Goosebumps - HS

19

A grande notícia de Helena não era nada que realmente valesse a pena para que ela fosse tão grossa com Harry. Ela conseguiu um emprego e pretende se mudar até o final do ano. Na verdade, Helena deveria ficar feliz que Harry está aqui, porque provavelmente essa é a única razão que a minha mãe não fez uma cena. Os olhos da minha mãe praticamente gritam "e como você pensa que vou pagar o aluguel dessa casa sem você?" mas eu finjo que isso não está acontecendo e é fácil pensar em outra coisa já que a mão de Harry está na minha coxa por baixo da mesa.

O jantar já está na metade quando finalmente o tópico sobre Harry e eu é levantando na mesa, pela minha avó. "Menino, como você conheceu a Lara?"

"Eu moro com o amigo de escola dela, o Zayn."

"Não gosto daquele menino." Minha avó fala de um jeito rabujento e Harry levanta as sobrancelhas, curioso. No fundo, ele é um fofoqueiro que eu sei. "Ele é cheio de tatuagens, eu acho isso tão feio."

O Harry não fala nada. Ele está com um casaco que cobre as tatuagens de seu braço, mas percebo que ele tira a mão dele de cima da mesa, porque dá pra ver que ele tem uma cruz tatuada lá. Eu pessoalmente adoro tatuagens, mas eu sabia que minha avó provavelmente faria algum tipo de comentário desses e fico feliz que não está ofendendo diretamente o Harry.

"Harry tem muitas tatuagens." Tyler, o meu sobrinho, fala. Merda. Se ele causar algum tipo de desconforto, eu vou... "Eu vi quando entrei no quarto da Lara e eles tavam transando."

Meu pai se engasga com seu refrigerante e minha avó derruba seu garfo no prato dela, em choque. Eu não sei porque eles acham que eu seria virgem com vinte anos, mas eu nunca tive essa conversa com eles e não pretendia ter, principalmente na frente de todo mundo e quando eu nem ao menos fiz isso com Harry. Olho irritada para o Tyler. "Eu já disse que aquilo não era sexo, garoto."

Harry abaixa a cabeça e dá uma risada abafada e eu o olho.

"Desculpa." Ele murmura.

"Sexo é normal, gente." Minha mãe resolve começar. Pelo amor de Deus. "Todo mundo aqui já fez. Menos o Tyler, é claro."

"Que conversa nojenta." Helena fala, negando com a cabeça. Ah, pronto, a virgem Maria vai começar. "Lara, se quer ter relações sexuais com esse menino que você mal conhece, o problema é seu. Não deveria deixar a porta aberta para meu filho ver."

"A porta não tava aberta." Eu falo e Harry parece estar achando isso todo muito engraçado. Aposto que esse tipo de situação nunca acontece na família dele. Isso é muito comum na minha, mas estava esperando que nada disso acontecesse hoje.

"Vocês fizeram sexo ou não?" Meu pai pergunta, perdido.

"Não!" Eu falo ao mesmo tempo que meu sobrinho diz que sim. "Que porra, Tyler?"

"Não fale porra!" Helena briga comigo e eu estou prestes a mandá-la a merda quando Harry resolve falar.

"Eu adorei o molho do macarrão. Foi você que fez, Sra. Carpenter?" Ele pergunta e por alguma razão todo mundo fica em silêncio como se suas palavras fossem um passe de mágica.

"Não, eu comprei industrializado mesmo, mal sei cozinhar." Minha mãe fala. "E me chame de Jane, Harry. Quando me chamam de senhora, me sinto velha."

"Entendi, me desculpa." O Harry fala de uma forma simpática e minha mãe sorri, e a conversa desagradável de antes não volta à tona. Ao final do jantar, todos parecem encantados por Harry. Menos a Helena, que é insuportável. Ele deve realmente ter alguma especial nele.

"Você viu o que eu fiz?" Harry pergunta quando voltamos para o meu quarto. Ele parece realmente animado. "Eu acabei com aquela confusão toda."

"Parabéns, Harry." Reviro os olhos, dando um sorriso, e ele me segura pela cintura. "Que bom que você se divertiu."

"Tá brincando? Eu quase não me segurava. Sua família é engraçada, a minha é com certeza menos interessante que a sua." O Harry admite e eu sorrio, o estresse do jantar ainda saindo do meu corpo.

Eu rio e me deito na minha cama. Harry não se deita comigo e eu o olho, perdida. "Vem cá."

"Eu deveria ir embora." Ele fala e eu franzo o cenho. Ele não parece normal, é como se de um instante para outro ele realmente precisasse sair daqui, sair de perto de mim. O que aconteceu em um segundo?

"Está tudo bem?"

"Sim." Ele diz, pegando sua mochila e colocando-a nas costas. "É que o carro não é meu. O Zayn provavelmente quer de volta."

"O Zayn não vai usar o carro hoje, não precisa ir embora agora." Ele está realmente estranho.

"Não, eu preciso ir mesmo, desculpa." O Harry anda até mim e me beija.

Na bochecha.

E então ele sai do meu quarto, acena para os meus pais e agradece o jantar, e vai embora.

Que porra?