The end.

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Shivani estava a caminho de seu psicólogo, tinha voltado a se encontrar com o médico fazia 2 semanas, estava frágil como uma flor, magnólia em especial, a sua preferida e de Joalin, sorriu fraco ao se lembrar disso. Ela sentia falta da, agora, ex namorada, mas precisava de espaço e tempo para se sentir melhor, não queria acabar sendo um peso para ela. Suas crises de ansiedade haviam voltado e estavam ficando piores, realmente estava se sentindo um problema a todos, estava completamente destruída por dentro. Hoje não era um dia normal, sentia. E não era em um bom sentido.

       (...)

— Então o que tem no seu coração? Hoje?- O homem de ombros largos sentando a sua frente perguntava

— Tudo, eu acho...

— Tudo? Uh eu acho que tudo é muita coisa... Por quê não falamos sobre como está se sentindo?

— Hm... Pode ser- Ela estava completamente exausta, não se lembrava nem por que estava ali, só queria ir para casa e chorar

— Como está se sentindo agora Shivani?

Perdida... Eu acho. Meio que vazia.

— Vazia?- Se ajeitava estupidamente naquela poltrona

— É, eu não sinto nada- Aquilo era assustador para Shivani mas era a verdade- Tipo, eu não... Me importo mais sabe?

— Não se importa com o quê?- Ridiculamente ele verificava a hora num relógio de parece que era logo de Shivani

— Com... Nada. Com a faculdade, comigo, com os meus pais, minhas amigas ou minha namorada.- Brincava com os anéis em seus dedos, estava completamente ansiosa

— Com nenhum?

— Não... É... Eu me importo com todos mas... Não sou quem eles precisam que eu seja- Sim, eles precisam de você Shivani. Você é a luz para todos

Mas quem é que eles querem que você seja?- Mais uma vez verificava o relógio

— Alguém... sem problemas

— Verdade? Mas como você pode ser uma pessoa sem problemas?

— Eu não sei.- E não sabia mesmo

O celular do psicólogo começa a tocar com aquele toque enjoativamente alto

— Me desculpe por isso- Ele rejeitava o telefonema, parando aquele som- Podemos continuar... Parece que há uma coisa de que precisa que não está conseguindo... Vamos começar daí

Shivani se ajeitou na poltrona, segurando suas mãos com força, sua garganta estava extremamente presa e logo seus olhos estavam completamente cheios de lágrimas

— Eu preciso parar.- A torneira que segurava suas lágrimas acabara de estourar deixando tudo mais doloroso

— O que precisa parar?- O psicólogo perguntava meio confuso ajeitando seus óculos

— Eu preciso parar... Com tudo- Shivani mal podia falar de tanto chorar, estava em pedaços.- Com as pessoas, a vida...- Aquele foi o auge do seu medo, era ela contra ela mesma naquele momento

— Vida?- O doutor pegou uma caixinha de lenços e a entregou em suas mãos- O que quis dizer com "parar com a vida"?

Shivani então pegava um lenço e limpava as lágrimas que caiam sem parar

— Eu não sei

— Isso é uma coisa muito séria para se dizer Shivani

— Eu, eu sei... Eu não queria dizer isso... Eu acho.- Respirava e contava até 3- É uma coisa em coisa em cima da outra, estou exausta

Foram interrompidos novamente pelo celular  agora de Shivani, era Joalin, e por Deus como atender e sair dali, mas precisava acabar com aquilo e não queria machucar Vivii com sua voz de choro ou preocupar a mesma. Essa sempre foi a desculpa para todas as ligações que ela não atendia de Joalin

— Tudo bem se quiser atender- Disse anotando algo em seu caderno

— Está tudo bem. Podemos continuar- A morena verificou as horas em seu celular- Quer dizer, preciso ir, tenho compromisso, mil desculpas

— Tudo bem, se quiser conversar mais tarde, sabe que eu estou aqui. Apenas se cuida senhorita Paliwal

        
          (...)

Era mentira. Não tinha compromisso nenhum. Nada. Shivani queria morrer. Pensou naquela palavra várias vezes durante aquela conversa com seu psicólogo, não quis dizer em voz alta pois é algo assustador. E estava mais assustada ainda pois sentia que estava falando sério

Ela saiu daquele consultório e esperou que aquele senhor de ombros largos fosse atrás dela. Mas ele não foi. Talvez fosse por que sua amante acabara de chegar para cessar suas necessidades pervertidas. Ele a deixou ir embora, Todos nós deixamos ela ir embora e isso era completamente trágico.

Então foi para casa, arrumou tudo do jeito que mais gostava, devolveu seu uniforme aonde trabalhava com Sina - Que por azar também estava de folga, talvez num parque com Heyoon- passou em uma farmácia pegando uma caixinha de lâminas de barbear e saiu daquele estabelecimento. Em casa vestiu roupas velhas e encheu sua banheira. Pegou seu celular e leu todas aquelas cartas de Joalin, que ela já havia lido no dia anterior e mandou um simples SMS para a ex namorada

"Alguns se importaram, mas não o bastante. E nem eu me importo mais. Eu sinto muito por isso, me sinto uma completa idiota por fazer isso e te machucar. Mas preciso que pare, preciso me sentir leve. Me desculpa. Eu te amo muito minha pequena estrelinha. Adeus"

Foi sua última mensagem, a mais dolorosa de todas.

Entrou na banheira. Cortou os pulsos. E sangrou até a morte. A pequena Magnólia morreu, sozinha.

5 Letters before the end • ShivlinOnde histórias criam vida. Descubra agora