Prólogo - M3n71r45 m0r745

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O garoto de cabelos verdes tinha um olhar relativamente calmo para a situação que iria vir, sua voz era mansa enquanto falava, sentado na bancada do lugar, o quanto estava aliviado em o ver ali. Shin desconfiava do quanto ele falava, nunca era bom quando Izuku falava demais.

— Vou ser sincero, Shin, eu preciso de ajuda. — Seu olhar se tornou sério muito repentinamente, embora a sua voz se mantivesse calma. Shin se perguntava como ele conseguia essa proeza.

— E qual seria?

Os olhos de Shin se arregalaram no momento que as palavras saíram da boca do esverdeado.

[...]

Para todos os efeitos, Izuku era uma pessoa normal no sentido mais antigo da palavra. Ele sempre tinha dias normais, em uma sociedade não mais tão normal quanto outrora no qual Izuku foi impedido de ser incluído devido a um estúpido e minúsculo osso extra em seu dedo.

Portanto, aquele dia começou como qualquer outro na vida pacata de Izuku, ao menos, tão pacata quanto à vida de um quirkless poderia ser.

Em resumo, ele acordava cedo o suficiente para dar um abraço matinal em sua mãe, comer o café tranquilamente e, quem sabe, assistir uma luta ou outra de heróis antes da aula começar. E então, quando chegasse na escola, ignoraria qualquer coisa que os outros alunos debocharem sobre si, daria o dango que sua mãe pediu para entregar a Kacchan — afinal, mesmo que o loiro falasse todas as coisas possíveis sobre ele, ainda assim passavam o final de semana na casa um do outro quando suas mães saiam para uma noite de meninas ou algo do tipo. Sua relação era complicada —, e por fim, sentaria em sua carteira e faria suas análises sem ligar para ninguém.

Nada fora de rotina, realmente.

Portanto, fez tudo o que antes foi mencionado: não ligou para nada nem ninguém como o bom maníaco por café que era e apenas fez suas análises durante as aulas — não que ligasse realmente para elas, afinal, já estava adiantado na matéria de qualquer forma e faltava apenas um ano para se formar e ir para o secundário.

Então naquele dia, quando Izuku chegou em casa, não era bem aquilo que ele esperava acontecer.

— Mãe, cheguei! — Ele abriu a porta feliz, tinha finalmente terminado seu projeto de uniforme e sequer podia conter o entusiasmo.

Até vê-la desacordada no chão do corredor da entrada.

Sentiu o terror tomar em seu rosto ao vê-la ali, jogada sem mais nem menos. Seus movimentos se tornaram automáticos depois que discou o número da ambulância e mal sentiu suas palavras saírem de sua boca quando falou com a telefonista. Sua mente desligou de vez quando entrou na ambulância para acompanhar sua mãe, os médicos tentando lhe tranquilizar e tudo se passando como um flash.

As horas voaram como um vulto após o momento em que chegou ao hospital, nem sequer percebeu quando Katsuki, seu vizinho e ex-amigo de infância, sentou-se ao seu lado para lhe consolar — algo incomum visto a antipatia diária demonstrada pelo loiro. Nos poucos momentos em que ia e voltava de sua mente, ouvia Katsuki falando o quanto ainda odiava ele, mas gostava demais de tia Inko para deixá-lo só — o que na verdade era só uma forma de esconder sua preocupação com "Deku".

Não sabia ao certo quanto tempo ficou na sala de espera com Katsuki ou quando foi a última vez que falou com os médicos, mas sabia que já estava anoitecendo quando alguém, enfim, veio falar consigo.

— Você é Izuku Midoriya? — Ele acenou que sim, o médico tinha uma expressão profissional, tal como Izuku não sabia dizer se trazia notícias boas ou ruins. Sua aparência, no entanto, deixava Izuku desconfiado, aquele bigode e óculos lhe deixavam com a sensação de que já o tinha visto em algum lugar — Sinto lhe dizer, mas... Inko Midoriya faleceu devido ao estágio avançado do câncer de pulmão-

Código de IzukuOnde histórias criam vida. Descubra agora