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Todos ao seu redor diziam que ela era, de modo prático, estranha e vidrada — bom, claro que não diziam em sua cara, mas ela tinha bons ouvidos. As regras de sua sala eram claras como águas cristalinas em um dia de verão: se aproximar de Mei? Só quando ela não estivesse planejando algo em seu caderno que nem uma maluca, talvez com sorte você conseguisse se aproximar com ela escrevendo furiosamente, mas dependeria do número de xícara de café que ela tomou de manhã.

Precisa de algo para algum trabalho em dupla? Das duas uma: consiga seu número de forma clandestina — lembre-se da primeira regra! — ou tente a sorte e fale com ela, quem sabe você pegará um dia bom na semana e ela irá lhe responder.

Por terceira, jamais pergunte o que diabos ela tanto escreve nas folhas do pequeno sketchbook vermelho. Tudo que receberá serão palavras tão rápidas e termos técnicos que até mesmo os professores ficam com um nó na cabeça quando ela explica. No final, professores lhe deixam em paz não só por sua família rica mas também por suas notas extremamente altas.

Ah, o que manter a escola em um bom padrão não fazia, não é mesmo?

Não só por todos esses fatores, mas talvez suas olheiras profundas das noites sem dormir — seja por insônia ou por construir armas de combate noites a fio — ou até mesmo seu olhar levemente psicótico quando desenhava algo ajudassem em sua fama de pirada por entre os sussurros dos corredores. Ela não se importava tanto com os comentários, é claro.

Mas isso não quer dizer que às vezes não doía menos.

Então, é, Mei Hatsume era a estranha da classe. Mas entenda: ela veio de uma família que construía de tudo, a genialidade para equipamentos de suporte corria por suas veias de tal modo que era impossível passar mais de uma semana sem projetar algo novo.

E apesar de tudo, sua família não era de se preocupar com o que cada um fazia em sua vida. A liberdade de sair nas ruas de madrugada para inspiração era algo que realmente não importava contanto que mantivesse as notas, então, tal hábito se tornou comum para Mei quando estava no tédio: melhor andar do que ficar contando carneiros em vão.

Talvez por isso tenha sido tão fácil se aproximar de Izuku — ou Kei, como lhe conheceu de início.

Mei atraía olhares, é claro, com os longos cabelos rosas geralmente chamuscados em uma ponta ou outra, nunca passavam batido quando passava por algum lugar; os olhos então? Sua quirk faziam presença com os olhos dourados e pupila de mira. Tudo bem que alvez olhasse demais para as pessoas que estavam fazendo alguns ajustes finais nas invenções e seu olhar e sorriso estivessem um pouco intensos.

Mas o que podia fazer? Feiras de projetos eram tão incríveis!

E quando finalmente chegou em sua bancada, uma leve explosão ocorreu de tal modo que a fez dar um pulo em seu lugar e olhar depressa para a bancada do lado. E lá estava ele, com um sorriso animado estampado e com o rosto sujo de fuligem; os cabelos verdes chamuscados tal qual como os seus e um cheiro estranho saindo de suas roupas. Era como se ver nos seus dias mais animados.

— Consegui! — Ele tirou os óculos de proteção, a alegria ainda estampada no rosto de forma intensa— Finalmente funcionou!

Ela teve a impressão de ver alguns alunos de outras bancadas se afastando, talvez tivessem presenciado a cena mais vezes do que gostariam. Bom, Mei apenas fez o que fazia de melhor e se aproximou do "cara-animado-demais-para-7-da-manhã" com um sorriso empolgado para ver o que finalmente tinha dado certo.

E qual não foi sua surpresa ao ver um tipo estranho de bastão?

— Bastão de choque? — Ela perguntou curiosa, aproximando-se rápido com um sorriso empolgado. — Metal leve, resistência boa, isso é retrátil? Quanto tempo dura o intervalo entre uma ativação e outra? Em um combate ela serve pra bater também? Qual o tamanho máximo dela?

Código de IzukuOnde histórias criam vida. Descubra agora