Cântico das sereias

A descoberta... Capitulo II

15 anos depois...

Já iam se fazer 15 anos que o nosso povo estava em perfeita harmonia e que ninguém nos atacava.
Thálassa dera a Kleto uma cauda semelhante à de um peixe, para que ele pudesse viver no mar com ela. E dera lhe o direito de ir e vir. Ele teria suas pernas de novo sempre que fosse ir em terra firme e sua cauda quando voltasse para o mar, ao qualquer hora do dia. O amor que Thálassa tinha pelo jovem era tão grande que ela havia lhe concedido a imortalidade. Para que pudessem viver juntos para sempre. Além de dar tudo o que ele queria, ela construira um castelo debaixo d'Água para que ele pudesse ter todo o conforto e luxo.
Mal sabia a deusa o que Kleto fazia quando ia a terra firme...

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Risos ecoavam na caverna. Era de manhã ainda e o sol do fim da primavera estava bem quente para a época do ano, em poucos dias chegaria o verão, mas era como se ele já estivesse chegado.
Kleto tentava visitar Brina quase todos os dias, e quando ele ia para terra firme, os dois se encontravam em uma caverna perto da tribo.
A jovem se enroscava nos lençóis que estavam no chão e ria como uma criança. O sorriso de Brina era com certeza o mais belo que Kleto já vira em toda sua vida. Ele a amava.

- Pare!... Pare já ! - mais risos saiam da boca da jovem. - Nao me faça... Não me faça cócegas... Okay! Okay, eu me rendo...

- Só paro com uma condição... - dizia Kleto levantando o dedo indicador e fazendo biquinho. Brina assentiu, esperando que ele falasse a condição. - Se... Se....

- Fale logo! - disse a jovem, soltando um risinho tímido.

- Se, você dizer que me ama, e que nunca amará ninguém do mesmo jeito.

- SIM! EU TE AMO! E nunca, nunca mesmo irei amar alguém como eu te amo, Kleto. - as últimas palavras saíram como um sussurro, e em seguida os dois se beijaram, um beijo tão apaixonado e intenso, que eles nem perceberam que alguém tinha entrado na caverna.

- Oh! Pelos deuses- ouviram o som de algum objeto de metal cair e uma voz fraca dizer atras deles, que se viram na hora. - O que? O que vocês dois pensam que estão fazendo? - era a curandeira da tribo, uma idosa fraca de cabelos brancos, de olhos cansados cor de carvão, mas com toda essa fragilidade aparente era forte e muito sábia, além de ser uma feiticeira também.

- Nalla... Não, não é isso que está pensando... - Kleto ficou desesperado, não sabia o que dizer ou fazer, estava imóvel, e tentava procurar as palavras certas, mas sabia que não poderia enganar Nalla. " O que estou pensando? Quem quero enganar? Ela viu, e não adiantaria enganar-la"

- O que ela dirá quando descobrir ? - Nalla não queria contar, pois era fiel ao seu povo,mas era ainda mais fiel aos deuses, então se não contasse...

- Pelo amor dos deuses Nalla... Ela não pode saber, não diga nada a ela, sim? - Brina estava com medo do que Thálassa faria, e queria convencer a velha a qualquer custo. - Faremos qualquer coisa! Te daremos o que quiser, mas, não conte a ela, por favor!

- Não, eu não irei contar... Vocês iram! E se não contarem... Eu vou ser obrigada a fazer... O que ela faria se descobrisse que estamos escondendo os dois ? - Nalla estava perto de Brina e tocou em seu ombro, quando sentiu... - Ah!

- O que foi Nalla? - a velha caiu de joelhos após tocar em Brina. - Vamos! Diga! - Kleto, correu até a curandeira para ajudá-la a se levantar.

- Ela... Oh meu... Oh deuses... Ela... Ela está grávida! - Kleto largou o braço da velha e empalideceu, e Brina chorava desesperadamente.

- Não, não pode ser! - a velha curandeira levantou-se e foi até a entrada da caverna, e virou se para Kleto e disse:

- É melhor vocês falarem... Muitas pessoas vão sofrer se não o fizerem... - e desapareceu, do mesmo jeito que surgiu.