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Eu me sinto acalmada com a resposta do mesmo, logo saímos da sala e vamos em direção a parte da frente da escola, eu me sento debaixo da árvore como sempre, o silêncio toma conta do local, poucos alunos ficam na parte da frente na hora do recreio, a maioria sempre vai para o pátio ou para as arquibancadas.

− Então... − Digo tentando quebrar aquele silêncio mas nem sabia o que falar.

Era difícil puxar assunto, eu não era tão boa em fazer amizades e parecia que o garoto também não era.

− Desculpe, é que esse silêncio me dá agonia.

− Isso me incomoda também, mas nem sei puxar assunto. − Ele ri fraco, sua voz era doce e pacífica, a pesar de ele não falar muito.

Eu por alguns instantes começo a pensar se realmente devia fazer aquilo, eu mal o conhecia, e se eu estivesse forçando de mais a amizade?

Eu reflito sobre o que poderia trazer uma sensação única naqueles últimos dias, depois de tanto refletir, por que não nos aventurar fazendo coisas que a maioria das pessoas tem medo ou preferem não fazer?

− Ja que não temos muito assunto, que tal nos divertirmos mais tarde? − Digo o fitando.

− Como? − Ele diz meio confuso e logo se sentando ao meu lado.

− Podemos ir a um parque, tipo aquele do terror. − Ele parece ficar meio assustado com a ideia, claro, era um parque bem sombrio.

− A não mesmo, aquele negócio da medo, principalmente o brinquedo em que o cara corre atrás da gente com uma moto cerra. − Ele diz recusando a ideia.

− Vai ser divertido, é uma experiência que poucos vivem por medo, não se pode perder uma se quer oportunidade.

Ele reflete um pouco sobre, logo volta a olhar para mim e eu continuo a espera de sua resposta.

− Certo, tem razão.

Eu sorrio em demonstração de felicidade com a resposta dele, logo o sinal bate eu me levanto dando leves tapas em minha saia para limpa-la, ele logo se levanta também e vamos para a sala.

Durante a aula só conseguia pensar em como seria naquele parque, eu morria de medo desses tipos de coisa, eu tentava pensar positivo, mas sempre chegava ao mesmo pensamento.

Isso vale mesmo a pena?

E se não desse certo? Eu mal o conheço, eu tentava me distrair desse pensamento, eu me sentia culpada, eu queria acreditar que de alguma forma fazer aquilo tiraria minha culpa.

Depois de tempos e tempos pensando, ouço novamente o sinal, para finalmente irmos embora, eu sou uma boa aluna, mas confesso que essa era a melhor parte do dia.

Saio da sala e me encontro com Jungkook no estacionamento, antes de chegar la eu mando uma mensagem aos meus pais dizendo que talvez voltaria tarde, eu e Jungkook entramos no carro, durante o caminho nós ouvimos músicas e até conversamos sobre nossos gostos em comum, depois de mais ou menos quinze minutos nós chegamos.

A moça que cuidava do local carimbou nossas mãos e nós pagamos, logo entramos no parque, Jungkook parecia arrependido de ter aceitado por ser um lugar sombrio e macabro, algumas pessoas fantasiadas davam sustos em nós e eu me assustava bastante enquanto Jungkook apenas ria da situação e as vezes se assustava também.

− Então em que brinquedo nós vamos senhorita Sn? − Ele diz observando o local.

− Que tal aquele? − Digo apontando para o brinquedo que Jungkook havia citado mais cedo.

− A não, eu vou ficar traumatizado depois disso Sn. − Ele diz se afastando um pouco, logo um homem que estava na porta do brinquedo fantasiado de Jason acena para nós. − Socorro aquele cara vai nos matar.

− Deixa de ser bobo e vem logo. − Jungkook luta um pouco enquanto o puxo para o brinquedo mas ele cede ja que percebe que não tinha como escapar.

Nós entramos e quando a porta se fechou fez um barulho alto que fez com que eu me assustasse, logo tudo ficou escuro por alguns segundos, eu não conseguia enxergar nada.

− Jungkook? Jungkook? − Eu digo tentando encontrar ele levantando minhas mãos, até que encosto em algo. − Jungkook é você?

− Oi? − Ele diz e sua voz parecia um pouco distante.

− Solta a minha mão, ta com medo? − Eu digo pois sentia algo encostando em minha mão.

− Eu não to segurando a sua mão. − Ele diz e sua voz parecia estar cada vez mais longe.

− C-como assim? − Segundos depois uma luz vermelha é ligada eu olho para a minha mão e uma mulher de olhos pretos com roupa suja de "sangue" segurava a minha mão.

Na mesma hora eu dou um grito e vejo Jungkook longe, aquilo era um labirinto e eu não gostaria de me perder sozinha naquele lugar horrível, era como se eu estivesse em um filme de terror, o frio na barriga e a agonia, eu corro até Jungkook e pego forte em seu braço, a mulher corre atrás de nós e nós começamos a entrar no labirinto.

Depois de minutos correndo para lá e para cá, parece que conseguimos despistar a mulher, eu estava ofegante de tanto correr, eu me encosto na parede a fim de descansar, Jungkook estava em minha frente de longe eu consegui avistar um cara com uma máscara e segurando uma cerra.

− J-Jungkook. − Digo me preparando para correr.

− Nossa estou morto, não sei como aceitei- − Logo ele é interrompido por um barulho de cerra elétrica, ele se vira me puxa e sai correndo, eu estava morta e minhas pernas estavam doendo.

O homem chegava cada vez mais perto ameaçando nos matar com a cerra elétrica, nós corremos, corremos e corremos, até que conseguimos achar a saída, saímos daquele lugar correndo sem parar, nós estávamos quase para desmaiar com falta de ar.

− Eu não to viva, a minha alma foi deixada para trás e eu não vou buscar. − Eu digo pausadamente por estar ofegante de correr tanto.

− A muito menos eu.

Nós trocamos olhares por segundos e logo em seguida começamos a rir, a pesar de ter sido uma experiência totalmente cheia de terror tinha sido divertida.

Let me save you.Onde histórias criam vida. Descubra agora