Durante a nossa caminhada, descobri que Sophie era uma menina muito peculiar em vários aspectos.
- Quantos anos você tem? - Perguntei.
- Quantos anos VOCÊ acha que eu tenho? - Ela retrucou.
- Não sei. Dezoito, talvez?
- Nossa, você é a primeira pessoa em muitos anos que acerta minha idade de primeira!
- Agora é a sua vez.
- De quê? Adivinhar a sua idade?
- Sim.
- Está bem. Vejamos, é musculoso, mas não muito alto. Tem uma barba enorme horrível, mas dá pra ver o rosto de "novinho" - disse fazendo aspas com as mãos – por baixo dela. Hum... Difícil, porém vou chutar vinte e oito.
- Você também é muito boa! Acertou. - Respondi. - Então você acha minha barba feia, hein?
- Desculpa a sinceridade, mas não gosto de barba. Não mesmo. Acho que isso esconde, de certa forma, quem as pessoas realmente são.
- Nossa, você tem pensamentos bem maduros para alguém da sua idade!
- Obrigada, sempre ouvi isso de pessoas que me conheciam. Eu me achava incrível quando ouvia isso. Porém comecei a perceber que nunca me encaixei nos grupinhos de pessoas da minha idade. Eu percebi, também, que a culpa era da minha maturidade perante certas situações. Isso me abalou muito durante uma época da minha vida, mas hoje eu percebo o quão idiotas as pessoas da minha idade podem ser, então, não ligo mais. Além disso, me afastar das pessoas me aproximou de algo muito maior...
- Os livros?
- Sim! Como soube?
- Bem, eu te vi lendo lá na cafeteria antes do cara babaca chegar.
- Por isso você foi me ajudar, você estava vendo tudo!
- Desculpe, não quis ser intrometido, mas, quando desviei os olhos do meu livro e vi você lendo, fiquei tão feliz! Eu nunca conheci nenhum jovem que lesse como você estava lendo. Perdão.
- Sem problemas. Então, você também lê, pelo visto.
- Ah, eu adoro ler! Acho que é uma atividade muito incompreendida.
- Você é um cara legal, bem diferente dos arrogantes da sua idade.
- Bem..., obrigado? Eu acho... - Acabei dando uma risada.
- Sim, foi um elogio. - Ela riu também.
Nós conversávamos tão fluidamente que eu nem percebi quando chegamos no prédio dela.
Era um lugar até que bem novinho e bonito. Não tinha muitos andares e parecia bem acolhedor.
- Muito obrigada por me acompanhar. Adorei a sua companhia e adorei te conhecer também. - Ela disse.
- Igualmente. Espero que nos trombemos por aí, Sophie. - Eu respondi.
Após isso, ela sorriu e entrou no prédio. Eu segui meu rumo pensando na menina de cabelos castanhos e personalidade forte que havia acabado de conhecer.
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Sophie
ChickLitDaniel é um cara de 28 anos que vive em Vancouver, Canadá. Ele leva uma vida pacata, porém sem conhecer ou sentir as complexas e profundas relações humanas. Tudo isso muda quando ele conhece Sophie inesperadamente. Uma garota com personalidade forte...