Milla estava entre as rochas perto do porto. Seus cabelos cor de fogo balançava com o vento daquela tarde. Sempre gostava de ir ali, e ver os humanos vivendo sua vidinhas. Odiava o fato de que ela que poderia estar ali, correndo de um lado para o outro ou dirigindo essas engenhocas que eles chamavam de "carroça". Odiava mais ainda, o fato de ter que ir ali escondido, eles não podiam ver-la. Sua mãe sempre dizia: "O que os humanos não entendem, eles abominam." Ela sempre dizia que era perigoso se alguém a visse, mas ela nunca a ouvia, e quase todas as tardes ia pra lá...
- Ei... psiu... Milla... - Milla olhou assustada, e viu de relance o belo cabelo loiro e rosto perfeito de seu amigo, e virou-se dizendo...
- Shiuuuu... Quer que alguém nos veja? - Kaleb foi pra perto dela, e Milla virou se para onde olhava. - O que você faz aqui?
- Eu que te pergunto... Você sabe que nenhum de nós pode vir até aqui, e...
- Cala a boca... - Milla disse isso com um tom de raiva, mas não era assim que ela queria que soasse...
- Não calo, você sabe que é perigoso...
- Desculpe Kaleb...
- Tudo bem... Vamos, sua mãe está procurando por você. E logo imaginei que você estaria aqui, e por isso... - Kaleb e Milla eram melhores amigos se conheciam desde, bem, desde de sempre. Os dois eram como carne e unha e se conheciam como ninguém.
- Você... você não disse nada a ela não é?
- Não, não disse, pode ficar tranquila Milla, de mim ela não saberá nada.
- Ai que bom...
- Vamos... - Milla deu uma última olhada para o porto... e seguiu Kaleb para dentro da água.
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Os dois já estavam chegando em uma espécie de "cidade submarina". Era AquaCity.
- Não é justo sabia...
- O que não é justo? - Perguntou Kaleb confuso.
- A maldição...
- Milla...
- Não é justo, nos termos que pagar pelo que aquele idiota fez... Já se passaram mil anos... Mil anos, Kaleb! - Milla agora gritava... Ela nunca se conformara do que acontecerá, antes mesmo dela nascer...
- Milla...
- QUE FOI?! - Os dois já haviam chegado na entrada da cidade, e todos que passavam olhavam Milla com cara de espanto... O rosto de Milla corou de vergonha... Todos se entre olharam confusos e voltaram aos seus afazeres... Kaleb a puxou pelo braço, e logo saíram do meio da multidão.
- Ei, você tá doida? - Milla abaixou a cabeça e não respondeu, estava morrendo de vergonha. - Você sabe que não podemos falar sobre isso... E além do mais... Não temos escolha, você sabe, não tem como quebrar a maldição, e...
- Você sabe que tem sim! - Realmente tinha. Toda lua cheia, eles ganhavam pernas ao sair da água, mas se eles não voltasse até o nascer do dia eles não receberiam suas caldas de volta e seriam "condenados" a viver em terra firme. Os governantes de AquaCity proibiam os aquarianos de saírem a lua cheia, e diziam que quem saísse morreria, o que era mentira, e a maioria da população não sabia da verdade por isso obedeciam, porque tinham medo, pois quem tentasse sair e fosse descoberto iria preso. A lei dos aquarianos (sereias e tritões) é um pouco diferente da dos Humanos.
- Milla? - Era Zallena, mãe de Milla. Os dois foram conversando, e quando viram já estavam na frente da casa de Milla. - Te procurei por toda parte! - Zallena correu e deu um abraço acolhedor na filha. Ela era um tipo de mãe, digamos que, super protetora...
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Cântico das sereias
Fantasy"Essa é a nossa verdadeira história, e a quem diga que ela não seja real." Lorena Andrade para Wattpad. 2014-2015 Copyright ©