Ultimo Capitulo

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Park Jimin estava cansado e seu corpo implorava por descanso após toda a correria na ponte e carregá-la tornava tudo mais difícil. A moça suspirou e ergueu o olhar.

— Você deveria me deixar. Talvez consiga se salvar.

Ele riu, sem acreditar que ela pudesse sugerir tal coisa.

— Eu nunca faria isso, Helena. Quando vai entender que eu não posso te deixar? Fiz uma promessa e pretendo cumpri-la. Vamos sobreviver essa guerra, casar e ter quantos filhos quiser.
— Achei que eu fosse a otimista. — riu sem humor. — Você sabe que não temos tempo.

Ele parou, observando a paisagem por alguns segundos. Ela tinha razão novamente. Ainda precisariam andar pelo menos mais trezentos metros em pouquíssimos minutos para ficar em segurança antes que a coisa toda fosse destruída, segundo as informações que tinha. Não tinham a menor chance. Suspirou e sentou no chão, ajeitando-a em seu colo do mesmo modo que faziam nas noites em que fugiam do acampamento.

— O que está fazendo?
— Já que não temos esperança, podemos aproveitar o tempo que nos resta.

Ela sorriu tristemente, concordando. Ergueu o olhar e se surpreendeu ao encontrar as estrelas brilhando no céu como sempre acontecia quando estavam juntos. Apoiou a cabeça no peito do rapaz como fazia todas as noites e perdidos no pequeno paraíso que eram os braços um do outro, deixaram esse mundo.

Coreia do Sul, 2020.

Park Jimin sorriu, satisfeito consigo mesmo por ter finalmente algum tempo sozinho. Os outros meninos haviam decidido ficar no dormitório, porém ele precisava sair e respirar um pouco de ar fresco. Adorava andar pela cidade e admirar todo seu esplendor.
Sentou-se no banco de madeira que estava vazio e continuou a admirar a paisagem, principalmente a ponte Hangang. Algo naquela estrutura e toda sua história chamava sua atenção de um modo que não sabia explicar. Principalmente a história em relação à guerra. Era incrivelmente triste e fascinante que tantas pessoas haviam morrido na explosão ali na última tentativa do exército para salvar a cidade.
Foi arrancado de seus pensamentos ao sentir algo se esfregando em sua perna e sorriu ao ver a gata de três cores querendo sua atenção.

— Olá. — cumprimentou, se abaixando para acariciá-la. — O que está fazendo aqui?

A gata miou alegremente, agora se esfregando em sua mão. Park Jimin riu e, num impulso, a puxou para seu colo, simplesmente por que ela parecia muito mais amigável do que qualquer outro gato que havia conhecido.

— Mana! — ouviu uma voz feminina chamar e então uma moça se aproximou. — Eu achei que tivesse te perdido. Nunca mais faça isso!

A gata miou novamente, totalmente relaxada e alheia à presença da dona. Park Jimin riu com a pequena conversa e se levantou.

— Acho que ela te pertence. — murmurou, sorrindo torto e entregando a gata para a moça.

Seus dedos se tocaram levemente e ele parou. De repente, tinha a sensação de que a conhecia de algum lugar. Um sentimento tão forte que ele não saberia descrever. O sorriso e os olhos lhe eram tão familiares que ele teve a certeza de que se conheciam de algum lugar.

— Obrigada. — ela murmurou ligeiramente envergonhada, ajeitando a gata em seu colo como se fosse um bebê.
— Eu sou Jimin Park Jimin. — ele se apresentou, na esperança de que ela fizesse o mesmo.
— Carson Helena.

De uma maneira absurda e totalmente fora de seu controle, Park Jimin soube. Os sonhos que tinha com frequência e protagonizava com a mesma pessoa em diversas situações diferentes, como a Guerra da Coréia, realidades sociais diversas e até mesmo homossexualidade, diferentes vivências, mas a mesma personalidade todas às vezes. Não sabia explicar ou como tinha tanta certeza, mas ao ouvir aquele nome, tudo fez sentido. Era ela.

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Tudo foi Destinado (BTS)Onde histórias criam vida. Descubra agora