You look like an angel
— Você está se divertindo? – A voz aveludada deslizou até rente sua audição.
— Claro que sim. – Respondeu Jisung, com um sorriso. – Você não?
Christopher sorriu.
— Eu sempre me divirto.
Walk like an angel
Han o observou com uma sobrancelha arqueada. Ele que agora o puxava pela mão, o guiando entre as dezenas de pessoas bêbadas. Era uma festa da fraternidade de Christopher, e eles não realmente se conheciam, mas o Bang, de longe, parecia mesmo um anjo. Sorridente, amigável; sempre rodeado de pessoas. Seu nome, inclusive, estava bem no topo da lista de melhores alunos da universidade, ao lado do seu curso. Medicina. Ouvira dizer que ele queria ser um grande psiquiatra, algo bem longe da realidade do próprio Jisung, que estudava jornalismo.
— Me disseram que você é novo. É a sua primeira festa com a gente? – Ah, sim. Outra verdade sobre si. A música ainda estava alta, mas ele ouviu Christopher com clareza.
— É sim. Vim da Malásia, me mudei faz pouco tempo-
— Sim, eu com certeza me lembraria se tivesse te visto no campus nos semestres anteriores. – Uma risadinha. – Eu vim da Austrália, a propósito. É bom saber que temos outros estrangeiros por aqui...
Talk like an angel
O som começava aos poucos a se distanciar dos dois. Jisung não fazia ideia de para onde estava sendo levado, ou porquê, uma vez que Christopher havia o puxado sem lhe dar explicações.
— Então, tem uma coisa sobre nós, Psi Beta, que você tem que saber. – Ele murmurou, parando no início de um grande corredor e se encostando na parede. Vez ou outra alguém ainda passava entre eles, derrubando bebida no chão ou apenas rindo sem rumo. Jisung prestou atenção no símbolo bordado em dourado no moletom do homem à sua frente. ΔΨΒ. Delta Psi Beta, a fraternidade. – É um dom.
— E o que é? – O Han se sentia meio sem fôlego.
Eles se encararam em silêncio durante alguns momentos, constrangedores na visão do mais baixo, mas Christopher achava engraçado. Passou a se aproximar, mesmo que Jisung insistisse em se afastar simultaneamente, até suas costas estarem contra a parede oposta e ele estar sem saída. E seus lábios estavam novamente próximos à orelha do novato, que se encolheu com o tom baixo e soprado numa região tão sensível.
But I got wise
— Nós sempre sabemos quando somos desejados, Han Jisung.
You're the
D E V I LJisung sequer teve tempo de responder antes da boca ser empurrada contra a sua, sem nenhuma delicadeza. Não que estivesse reclamando, e o álcool previamente em seu sistema não o ajudava a raciocinar, também.
As mãos se ocuparam em sua cintura rapidamente, o apertando contra si e pressionando na parede, enquanto Han dava o seu melhor para acompanhá-lo, embrenhando os dedos em meio aos fios castanhos, o puxando para mais perto pela gola do moletom, como se fosse possível se aproximar ainda mais. Jisung se sentia aéreo, quase um sonho, daqueles em que acordaria na melhor parte, do mesmo jeito que ficava sempre que pensava em Christopher Bang. Molhado e com um problema entre as pernas.
O louro ofegou surpreso e abafado com o toque subindo por dentro da sua camiseta. Não resistiu puxar os cabelos que segurava, e recebeu as unhas curtas afundando na pele imaculada em resposta.
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devil;
أدب الهواةChristopher, de longe, parecia mesmo um anjo. Sorridente, amigável; sempre rodeado de pessoas. Seu nome, inclusive, estava bem no topo da lista de melhores alunos da universidade, ao lado do seu curso. Medicina. Ouvira dizer que ele queria ser um gr...