Segredos de Atarashi Kohaku

Capítulo 1

A primeira ronda na casa foi apenas pra verificar o local, que era bem protegido por sinal, cheio de guardas em todas as partes da casa, tanto dentro quanto fora.
Sasuke saiu do quarto e já se deparou com a presença de guardas nos corredores que faziam vigilância perto das janelas em horários alternados. Aquela cidade não tinha muitos ninjas e a segurança ali parecia carecer de habilidades mais elevadas. Havia 2 ninjas apenas, os chefes da segurança que comandavam o local e eram convocados em casos mais sérios. A presença deles podia ser sentida mas apenas levemente, não estavam presentes naquela noite.
Deu tempo de andar por quase todo primeiro andar e avaliar minuciosamente os detalhes então decidiu ir pro lado de fora da casa e deixar a ronda do segundo andar pro dia seguinte.
Escondido dentro de uma folhagem de uma árvore, dava pra ver toda a parte de trás da casa de cima, ouvia-se apenas o som dos insetos. A casa era rodeada por um alto muro e havia seguranças na frente dos portões, eram homens grandes porém discretos.
"Meow"
Olhou pro lado em um susto e se deparou com um par de olhos verdes o encarando. Um gato preto, com patas brancas e olhos grandes estava ao seu lado, escondido nas folhas da árvore. Não usava coleira então presumiu-se não ser parte da família.
"Meeow" o gato miou com sua voz alta, atraindo a atenção dos guardas pro som.
Sasuke afastou o gato com a mão, espantando-o e fazendo descer da árvore.
Pelo menos naquele noite, não houve nenhuma atividade suspeita.
Suki Haruno era uma mulher estonteante, simpática e conversadeira. Já estavam quase uma hora ouvindo suas histórias e por mais que Sasuke quisesse se retirar da mesa do café da manhã não pôde negar que fora agradável. Talvez ela fosse útil, parecia saber de tudo que acontecia naquela casa. 
Estavam na mesa mesmo quando todos da família Haruno, Shikamaru e Yang já tinham se retirado, nesse momento Sakura desceu as escadas.
Ela usava um vestido cor de rosa, seus longos cabelos estavam soltos, usava uma tiara vermelha na cabeça e estava com suas luvas brancas.
Assim que os avistou deu uma leve hesitada, mas continuou caminhando até se sentar na mesa.

"Bom dia" cumprimentou com a feição séria.
Suki acenou a cabeça cordialmente, mas na hora se levantou  e se despediu, retirando-se.

Sakura se servia silenciosamente e mais uma vez não compartilhava a mesa com sua família nas refeições.

"Me perdoe a intromissão" Sasuke puxou assunto "mas quantos anos você tem?"
Ela o olhou e virou a cabeça levemente pro lado.

"Tenho vinte anos. Sei que está pensando que eu provavelmente já deveria estar casada" 

Sasuke riu, na concepção dele Sakura era uma importante peça pra entender o funcionamento da família.

"Juro que essa ideia não me passou pela cabeça. Mas agora que mencionou... Você não gostaria de estar casada? Imagino que tenha muitos pretendentes"

"Nenhum bom o bastante" ela disse e bebericou um gole do seu chá, "ou talvez eu não seja boa o bastante pra ninguém... Pelo menos não nessa cidade" suspirou tristemente. 
Suki acha que eu deveria me casar. Já me arrumou vários pretendentes mas recusei todos" disse Sakura.

"Então é por isso que não se falam? Sua mãe passou a te ignorar porque não quer se casar?" Sasuke respondeu, um pouco invasivo em sua fala.

Sakura abriu um sorriso travesso e esse ato confundiu o Uchiha.

"Acredito que esse é dos vários motivos pelo qual ela me ignora. Aliás, senhor Uchiha, Suki não é minha mãe"
"Entendo. Deixe-me advinhar" Sasuke se aproximou mais da mesa, apoiou seu cotovelo, e sorriu ladino com seu rosto em sua mão "Essa é mais uma daquelas histórias da moça boazinha com uma madrasta malvada?"

Sakura soltou uma risada discreta porém divertida.

"Bom, mais ou menos" soltou mais algumas risadas "Suki não é exatamente uma madrasta malvada, entende? E e eu não sou exatamente..."

"Uma moça boazinha?" Ele disse.
Agora ambos estavam com os rostos apoiados no nas mãos, cujo cotovelo se apoiava na mesa,com sorrisos divertidos.
Sakura era uma moça interessante, e agora dava respostas pra suas perguntas. Quais segredos ela escondia?

