Sophie

O Pedido

  Sophie chorava muito. O rosto dela era um misto de alegria e surpresa.

  - É sério o que você está falando?

  - Completamente sério.

  - Ai, meu Deus... - Ela colocou as mãos entre o nariz e a boca em formato de oração. - Sabe, Daniel, ninguém nunca quis ser meu amigo, não verdadeiramente. Ninguém nunca me conheceu e, por isso, quis ser meu amigo. Eu juro que não sei o que dizer, mas acho que só vou responder com um sincero... Sim!

  Eu parei e a olhei chorando e sorrindo ao mesmo tempo. Eu me sentia incrível. Aproximei-me um pouco dela e a abracei. Ela, felizmente, retribuiu.

  Durante aquele abraço, parecia que eu podia sentir a energia dela. Uma energia boa. Nunca fui um cara muito religioso, então, nunca tive muito contato nem muita crença nessas coisas, mas, naquele momento, eu juro, eu podia sentir uma energia MUITO boa vindo dela. Nem eu acreditava.

  Um tempo depois, ela soltou o abraço, e eu fiz o mesmo, apesar de que eu queria muito a abraçar para sempre. Ficamos encarando um ao outro e foi quando percebi que estava bem escuro. Peguei o celular e chequei a hora.

  - Meu Deus! Já são nove e meia! Como o tempo passou rápido. É melhor nós irmos. Vem eu te deixo em casa. - Disse levantando e estendendo a mão para ela levantar também.

  Voltamos a caminhar e chegamos ao meu carro.

  - Tem certeza de que não estou atrapalhando?

  - Claro que não, Sophie. Até porque, eu moro perto de você.

  - Sério?

  - Sim, descobri ontem a caminho de casa.