O frio se fazia forte naquele cômodo; O ar gelado da manhã tinha passagem livre pela abertura da Janela. Havia se esquecido de a fechar no dia anterior.
Franziu os olhos ao sentir as orbes negras se chocarem com a luz dançante da cortina black-out entre-aberta. Estava sendo erguida frenéticamente pelo vento; A "provável" frente-fria dos noticiários havia chegado.
Sentou então preguiçoso, deslizando para a borda da cama. O choque que a parte inferior que os pés receberam ao pisar no chão de mármore se fez avassalador, sua sorte foi de ter um tapete cinza de pelúcia esparramado pelo chão, à poucos centímetros de onde estava. O moreno pisou nele, vestindo a pantufa, e seguiu indo fechar a Janela.
A manhã estava pálida. O silêncio se fazia presente ao redor, só o ressoar do vento estava se chocando contra as montanhas e copas das árvores; Seus pais deveriam ter saído para resolver algo do trabalho ou em relação à sua transferência... não importava; A única coisa que queria ter em mente naquele momento, era que estava sozinho. Ou pelo menos achava que estava.
Inspirou o ar gelado que pairava por toda a cidade, vendo a névoa que cobria o sopé das montanhas ao longe. Quando ia fechar o comprimento escuro da cortina, sentiu um aroma doce; Não diria enjoativo, mas doce, chegava a ser ácido no final das contas.
Era cheiro de cio.
Quando ia desistir de procurar frenético por através das árvores o tal 'alguém' responsável por aquele cheiro atraente; Ouviu um barulho repentino de mergulho. Não sabia que nas proximidades havia um lago, e quase não o enxergou dentre os frondosos e densos Pinheiros da floresta, ainda mais pelo mesmo estar camuflado pela neblina, que se decipava lentamente.
O lago parecia um vácuo; Resultado de suas profundas, intocadas e gélidas águas. Nele, reparou algo a se mover; Um garoto de pele alva e de cabelos caligem, cruzava as águas tão escuras quanto estes; Parecia desesperado pela quantidade de mergulhos que dava. Conseguia perceber o quão grande era o choque de temperatura; o calor da febre pelo cio, e o gelado das profundezas sombrias.
A imagem era surreal, parecia um anjo de luz flutuando por um céu noturno. Imagem pura aos olhos sedentos e pecaminosos do alfa.
Assim que terminara de cruzar o lago, o 'anjo' desnudo subiu diante as enormes pedras escuras que beiravam a margem. Avistou espalhadas pelo chão algo pequeno que julgou ser suas roupas; O corpo febril fazia com que o vapor de água cubrisse parcialmente sua silhueta, dando mais beleza à quela situação inusitada.
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As nádegas fartas davam volume ao corpo escultural e de aparência frágil. Pela sua quantidade de curvas, teve certeza de que era um ômega.
Seu período deveria ter começado a pouco tempo, reparado à distância que seus ferormônios ácidos e doces percorriam com o auxílio do vento. O viu colocar um Sweater de cor azul ciano, junto à um shorts, que pela distância não deu para ver muitos detalhes.
