Segunda fase.

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15 anos atrás.

O casal se preparava para mais uma longa viagem, o caminho até Konoha levaria aproximadamente três dias. O clima ensolarado de verão era agradável em Kumogakure, onde haviam ido em busca de mercadorias para vender na vila de onde procediam.  Se despediram da velha senhora Sora, que lhes havia alugado uma cabana simples a um preço justo e acessível. Mebuki se sentia um pouco enjoada, aparentemente a comida não havia lhe sentado bem, mas preferiu não mencionar ao marido, pois ele com certeza iria retrasar a viagem por sua culpa. Kizashi preparava a muamba, se fosse rápido chegariam a próxima aldeia antes do anoitecer e assim poderiam descansar em alguma pousada.

ㅡ Vamos querida, estamos atrasados.ㅡ ele disse jogando nas costas o grande cesto.ㅡ Graças a Kami o ar quente não chega até as montanhas.ㅡ comentou ajeitando melhor as tralhas.

Quando virou, encontrou Mebuki com o rosto pálido e o olhar apavorado, então, ela soltou a mochila e correu até o banheiro, colocando toda a sopa de tomates para fora. O gosto amargo na boca lhe causava ainda mais enjoo. Kizashi correu até ela e a ajudou segurando os fios loiros como podia, preocupado com o que via ele tomou a decisão de ficarem mais um dia até que ela estivesse melhor, mas Mebuki era teimosa e muito cabeça dura.

ㅡ Vamos voltar hoje.

Decretou irredutível. O marido apenas balançou a cabeça em concordância, ela não mudaria de ideia por nada.  Ao anoitecer, avistaram as luzes do pequeno vilarejo escondido atrás das montanhas na fronteira de Kumogakure. Mebuki sentia fortes dores nas costas e também no ventre liso, mas escondeu do marido, não queria ouvir sermões. Pararam em uma pousada humilde, uma jovem garota era a atendente, ela tinha os grandes olhos azuis curiosos e era muito amável e simpática, levou o casal a um dos quartos vazios e avisou que em breve serviriam o jantar.

ㅡ Vou tomar um banho.

Mebuki avisou já entrando no cômodo. Se sentia inquieta e também com certo pesar, algo como um pressentimento ruim, piscou os olhos espantado as energias negativas. Ao se desvestir fitou o corpo no espelho, procurando algo diferente em si, mas não conseguiu identificar nada. Entrou em baixo do chuveiro sentindo a água morna relaxar os músculos tensos, mas isso não durou muito tempo, novamente sentiu a forte pontada no baixo ventre e algo quente descer entre as pernas, quando abriu os olhos viu a água se tingir em vermelho no azulejo azul celeste.

ㅡ Kizashi!

[…]

Gaara estava furioso. Apenas conseguiram conter o ninja da Areia, de todos os presentes ele foi o mais afetado. Como ele poderia escolher entre os irmãos?. Sasuke observava atentamente a reação do supervisor, ele claramente estava se divertindo com toda a história. Desviou os olhos de Ibiki para Sakura, ela sequer havia se mexido do lugar ou tentou argumentar como a maioria estava fazendo, dizendo o quão absurda era aquela prova.

Quando o ruivo finalmente foi controlado, o silêncio reinou na pequena sala, cada participante estava perdido nos próprios pensamentos. Quem eles iriam sacrificar?. Sasuke não conseguia pensar em nada, qualquer decisão que tomasse seria fatal, terminando com a carreira de um dos Uzumaki antes mesmo de começar. Havia uma folha em branco frente a ele, e uma caneta que usaria para sentenciar a vida de um dos companheiros, era como se ele quisesse desestabilizar os participantes. Não, era mais que isso. Ele queria dividir o grupo, testar o caráter deles. Levantou a cabeça ao ver Sakura dobrar a folha e entregar ao supervisor, ela foi a primeira a tomar uma decisão sobre quem seria sacrificado.

Sacrifício. A palavra ecoou em sua cabeça, por quê eles matariam um gennin só para uma prova idiota? Não fazia o menor sentido.

ㅡ O quê é isso?ㅡ Ouviu Ibiki questionar. Ele segurava a folha entre os dedos e tinha o semblante sério.ㅡ Por quê escolheu essa pessoa?

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