PARTE II

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Um novo dia nasceu e eles ainda estavam tentando entender o motivo daquela casa ser mal assombrada — ou não. Remus saiu da biblioteca municipal com seu caderno de notas nas mãos quando encontrou com Nymphadora que entregou um copo de café. Ele agradeceu com um sorriso e tomou um gole sendo observado pela garota, segurou o líquido da boca e ao passar por uma lixeira jogou o copo, cuspindo o café na grama ao lado.

— Maldita - resmungou, sentindo o gosto salgado em suas papilas gustativas ainda.

Ela soltou uma risada baixa e alongou os braços para frente do corpo.

— Encontrou alguma coisa?

— Não encontrei nenhum Mordechai - disse, com o cenho franzido — Mas achei um Martin Murdock, que morou naquela casa nos anos 30. E ele teve filhos, mas eram dois meninos - deu de ombros enquanto andavam — Não há registro dele ter matado alguém.

— Hm.

— E você?

— Os garotos não deram uma descrição exata, mas fui à delegacia. Nenhuma desaparecida. Parece que ela não existe.

Eles se aproximaram do Impala e Tonks suspirou, sentindo o desânimo tomar seu pequeno corpo.

— Fala sério Rem, nós investigamos tudo e não há nada. Deve ser uma armação...

— Até onde sabemos aqueles caras do cão do inferno inventaram a coisa toda - Lupin concordou, entrando no carro — Vamos para um bar, tomar uma cerveja e deixar a lenda para os nativos - deu de ombros.

— Posso ter maioridade para algumas coisas, mas ainda não posso beber Remus.

— Nós clonamos cartões, Dora. Uma identidade falsa falando que você tem mais que dezoito anos foi a coisa mais fácil que eu consegui na vida - o mais velho sorriu, apontando para o porta luva.

Nymphadora ainda estava fora do carro quando Remus deu a partida, o som alto o assustou, fazendo o caçador deixar uma carranca tomar o rosto, agindo por impulso ao procurar algum botão para desligar o rádio. Ela caiu na gargalhada ao abrir a porta e escorreu para o banco do passageiro, recebeu um olhar torto do mais velho.

— Duas de uma vez?

— Você é fraco - disse, dando de ombros.

Ele soltou uma risada baixa e negou com a cabeça.

— Engraçadinha.

Eles passaram o resto do dia em um bar local, bebendo canecas de cerveja, comendo porções de batatas e conversando. Parecia só existir os dois ali, quando voltaram juntos para o quarto do Motel mais tarde. Eram quase dez da noite quando se jogou na cama, Remus estava cheirando a banho recém tomado e o barulho no chuveiro ainda podia ser ouvido. Quando a água parou de cair demorou um total de vinte minutos para Tonks sair do banheiro, com uma calça de moletom e uma blusa de manga - se protegendo do frio.

A garota soltou um resmungo baixo, apoiando a cabeças nas mãos e arrancou uma risada fraca do castanho.

— Já está com ressaca?

— Só preciso de água - ela murmurou.

Lupin foi até o frigobar e pegou uma garrafa de água sem gás, andou até ela e entregou. Viu Nymphadora tomar o líquido como se a melhora de seu corpo dependesse daquilo e notou uma gota descer pelo canto dos lábios dela.

Talvez fosse o álcool, mas no momento em que Tonks mirou e jogou a garrafa no lixo, ele se aproximou, quase unindo seus corpos. Ela prendeu a respiração, sentindo o toque dos dedos de Remus em sua nuca. Assim que seus rostos de aproximaram, com ambos não pensando de forma sóbria o rádio que tinham usado para copiar o sinal da polícia chiou, chamando atenção. E com apenas algumas palavras eles se olharam e se afastaram, o álcool parecia se esvair de seus corpos quando a garota foi trocar de roupa correndo e ele calçou os sapatos, pegando sua jaqueta de couro.

croatoan: hell house.Onde histórias criam vida. Descubra agora