"Sim...talvez eu não seja a moça boazinha" arqueou uma sombrancelha e deu um olhar quase desafiador.
Sasuke sorriu. Não descartava nenhum suspeito naquela imensa casa, mas ao olhar aquela moça casta e brincalhona era quase impossível achar que ela possuía alguma maldade em seu ser.
A conversa de ambos foi interrompida por uma criada, que a pedido da dona da casa, anunciou que ia desfazer a mesa do café da manhã.

"Almoçará conosco?" Sasuke se adiantou antes que a moça se fosse.
Ela apenas sorriu e disse que talvez na próxima!

"Caso precise de mim, Senhor Uchiha, estarei na sala de música"

"Oh, você toca?"

"Na verdade não. Ninguém nessa casa toca nada, por isso é um ótimo lugar pra ficar" disse sorrindo e se retirou.
Sakura era uma figura interessante, Sasuke pensou pela milésima vez.

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Sasuke achava que sua permanência ali seria rápida mas nada aconteceu nas semanas inteiras que esteve ali. Após isso, ele imaginou duas possibilidades.
A primeira era que, talvez o senhor Haruno fosse apenas paranóico e não havia assassino nenhum. A segunda era que o suposto assassino fosse alguém tão inteligente que descobriu que Sasuke era um ninja-detetive e iria esperar até o momento certo pra atacar. A questão era o tempo. Sasuke temia que se passasse tempo demais naquele caso, até por que tinha outros que precisaria resolver. Confiava em suas habilidades mas não era paciente. Sua única meta era não se distrair, ele também iria esperar até o momento certo, e quando esse momento chegasse as coisas se explicariam.
Nas noites que se passaram ele já conhecia toda arquitetura da casa, mas precisava ir mais fundo pra saber onde estariam supostas passagens secretas ou caminhos até então desconhecidos. Também conversou com o senhor Haruno várias vezes pra ter conhecimento de cada pessoa da família e os empregados.
Mas no meio de suas investigações, acabou se desviando do caminho pra poder conhecer mais de perto uma pessoa em específico.
A porta azul do segundo andar no final do corredor: a sala de música, na qual foi aberta assim que Sakura ouviu as batidas, pois alguém queria entrar.

"Senhor Uchiha" cumprimentou ela simpática "por favor entre"

Sasuke usou uma desculpa que gostaria de conhecer mais a casa em seu tempo ocioso mas que lhe faltava um guia.

"Você por acaso não está fugindo do seu trabalho, não é?" Ela perguntou divertida "Não creio que irá deixar Senhor Yang sozinho na administração!" Disse

"Acreditas que ele disse o mesmo? Como podem me acusar dessa maneira? As vezes um homem também precisa de descanso" ironizou, fazendo a moça rir.

"Posso ser sua guia nesta sala mas na casa não te faço promessas" disse sorridente.

A sala de música possuía apenas um piano de cauda, uma mesa com cadeiras, um sofá no canto e uma imensa estante de livros. Sobre a mesa estavam um bule com chá e duas xícaras.

"Duas xícaras? Está esperando alguém?" Sasuke disse vendo a moça desviar o olhar e corar.

"Tenho te esperado todos os dias na verdade" disse ela inocente, com os braços atrás do corpo
Sasuke sorriu.

"Bom, aqui estou!"

Ele sabe que não devia, mas passou a tarde papeando com ela e quanto mais falavam mais ele se interessava. No início ele rondava a conversa pra saber mais sobre seu passado e de sua família mas depois as perguntas eram dúvidas pessoais dele, em que cada resposta era satisfatória. Ela era uma moça que além de bela era inteligente, sagaz e divertida.
Não viram a hora passar e só saíram de seu transe quando ouviram a porta ser aberta sem avisos.

"Ah, perdão, madame, não sabia que estava aqui" disse uma empregada baixinha e gordinha, com cabelos ruivos presos em um coque "Senhor Uchiha, a Senhora Haruno convoca sua presença para o jantar! Com licença" disse se retirando.

"Melhor você ir" Sakura se adiantou.

"Você me acompanha?" Ele perguntou mas recebeu um aceno negativo de cabeça

"Nos vemos amanhã, Sasuke"

E então ele se retirou da sala, rumo ao jantar, com passos lentos e cabeça nas nuvens.
Ele não podia se distrair nessa missão, mas Sakura Haruno preenchia toda sua mente.