir, sem pensar, nossas famílias dependem disso, nossas esposas e filhos dependem disso. Por isso, se cair, levante. Se perder um braço, lute com o outro. Mas nunca pare no meio do caminho. A vitória virá em breve."
O discurso do capitão ecoava nas mentes dos soldados, tentando sobrepor o medo que se instalava. Mas, mesmo com palavras tão inspiradoras, não havia como escapar do horror da realidade que os cercava.
James e Mory trocaram olhares tensos. Aquele seria um teste de coragem e resistência como nenhum outro. A ansiedade fervia em suas veias, e o coração batia forte, quase como um tambor que ecoava o ritmo acelerado de sua respiração.
(-) "Pode acreditar, James, este é o tipo de situação que muda uma pessoa para sempre", disse Mory com uma expressão grave, seus olhos capturando as sombras dançantes das chamas das tochas.
(-) "É, Mory. Não importa o quanto você esteja preparado, o terror da guerra é algo que ninguém consegue prever", respondeu James, sua voz carregada de tensão.
Eles se calaram por um momento, deixando as palavras ecoarem no ar como um eco sombrio. A brisa gélida da noite cortava a pele, mas era apenas um dos muitos desconfortos que enfrentariam naquela noite.
Os sons da guerra se intensificaram à medida que a ordem de ataque foi dada. A floresta ressoava com tiros e explosões, e os gritos agonizantes dos soldados feridos se misturavam com os rugidos das armas. O cheiro acre de fumaça e pólvora se entranhava em suas roupas e pulmões, uma lembrança constante da carnificina que estava se desenrolando.
Cada som, cada cheiro, cada vislumbre dos horrores da batalha ficaria gravado na memória de James e Mory para sempre. A escuridão da noite era uma aliada cruel, ocultando os inimigos e tornando cada passo incerto. O terror da guerra era real, e o medo da morte se infiltrava em cada pensamento.
Os soldados, em sua maioria jovens, avançavam com uma mistura de determinação e desespero. Uns caiam, outros se erguiam para preencher o espaço deixado por seus companheiros caídos. O campo de batalha se tornou um caos de sons, cheiros e imagens distorcidas.
Em meio ao caos, James e Mory lutavam lado a lado, cada tiro, cada explosão, cada vislumbre da morte trazendo uma sensação avassaladora de impotência. A camaradagem entre eles era uma âncora, uma fonte de força quando tudo parecia perdido.
A escuridão se tornou um silêncio ensurdecedor quando a batalha cessou. Os gemidos dos feridos, o lamento dos que choravam pelos amigos perdidos, tudo isso estava entrelaçado com o cheiro acre da morte. A lua brilhava nos céus, indiferente ao horror que se desdobrava sob seu olhar impassível.
Olhando para o campo de batalha agora em silêncio, James e Mory trocaram um olhar carregado de emoções indescritíveis. Eles sabiam que, apesar de tudo, aquele era um momento em que o silêncio da morte proporcionava uma reflexão profunda sobre a vida, o propósito e os sacrifícios que fariam para alcançar um mundo melhor.
As lágrimas nos olhos de Mory e a expressão sombria no rosto de James eram um testemunho silencioso do preço que a guerra cobrava deles, de todos. O silêncio da noite estava impregnado com o eco da batalha, mas também com a promessa de continuar lutando, mesmo que a morte espreitasse em cada canto.
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O Conto de Mory(Incompleto)
Storie brevi1942 Segunda guerra mundial, o mundo mergulhado em um caos.A fumaça das bombas e planadores impediam que as pessoas vissem uma pontinha do céu azul. Porém, o céu sempre esteve azul, olhe para cima a escuridão não permite que você veja o céu azul mas...