CAPÍTULO FINAL

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Eles se olhavam, mas não sabiam o que dizer. O silêncio estava no ar e a tensão também. Até que Felipe tentou introduzir algum assunto.

- Tá com sede?

- Não.

- Tem certeza? Tem água, cerveja, refrigerante...

- Pode ser uma cerveja. Tem da verdinha?

- Claro né. Papai tem estoque.

Os dois riram ainda meio constrangidos com esse encontro. Felipe buscou duas cervejas na geladeira e entregou uma para Gizelly que decidiu sentar-se em um banquinho próximo à bancada da cozinha. Felipe ficou em pé próximo a pia. Eles se olhavam, olhavam para os lados, se olhavam de novo e por fim, decidiram beber suas cervejas. Talvez álcool ajudaria.

- Então... Eu vim aqui - ela dizia, ainda tensa, tentando cortar o silêncio.

- Você veio aqui... - ele rebateu.

- Chega de silêncio. Não somos crianças. - Gizelly finalmente parecia recompor seu jeito direto de ser -  Você me entregou um bilhete com seu endereço. Acho que não estava bêbado o suficiente para esquecer, então, qual era sua intenção?

- Qual a sua intenção vindo aqui? - ele rebateu prontamente.

- Não sei. Diz você - ela respondeu.

- Também não sei.

- Anos de faculdade e ninguém sabe o que dizer - ela ria de si mesma - Talvez a gente não tenha o que dizer. Você não acha?

- Talvez a gente não tenha que falar nada. - ele respondeu.

- A gente não fala e fica aqui olhando um para a cara do outro? É isso? - Gizelly comentou buscando alguma atitude dele.

- Eu não sei, Gizelly. Eu estou meio nervoso - ele respondeu e bebeu mais um gole da cerveja.

Gizelly então se levantou e andou em direção a Felipe. Ela parou de frente para o rapaz e olhou em seus olhos. Ele correspondeu ao olhar. Ao que parece, os dois ainda buscavam uma resposta naquele olhar. Ela mordeu os lábios e ele coçou o cabelo meio desconcertado. Ela então resolveu colocar sua mão direita em um gesto carinhoso no rosto do rapaz que ficou ainda mais nervoso.

- Por que você está nervoso? Não precisa ter medo de mim... - ela disse em um tom baixinho.

- Eu não tenho medo de você. Tenho medo de mim - ele disse tirando a mão da moça de seu rosto e desviando o olhar para os lados como se estivesse desconfortável.

- Tira essa muralha, Felipe. Só depende de você - ela respondeu se aproximando ainda mais dele.

Gizelly resolveu então tomar uma atitude ainda maior e depositou alguns beijos no pescoço de Felipe. Ele parecia meio tenso com a atitude da moça e se deixou levar. Fechou os seus olhos e agradeceu internamente pela carícia dela. Gizelly pausou os beijos e o encarou. Sentindo a falta dela, ele abriu seus olhos e olhou atentamente para uma Gizelly extremamente sensual e provocativa. Ela mordeu os lábios novamente e ele aproximou seu rosto ao dela. Suas bocas estavam próximas, os narizes colados e era possível sentir a respiração uma do outro. Felipe parecia estar buscando a melhor forma para encaixe e encontrou. Beijou a garota em um beijo molinho, mas intenso. Suas mãos ainda estavam no rosto dela e Gizelly agarrou a cintura do rapaz em uma forma de abraço.

O beijo se intensificava cada vez mais e ao invés de beijo de cinema, se transformou em beijo de liquidificador quando os dois pareciam estar se engolindo. Felipe então decidiu pegar Gizelly no colo e sentar a moça na bancada da cozinha. Ela parecia gostar da situação e deu um sorriso malicioso, agarrando suas pernas na cintura dele como se quisesse se aproximar ainda mais dele. Felipe começou a depositar beijos no pescoço dela, até chegar no colo dos seios. Gizelly parecia estar entregue e resolveu apressar as coisas, já tirando a camisa do rapaz. Felipe continuava sedento pelo pescoço dela e depositava leves mordidas que enlouqueciam Gizelly.

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