Poesias que cantei na cabeça ao escrever (ou não)

espelho de mim

Reli as lembranças para reler você
Não te encontrei
Mas a um abusador em minha cama
De um desafio ridículo
De brio masculino
Que não pensa o respeito
Da mulher que vejo
Morta no espelho
E olho no reflexo
E penso ver você por trás
E me assusto
Porque é melhor viver
Com os próprios demônios
Do que com um homem perto
Que irá nos violentar em todos os sentidos
Dizendo que somos menores
Inferiores
Insubmissas a obrigações só da cabeça do patriarca desse mal patriarcado
Eu busco a morte
Para não viver com ele
E casar com você
Não me salvará do laço de sangue eterno
Nem do congênito mal
Que degrada minha biologia
E preocupa minha natureza
E passo os dias vendo como espelho em imagem
E fazendo questão de não lembrar
Para não sentir a dor
Da lembrança do pior dos tempos ruins
Mas você me trará paz por dois anos
Depois um belo divórcio
Fruto dos divórcios imbuídos por outro e de outro
Porque eu sou uma flor do fruto social numa árvore que quer morrer antes do tempo
Enquanto que
Há muito o que acontecer
E tudo que me fez pensar nisso foi ver minha imagem nesse espelho
Então tento tirar ele de minha visão
Pego e em sua moldura de ouro se quebra
E ganho lindos 7 anos de azar
Que nem consideraram o azar antes vigente e governador de meu eu
O vidro quebrou em cima de mim
E mais uma dor doeu
Penso sobre os problemas de outros
De mim
De ti
E do eu
Espero que esse carnaval tenha seu fim
Pois todos estão mascarados
Brincando de ser feliz
E não sendo feliz
Pois há o abuso e o abusador
Mascarado também
E não sabemos logo quem
E sofremos na mão deles também