Live (✓)

Encontro.

Kate estava em NY. Kate estava em NY.

Era tudo que Ellen conseguia pensar. Ela estava no seu território. Elas iriam se encontrar. Depois de anos e anos, ela terá a oportunidade de resolver tudo aquilo, de pedir perdão decentemente.

Ela já estava sentada na mesa do restaurante no qual haviam marcado, chegara alguns minutos mais cedo porque sua ansiedade estava a matando. Ninguém tinha esse poder sob ela. Ninguém a deixava ansiosa. Ninguém mexia com ela como Kate mexia. Isso era indiscutível.

Vira Kate parar em frente ao restaurante acompanhada do seu assessor e de um segurança, Derek dera um beijo em seu rosto e saiu, acompanhado do segurança.

E... Céus! Kate estava ruiva? O que havia acontecido com seu loiro? Céus! Ela estava perfeita, como Ellen sempre amou! Seus cabelos ruivos eram uma tentação, Kate deveria ter tirado as pontas dos cabelos pois estava alguns centímetros mais curto. A mesma usava uma calça jeans preta, uma camisa social branca e nos pés um scarpam também preto.

- Ellen - ela disse se sentando.

- Obrigada por ter vindo, de verdade - ela disse sentindo a saliva fugir da sua boca - Você... Está...

- Ruiva. É, estou - respondeu tirando os óculos escuros.

- Está perfeita. Eu sempre amei seu cabelo assim.

Kate pegou o cardápio e olhou.

- Eu já escolhi o que quero - Ellen dissera.

- Eu também - Kate respondeu deixando o cardápio de lado.

O garçom logo veio e as duas fizeram os pedidos, completando com uma garrafa de vinho branco.

- Então... - Ellen começou - Como vai a vida? Os trabalhos?

- Bem. Muito bem.

- Grey's anatomy vai bem, também.

- Eu sei. Eu assisto.

- Assiste?

- Assisto.

O silêncio se manifestou na mesa.

- Kate eu... - ela suspirou - eu sinto muito, muito mesmo, por tudo. Eu era... Ingênua, achava que estava apaixonada... Eu... Eu errei com você e com o Chris, eu sei disso. E eu também sei que não há nada em que eu possa dizer que possa fazer você me perdoar, somente você mesma pode fazer isso. Eu... Sinto muito, muito mesmo. Mas eu nunca esqueci você, eu nunca... Superei nós duas, Kate, eu... Eu sinto a sua falta e... Eu estou livre agora!

Kate suspirou.

- Você tem razão. Não há nada que você possa fazer para que eu te perdoe. Aquilo foi... Cruel, até mesmo para você.

- Eu sei - sussurrou - Mas só Deus sabe o quanto eu me sinto mal por isso, todos esses anos, todos esses anos eu carrego essa culpa comigo, Kate, todos esses anos eu passei me perguntando como seria a minha vida se eu tivesse terminado com o Chris naquela época e tivesse assumido o nosso relacionamento.

- Relacionamento? - Kate riu irônica - ser atriz subiu para a sua cabeça, Ellen, aquilo não era um relacionamento. Aquilo era traição.

O garçom chegou com seus pedidos.

- Você acha que eu tive escolha? Acha que seríamos aceitas? Como EU ficaria nessa história? A traidora! A adúltera!

- E eu que achei que você tinha mudado... Os anos só passaram, você continua a mesma egoísta de sempre! Você por um acaso pensou em mim? O legado em que EU teria? O que EU senti quando você terminou comigo daquela forma? Você por um acaso pensou no Chris quando enquanto ia pra cama comigo, todos os dias, dando a desculpa para ele de que sexo só depois do casamento? Você pensou nele?

Ellen suspirou. Kate estava certa.

- Você está certa... Eu não fui justa com nenhum de vocês dois, mas por favor, Kate, por favor! Eu preciso do seu perdão!

Kate também suspirou.

- Isso já foi há muito tempo. Eu tenho a minha vida. Você tem a sua. 14 anos se passaram. Eu não vou guardar rancor de você porque eu tenho amor próprio. Você tem o meu perdão, Ellen. Até porque você me fez um favor ao terminar comigo, eu não me encaixava naquilo. Eu não me sentia bem comigo mesma sendo a outra, você me tirou disso, totalmente. Aquilo não era um relacionamento, aquilo era sujo, era nojento, desgastante.

- Kate... Não, não! Você sabe que eu sempre fui apaixonada por você! Eu sempre amei você! Mas...

- Podemos comer agora?

Ellen titubeou mas logo começou a comer, seu coração está apertado pois sabia que tudo que Kate havia dito era verdade. E não tinha como correr da verdade.