a experiência que lhe faltava

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  Narrador POV

  Deveria ser a quarta ou quinta vez que Lee Minho atrasava um roteiro, e não entendia como a chefe não o demitia. Mas a culpa não era dele, era só o fato de ter muito azar. Já foram perdidos dois roteiros nessa brincadeira de ir na chuva. E outro, quando foi assaltado. Mas nesse dia, em específico, estava disposto a não ter erros, já estava passando os arquivos para o pendrive para o manter sã e salvo. Já havia imprimido dois, uma para levar até a chefe, outro para deixar em casa, de reserva. Com a sorte que tinha, iria perder os dois.

  -PUTA QUE ME PARIU!

  Tinha marcado às 19:00. Certo que faltavam 10 minutos para as 19:00 horas, mas de bicicleta, o trajeto levaria meia hora. Tentou apressar o processo, batendo no notebook. Sem sucesso, decidiu colocar tudo dentro da mochila e apenas esperar o arquivo ser copiado.

  -Me ajuda pelo amor do pai amado...

  85%
  ●●●●●●●●○○

  -Amas meu santo caralho!

  90%
  ●●●●●●●●●○

  Minho suava frio, tenso e sobrecarregado. Apesar disso, tentava manter a calma.

  -Puta merda, vai rápido, por favor, vai ser meu último atraso, eu juro que- MAS Q PORRA!?

  De repente, tudo fica escuro, a tela apaga e LeeKnow ouve um estouro vindo do aparelho.

  -Não, não, não, hoje não, HOJE NÃO!

  O mesmo olha pela janela e todo o bairro está às escuras. Mais um apagão em uma semana. O universo estava mesmo conspirando para que ele fosse demitido?
 
  -Quer saber? Foda-se, se ela quiser essa merda, vai ter no papel mesmo.

  Apenas joga o pendrive na bolsa e desce as escadas o mais rápido possível. Pega a bicicleta velha e nem se lembra da existência do capacete. Usa a lanterna no próprio celular para iluminar o caminho. Acelera as pedaladas para que não seja demitido. Não hoje. Não pelo maldito apagão. Exatamente 20 minutos e 6 minutos depois, ele chega à seu destino. Felizmente não gastou a pouca bateria do velho celular no caminho todo. Cerca de 5 minutos depois pedalando, as luzes voltaram às ruas. E não suou, pois o tempo estava chuvoso e ainda pegou uma garoa. Colocou a bicicleta na grade do jardim, prendeu com a corrente e tocou a campainha com pressa. Enquanto esperava, olhou ao redor. Não sabia que a chefe era tão rica.

  -Achei que não viria, sabe o que são vinte e sete minutos atrasado? Aliás, você está atrasado no tempo extra que eu te dei pra me entregar essa merda.

  -Me desculpe, senhora S/N, eu juro que tentei vir mais rápido, mas teve um apagão na minha casa e tava chovendo muito, então eu-

  -Cale a boca e entre, antes que eu demita você aqui na porta mesmo.

  Ainda com a cabeça abaixada, Minho entra na casa e acompanha a chefe até, o que parece ser, seu escritório. Fecha a porta atrás de si e espera sua demissão ser anunciada.

  -Você trouxe o que eu pedi?

  -Sim, tá aqui na mochila, eu coloquei em uma pasta porque-

  -Cale a boca e me dê logo.

  -Sim, senhora.

  -Senhorita, por favor.

  Minho entra em um pânico interno quando vê que os papéis estão molhados pela chuva. Não lembrava que o tecido da mochila era tão fraco e leve assim.

  -É pra hoje?

  -Senhora, p-perdão, senhorita. O roteiro tá um pouco molhado por causa da chuva, mas creio que dá pra ler uma parte, eu tenho um arquivo no pendrive e se quiser e-

a experiência que lhe faltava (oneshot)Onde histórias criam vida. Descubra agora