Capítulo 4

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Acordei cedo, sem muita dificuldade dessa vez, pois eu estava um tanto quanto ansiosa para conhecer a escola.

Olhei para o lado, vendo Nick dormindo na outra cama de solteiro. Me espreguicei para levantar.

Tentei acordar a Nick, que dormia feito uma pedra:

— Nick, levanta temos que nos arrumar para irmos pra escola! — Cutuquei ela um pouco.

— Hm, só mais alguns minutinhos. — Se virou pro outro lado, se cobrindo totalmente.

— Aigoo... — Bufo e cruzo os braços. — Tá bom, mas só enquanto que tomo meu banho, depois você levanta, beleza? — Nem esperei uma resposta, apenas ouvi sua respiração calma.

Saí do quarto e fui para o banheiro. Me olhei no espelho e vi meu cabelo todo bagunçado. Antes de entrar no chuveiro, escovei os dentes. Entrei no box, para tomar meu banho. Um quente e relaxante. voltei para o quarto enrolada numa toalha e com outra menor em meu cabelo. Enquanto me vestia, ouvi murmúrios vindos de Nick. Provavelmente estava ela sonhando.

Me aproximei de sua cama novamente para lhe acordar, só que dessa vez dei um empurrão um pouco bruto que fez a mesma cair no chão. "Talvez" ela tenha ficado furiosa e tentado correr atrás de mim. Só talvez.

— Eu vou te matar. — Gritou, enquanto levantava do chão e tentava compreender o que estava acontecendo.

Eu ri e resolvi provocá-la ainda mais — Não há tempo pra isso agora, graças a você estamos atrasadas, mocinha. — Aponto para o relógio na parede.

— Nossa, por que não me acordou antes?! — Se ela lembrasse que eu tentei, seria melhor. — Você foi salva pelo gongo dessa vez, mas na próxima, você me aguarde! — Fez um gesto ameaçador com a mão direita, que se eu não a conhecesse, teria medo.

Ela foi para o banheiro do quarto e, enquanto ela tomava banho, fiquei esperanto assistindo televisão, que naquele momento passava um jornal regional.

Quando ela saiu do banheiro, demorou mais uns dez minutos para que estivesse arrumada.

Juntamos nossos pertences e fomos andando para a estação de trem.

— Já imaginou que louco seria se acontecesse um apocalipse zumbi igual no filme "Trem para Busan"? — Pergunta quando passamos pelas catracas.

— Deixa de ser besta menina. — Dei um tapa de leve na parte de trás da sua cabeça.

— Bicha ousada! — Fingiu estar irritada e logo depois rimos alto.

Nos sentamos num banco para esperar nosso trem. Vendo as pessoas passarem, algumas com crianças ou falando baixo ao telefone.

Durante um tempo, joguei em meu celular, que havia deixado carregando a noite toda.

— Preparada? — Pergunto vendo nosso trem se aproximar.

— Sempre! — Diz calma, mas era perceptível o nervosismo em seus olhos. — Vamos? — Se levanta e entra no vagão.

— Vamos. — A sigo até nossos acentos. — Não se importa que não te dê atenção agora? — Perguntei, pois uma expectativa era de ler ou dormir.

Sorrindo compreensiva, respondeu: — Claro que não. Pode fazer o que quiser. Vou passar esse tempo pra treinar mais meu coreano, não quero ter um sotaque tão carregado como eu tenho no português! — Deu uma pequena risada.

Ajeitei minhas coisas no bagageiro do trem e botei meus inseparáveis fones. Mesmo que eu fosse dormir, iria ser ouvindo música.

Eu provavelmente dormi um pouco, pois para mim foi bem rápido nossa chegada ao destino final. Quando olhei para o lado, Nick já tinha pegado nossas malas e estava prestes a me chamar, mas quando viu que eu olhava para ela, apenas sorriu.

— Vamos? Temos que andar três quarteirões e eu quero chegar logo, minhas malas estão pesadas! Quero desfazer logo tudo.

Saímos do trem e fomos andando até a escola embaixo do Sol, o que nos fez suar um pouco. Chegando em frente era possível ver uma placa pequena escrito "Bem-Vindos" e uma maior com o nome do colégio: "Sogang School". Nos encaramos, talvez tentando achar alguma coisa que indicasse medo, mas fomos adiante, atravessando o portão.

Estávamos andando tranquilamente pelo corredor depois de atravessar o pátio cheio de adolescentes. Em um determinado momento em que viramos para outro corredor, uma menina que estava correndo sem conseguir prestar muita atenção por onde estava indo, tropeçou nos próprios pés e caiu em cima de nós duas, nos levando ao chão junto de si.

Que ótimo, mas chegamos e já pagamos mico! Que raiva que me deu daquela garota, se alguma coisa estivesse quebrado, eu juro que matava ela, mas acabou que foi momentânea.

— Minha nossa, meninas! Me desculpem mesmo, eu não tinha visto vocês, estava apressada! — Se curvou várias vezes em desculpas, mas nós só nos curvamos uma vez.

— Nós percebemos... Você está bem? Por que estava correndo? — Perguntei preocupada com a menina.

— E o que temos a ver se ela estiver bem ou não? Quem liga? Ela que caiu em cima do nós, não o contrário. Olha aqui... — Disse levantando a voz e apontando pra garota. — Se meu Notebook, tablet, celular ou qualquer outra coisa que seja estiver quebrado, você vai ter que comprar outro igual! — Ameaçou, totalmente irritada, a ponto de ficar vermelha.

— Ei, Nick! Se acalma, caramba. Eu também estou preocupada com os eletrônicos, mas coitada da garota, ela não fez por mal e ne. Fez nada de errado... — Botei a mão em seu ombro, mas tentar fazê-la se acalmar.

— Me desculpem. — Se curvou novamente. — E sim, estou bem. — Sorriu para mim. — Estava correndo para ver quem vai dormir no mesmo dormitório que eu. Ah, aliás, meu nome é SooMin e o de vocês? — Intercalou seu olhar entre nós duas.

— Me chamo Ally Martin, e essa é a Nick Adachi. — Aponto para eu mesma e depois para Nick. — Somos novas aqui na escola, você pode nos mostrar onde fica a secretaria, sabe... para vermos onde vamos dormir?

Ela nos guiou de bom grado, dessa vez, sem correr. Quando olhamos a divisão dos quartos - SURPRESA! -, iremos ficar nós três juntas.

Assim que leu, Nick revirou os olhos e SooMin me abraçou, dizendo que nos tornaríamos inseparáveis.

Fomos para o andar dos quartos para desfazermos e arrumarmos nossas coisas no armário. Abrimos a porta e fomos pondo as malas lá dentro.

SooMin parou do nada, encarando o outro lado do quarto, que nós ainda não havíamos prestado atenção. Quando me virei para olhar, haviam três meninos sem blusa, um sentado na beliche na cama de baixo e os outros dois, ao chão, todos nos encarando.

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