Finalmente. É hoje. Uma daquelas sextas feiras tão esperadas por Handong.
Ela estava um tanto eufórica, Amby acompanhava tudo com os olhos e já estava ficando cansado de ver sua dona nadar de um lado para o outro. Era compreensível, escutará a voz dela de perto. Handong sabia que era um tanto arriscado, Minji já a avisara tantas vezes, mas ela não se importava. Correr riscos às vezes vale a pena, principalmente pra escutar aquela voz.
Ser uma princesa do reino dos mares tinha lá suas vantagens. A quantidade de jóias, antiguidades, preciosidades, e diversas outras coisas que Handong possuía em seu quarto era imensa. Tudo roubado dos humanos, bem, roubado não. Eles perdem no mar, ela apenas coleciona, não é como se eles fossem voltar pra procurar de qualquer forma. Rainha Alana apoiava suas coletas, dizia que um dia ela poderia acabar por encontrar algo muito valioso.
Mas a coisa mais valiosa que Handong encontrara, foi seu pequeno axolote de estimação, o qual deu o nome de Amby. Axolotes não vivem em água salgada, pelo menos não os normais, o que fazia Handong acreditar que Amby era especial, e o que a fez adotá-lo.
A mãe de Handong, Alana, dificilmente está no castelo, já que ela possui muitas atividades ao redor dos mares, por ser a rainha daquela região. Todos os animais e seres marinhos a respeitavam e obedeciam, mas ela não era do tipo ditadora, pelo contrário, ela era um doce, vinda da família de sereias mais doce que o mar já conheceu.
Handong passaria a maior parte do tempo sozinha com Amby, se não fosse por sua amiga Minji, que tem um temperamento um tanto difícil, mas considerando a situação dela, é entendível.
– Ding Dong Dongie, acorda que o sol já raiou em cima do mar e você vai ser gay mais uma vez. – Minji entrou pela janela do quarto da princesa, sem pedir permissão, como sempre, se jogou na cama e olhou a amiga com aquele ar de riso, petulante. Amby virou levemente a cabeça, como se estivesse confuso, recebeu um breve carinho de Minji e saiu do quarto nadando depressa. Provavelmente saiu pra passear.
– Bom dia pra você também?
– Uhum, bom dia. – Ela deu de ombros. – Cadê!? Vim pra cá na vontade. – Handong já sabia do que ela estava falando, revirou os olhos e foi até a cozinha, voltando com um prato cheio daquilo que a mais velha desejava.
– Eba!!! Comida de sereia é tão melhor do que comida de feiticeira sabia? – Ela enfiou uma mão cheia na boca. – É tão docinho – disse, de boca cheia.
– Ok, vamos direto ao assunto, que roupa eu uso hoje? – Handong perguntou, já ficando sem paciência.
– Handong... quando você vai aprender a se vestir sozinha igual gente? – Minji perguntou, se virando de cabeça pra baixo e engolindo um mirtilo, se engasgando logo em seguida.
– Quando eu for gente. – Deu de ombros. – E toma cuidado com isso, não quero ter que te salvar da morte outra vez por causa da sua gula.
– Você é uma estraga prazeres. – Minji cruzou os braços e se levantou, parando perto do grande closet da princesa. – Vamos princesinha, hoje você vai mostrar suas pernas.
Por mais que Handong estivesse acostumada, a sensação de ter pernas no lugar da cauda sempre era esquisita. Ela gostava de admirar as pernas, eram bonitas, ainda que durassem pouco. Poderes sereianos eram limitados, as pernas só duravam 12 horas, ou até que uma grande quantidade de água entrasse em contato com elas. Os poderes de Minji também eram limitados, por ser filha da feiticeira dos mares, Hwasa, tinha poucos poderes comparada a sua mãe, só poderia usufruir deles por completo uma vez que tomasse o trono.
Porém Minji era muito inteligente, apesar de não parecer, tinha aprendido sozinha a fazer diversas porções, já que sua mãe nunca a ensinou nada, nunca nem ligou pra ela. Pensar em Hwasa causava uma sensação ruim em Handong. Ela era um ser desagradável, não apoiava a amizade da princesa com Minji, era arrogante o máximo que podia. Minji tinha muita coragem de fugir de casa pra se encontrar com Handong e usar seus poderes pra fazê-las usufruir da superfície terrestre.
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Thalassophobia (fear of the sea) - Yoodong
Fanfiction"Talassofobia (grego: θάλασσα, thalassa, "oceano" e φόβος, phobos, "medo") é um intenso e persistente medo do mar. Pode incluir medo de estar em profundos corpos d'água, medo do vasto vazio do oceano, das ondas do mar, animais marinhos e medo de est...