Reencontro

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Toda a agência de heróis é um ponto de acesso ao banco de dados dos cidadãos do país permitindo uma pesquisa mais eficiente por suspeitos e possíveis vítimas. Katsuki podia estar usando tal banco para motivos egoístas, mas toda a situação poderia ser interpretada como uma busca por um suspeito do crime de latrocínio...Furto de sêmen! Independente dos motivos que o levaram ao usar tal ferramenta, Katsuki obteve sim um resultado, o endereço completo de Izuku Midoriya.

– Me sinto como um stalker... – Resmungou sentindo parcialmente culpado ao chegar no referido endereço. Parcialmente porque Bakugou poderia ter extraído ainda mais informações sobre Deku, como local de trabalho, histórico escolar, carteira de motorista e entre outros dados pessoas. Não, Katsuki só concentrou sua pesquisa sobre o endereço, o resto ele iria perguntar diretamente a Deku. Iria se utilizar sua "adorável" persuasão e técnicas "amigáveis" de interrogatório para preencher as lacunas de seu conhecimento sobre toda a situação.

Ali estava ele, nos subúrbios da cidade, diante de uma casa aconchegante com um lindo jardim, havia um parquinho diante da residência, um local ideal para crianças brincarem, mas no momento estava deserto. Katsuki se considerava um corajoso herói, nunca hesitando em entrar em uma briga, mas naquele momento, diante do lar de Deku, não conseguia dar nenhum passo em direção ao objetivo de sua missão.

– Isso tudo é uma grande bosta! – Resmungou se sentando em um banco que flanqueavam o parquinho.

– Isso vale mais 100 ienes.

Bakugou também se considerava resistência a qualquer coisa apavorante, sendo impossível o pegar desprevenido. Mas o fato de ter dado um tremendo grito demonstrava que suas crenças sobre suas capacidades poderiam ter sido superestimadas.

– Mas...O que? – Quase tinha caído do banco só para notar que uma criança estava brincando logo atrás. Reconheceu de imediato os cabelos loiros, os olhos verdes e até sardas que cobriam suas bochechas.

– O que você está fazendo aqui? – Disse tentando não parecer tão alarmado.

– Estou fazendo o jantar... Teremos bolinho de areia com salada de grama. – Anunciou Hitsumi com seriedade – Você vai querer um pouco?

– Hum...Eu acabei de jantar, mas...Obrigado por oferecer. – Falou olhando desconfiando para a obra gastronômica da menina.

"Será que ela é mesmo a minha filha? Talvez isso tudo seja uma fantasia louca de minha mente...Tantos anos sem ver o Deku e agora encontra-lo com uma filha, pode ter ativado algum desejo possessivo interno, um desejo que determina que se Deku fosse ter um filho esse só podia ser meu" analisou o herói, um de seus terapeutas (aquele que fugiu quando Bakugou estourou o divã) tinha discutido a possiblidade de Katsuki ser meio possessivo e egocêntrico. Deku pode muito bem ter encontrado alguém melhor que Katsuki, uma mulher que o tratou melhor e o estimou de uma forma que Bakugou nunca conseguiu demonstrar.

– Veio aqui me pagar os ienes? – Questionou a menina fitando com interesse o adulto.

– Como é?

– Os ienes que você me deve. Pelos palavrões.

– Não acredito que Deku te ensinou a ser uma agiota!

– O que é isso? Agiota? – Os olhos da criança faiscaram, avido para aprender uma palavra nova – E meu pai não se chama Deku, eu já disse!

– Sim, sim... – Katsuki soltou um suspiro resignado – Por que você se importa tanto assim com dinheiro? Seu papa não dá uma mesada?

– Eu quero comprar uma coisa...Meu papa disse que não! Eu não posso ficar ganhando brinquedos o tempo todo! Só no aniversário e no Natal! Então, eu preciso de ienes para comprar...E como eu não falo palavrões, por ser feio...Não tenho que pagar nenhum iene, mas você fala muito palavrão!

O domOnde histórias criam vida. Descubra agora