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Quando saímos do carro na garagem de minha casa, dois pares de olhos azuis nos encaram. Roy passa a frente, cumprimentando-as e logo larga as malas de Andrea onde eu acredito ser no hall. Logo atrás delas, aparece Cara. Olhos escuros tanto quanto os de Andrea. No olhar de minhas meninas, vejo a dúvida de como reagir. Caroline é a primeira, caminhando até Andrea e suavemente envolvendo seus braços no ventre recém parido. Já Cassidy me abraça, tenta olhar o bebê em meus braços mas logo sua atenção volta para Andrea, abraçando-a como Caroline fez.

—Andy ficará aqui?

Aceno em concordância, sorrisos brotando em ambos os rostos.

Posiciono minha mão nas costas de Andrea, guiando-a pela casa. Cumprimento Cara, as meninas logo atrás de nós.

—Miranda, Jantar em uma hora.

Entrego a bebê aos braços de Andrea, que a segura e me encara em um olhar que leio totalmente como a mistura de gratidão e um respeito mútuo.

Deixo todos no hall por um momento e sigo com Roy até a garagem. Ele parece aflito.

—Primeiramente, obrigada. —digo em um sussurro. —Mesmo ainda estando brava, você foi leal à Andrea e a ajudou, tanto você quanto sua família.

Roy concorda em um agradecimento.

—No depósito há os itens infantis das meninas, gostaria que trouxesse o berço, a banheira, e talvez as roupas do guarda roupa.

Ele assente e logo está no carro, saindo para a Garagem. Quando retorno ao hall, as meninas não estão, muito menos Andrea. Ouço o murmúrio, seguindo para o Andar de cima.

Encontro então Andrea sentada ao sofá, a pequena menina recostada em suas coxas enquanto cada uma de minhas filhas, uma em cada lado seu, encaram o bebê com expectativas.

—Meninas... —Digo e os olhos se voltam em minha direção. —Andrea precisa descansar.

Seus olhares caem, mas depositando um beijo em cada uma das bochechas de Andrea, elas saem da sala e nos deixam a sós novamente.

Ajudo-a a levantar do sofá, seus braços seguram firme a filha.

—Roy foi buscar algumas coisas das meninas, ele deve retornar em breve, para... Para ela.

Pelo amor de Deus, essa menina precisa de um nome.

Seguimos para o quarto, Andrea parada ao centro dele.

—Ali é o banheiro. Tem tudo o que você precisa. —Aponto. —Aqui há cobertas extras caso você precise, e eu pensei em colocar o berço ali, pelo abajur, acho que ficaria bom. Certo?

Andrea nada diz, seus passos seguem até a cama. Ela ajeita com uma das mãos os travesseiros e desajeitadamente larga a criança ali.

Seu corpo para frente ao meu, meu coração bate intenso outra vez e sinto além de um enjôo repentino, como se minhas perna fossem perder a sustentação em qualquer instante.

Tirando-me de minha zona de conforto, suas mãos agarram as minhas e nós duas encaramos o ato.

—Muito, muito obrigada, por tudo. —Ela diz. —Eu sei que já agradeci, mas talvez nunca seja o bastante. Prometo...

—Sem promessas. —Lhe corto. —Será um dia de cada vez e nós pensaremos em algo. Você quer tomar um banho? As meninas irão adorar vigiar ela enquanto isso.

Andrea concorda e então eu me retiro do quarto, chamando as meninas e logo em seguida. Os sorrisos mais iluminados que já vi aparecem ali, e elas seguem contentes para o Andar de cima. Aproveito para também tomar um banho rápido e me envolvo ao trabalho parado logo depois, respondendo e-mails e em seguida desço para o jantar. Quando chego a mesa, as meninas já estão sentadas e Andrea também. Meus olhos caem em Cara, de pé com a neném em seus braços.

Não era uma opção (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora