#3.2 🚔

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Aperto com força a mulher em meus braços, ficando pela primeira vez, extremamente preocupado com alguém além do meu filho e meu amigo

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Aperto com força a mulher em meus braços, ficando pela primeira vez, extremamente preocupado com alguém além do meu filho e meu amigo. 

Os caras e eu, fazemos o de praxe, prestamos socorro a vítima e a levamos para uma unidade de saúde. 

Não ligo para os gritos dos meus companheiros, assim que chegamos em frente ao pronto socorro, entro com a mulher em meus braços e exijo que ela seja atendida.

— Senhor... — a enfermeira tenta dar uma desculpa, já que esse hospital está parecendo mais com um inferno. 

Muitos pacientes, quase nenhum médico, a triste realidade de muitas pessoas pobres no Brasil.

— Capitão, vamos. — um dos meus companheiros de equipe me chama.

— Podem ir, depois irei para o batalhão. — o corto sem paciência, já que tal qualidade nunca foi o meu forte.

Eles me deixam sozinho, as recepcionistas a colocam numa cadeira, porque nem a porra de uma maca tem para esse povo todo aqui.

— Senhor, não temos mais médicos, ela terá que esperar, e...

— PORRA COMO ISSO É POSSÍVEL, NÃO ESTÃO VENDO QUE ELA ESTÁ BALEADA?! — Berro perdendo a paciência de vez. 

As mulheres ficam chocadas, sem saber o que me responder, respiro fundo tentando recuperar meu autocontrole, afinal essas pobres coitadas não tem culpa de nada. A culpa é dos nossos governantes de merda, que nunca fazem nada pelo o povo.

Não sou ingênuo, sei dos meus privilégios, sou extremamente rico, a herança dos meus pais e meu antigo faro para os negócios em saber aplicar bem o dinheiro, fez a minha fortuna  quadruplicar. Então não, nunca precisei ir ao um hospital público, jamais precisei esperar, tenho a porra de um médico particular, um da família que geralmente vai me atender em casa.

Ouvir esses choros de bebês,  tosses e gritarias das pessoas, é como a merda de um choque de realidade que chega a ser infernal e duro.

O pior, não posso reclamar as regras de praxe e levá-la por minha própria conta.

— Quer saber que se foda, é o meu último dia mesmo, não vou deixar essa mulher morrer aqui! 

A pego em meus braços, ignorando a chamada da recepcionista, saio com ela rápido para o lado de fora, ligo para o meu motorista, que pago para levar meu filho à escola. 

— Obrigado por vir a essa hora, Inácio, prometo te recompensar depois. — agradeço ao pobre homem por vir a essa hora, mesmo ele não tendo obrigação a tal coisa, mas mesmo assim veio me ajudar.

Ele me ajuda a entrar no passageiro com a moça, não diz nada mas parece assustado e não é para pouco, ela está toda ferida e suja de sangue.

— Vai rápido Inácio, não podemos perder tempo. — seguro a mulher com delicadeza, mesmo que eu não conheça o significado desta merda palavra. 

A Babá do Filho do CarrascoOnde histórias criam vida. Descubra agora