o início de um sonho

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  Entrei em casa e fui direto pro meu quarto, como sempre fazia, eles não se importavam com o que eu estava fazendo, se isso não interferisse nos negócios da família, 'tava tudo ótimo.

As duas horas em ponto eu sai de casa, peguei minha bicicleta e a empurrei até a esquina e sai do condomínio o mais rápido possível. Cheguei em frente do apartamento já sem fôlego.

Felix estava sentado no chão com um cigarro preso nos dedos, Seungmin e Hyunjin estavam sentados ao lado do garoto. Me aproximei e sentei perto do Felix.

— Desde quando você fuma? — Perguntei tirando o cigarro dos seus dedos, ele ainda estava apagado.
— Eu não fumo. Mas já que estou fugindo achei que seria descolado fumar. — Nós rimos .
— Faz sentido. — Hyunjin disse.

Seungmin segurava uma garrafa térmica na mão, provavelmente com vinho gelado dentro. Ele era viciado em vinho.

— Não acredito que vamos mesmo fazer isso…
— Nem eu.

Ficamos em silêncio por um tempo.

— Eu te amo tanto Lee Felix, nunca duvide disso.
— Eu sei. Eu também te amo pequena, mesmo que eu te chame de pequena e pareça um canalha, eu te amo. Pra valer, eu nem achei que fosse possível amar tanto alguém como eu te amo.  — Ele me abraçou e, por um instante tive certeza de que ele chorava, eu também estava, Seungmin e Hyunjin faziam um típico escândalo chorando alto. Eu e Felix nos separamos para poder apreciar um pouco mais do teatro dos garotos. Seungmin já estava deitado no chão abraçando a própria perna.

— Você tá lindo hoje. — Falei olhando pra Felix, ele sorriu envergonhado.
— Não posso dizer o mesmo, já que você sempre tá linda.
— Ai meu deus… parem com isso por favor. É drama, estamos em um drama. — Hyunjin. disse resmungando
— Mas todo drama é baseado em alguma coisa, o nosso drama é baseado em nós dois, o deles, é no romance deles. Para de ser chato. — Seungmin falou. Após uns segundos se olhando eles começaram a se beijar. Eu e Felix saímos pra caminhar e deixar os dois "a sós" na calçada.

A Lua em cima de nossas cabeças brilhava forte, as estrelas pareciam estar em algum tipo de festa, estavam reunidas e brilhando como nunca. A capital costuma ser cinzenta e sem estrela alguma a noite, mas naquela noite, tudo parecia mais belo, eu conseguia respirar, e admirar Lee Felix sem cansar, e saber que faria isso por muito mais tempo era ainda mais tranquilizante.

Ele segurava um novo cigarro.
— Você é inacreditável. — Ele apenas sorriu e fingiu estar tragando, ele me ofereceu o cigarro e fiz o mesmo. Ele pegou o cigarro o jogou no chão e pisou em cima.
Ele me olhava, com o mesmo olhar de sempre, brilhando como os de uma criança, mas com a profundidade de um ansião, é difícil acreditar no quão complexo e intenso esse garoto consegue ser.

Ele se virou, e me virou pra ficar de frente a ele. Ele estava sorrindo. Com força ele me abraçou, o empurrei um pouco e selei nossos lábios, de forma suave. Meu coração reagiu de  uma péssima maneira, ele havia aprendido a se controlar e não surtar com os olhares e sorrisos de Felix, mas quando se tratava dos beijos macios, suaves, e principalmente dos intensos, ele ainda se descontrolava e pulava dentro de mim, enquanto isso, meu cérebro mal funcionava. Eu era apaixonada por todos os mínimos detalhes dele, e inclusive, pelos seus beijos.

Apenas quando nossas respirações começaram a falhar é que fomos nos separar.

— Gostosa. — Ele sussurrou no meu ouvido, eu me aproximei do seu e falei:
— Viado.
— Te amo.
— Também te amo.

Voltamos até o apartamento e encontramos um Seungmin completamente bêbado e um Hyunjin chorando.

—  A gente tá indo. — Felix disse.

Seungmin veio se apoiando em Hyunjin e nos puxou para um abraço coletivo.

— Se amem. Se cuidem. Não engravidem. E, por favor, mantenham contato. A gente ama vocês dois.

Hyunjin apenas começou a chorar ainda mais. Antes de sairmos ligamos pro Minho pedindo pra que ele fosse ajudar a levar Seungmin até o ap deles.

Nós subimos na moto e fomos, por pouco quase congelei, não calculei o vento vindo rápido em minha direção em cima da moto.

Paramos em um motel beira de estrada.

— Pra onde a gente vai?
— Eu não sei… — O respondi.
— Icheon fica longe, eu tenho um tio que mora lá, ele é legal, aceitaria numa boa.
— Então, Icheon.

Nos deitamos e sem nenhum selinho adormecemos.


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