É O Que Me Torna Especial

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   Oi, eu me chamo Lucky. Tenho 17 anos de idade, eu morava em Durango no Colorado. Aqui é uma cidade pequena, com poucos habitantes, 18.000 habitantes mais ou menos. Moro com minha mãe, Angelina, e com minha irmã, Serena. O meu pai foi morar em Nova Jérsei quando eu tinha apenas 6 anos, ele foi à trabalho.
   O meu pai, mais conhecido por toda a minha família como Doug, é médico do maior hospital de Nova Jérsei, o Western Massachusetts Hospital. E pra quem não sabe, fica localizado em Westfield. Pelo o que eu me lembre, Doug é cirurgião. Não gosto muito de chamar meus familiares pelo nome dado pela árvore genealógica. Eu os chamo pelo nome mesmo.
   Eu fui diagnosticado com a Síndrome de Asperger, que é a Síndrome mais leve entre os outros tipos. É muito mais comum em menino que em meninas...Ah! Eu tenho um bichinho de estimação, o nome dele é Pascal, ele é um Mustela putorius furo. Mais conhecido como furão.
   Eu estudo muito sobre as espécies de aves,  passei a me interessar cinco vezes mais sobre as aves depois que eu assisti ATYPICAL. É uma série que fala sobre a vida de um menino autista, eu pareço bastante com ele, o que é muito estranho.
   Fui diagnosticado com 5 anos, eu não socializava com muitas pessoas, apenas com a minha família e com um menino, o Mattew, que hoje em dia é o meu melhor amigo e o único que me entende. Eu trabalhava como garçom em um restaurante próximo, só que eu fui demitido por fazer perguntas de mais para os clientes e de acordo com eles, eu assustava...
   Bom, eu sou muito sincero, e eu penso muito também. As vezes, alguém fala uma palavra e essa palavra fica na minha mente durante muito tempo, e eu fico a repetindo muito, e eu sempre me distraio com isso. O que é péssimo por que eu sou MUITO focado. E gravar as coisas é o meu maior dom.
   Eu estava tendo consultas com uma terapeuta, a Anna. Mas ela está com um pequeno ser dentro de sua barriga, cujo o nome seja bebê. Ela está precisando de um tempo para ela por causa desse alienígena que ela engoliu, e mesmo sabendo que é uma criança que está ali dentro, eu prefiro chamar de 'bebê ET'...Assim eu gravo mais rápido.
   Serena, que pra quem não lembra, é a minha irmã, ela é 2 anos mais velha que eu, e eu sou mais responsável que ela -tsi- o que é bem irônico. Eu não acho que a idade seja o alvo da maturidade, aliás, maturidade é pra quem quer e não pra quem diz que tem. Voltando ao assunto, ela sempre me diz que eu é que sou o "normal".
   Eu acabei pensando muito nisso que ela disse. E ela me disse também, que é por que eu vejo o mundo da forma que ele realmente é, sem um filtro por cima. Eu achei muito legal da parte dela, por que...Até os 11 anos, ela implicava muito comigo, até perceber que eu realmente precisava dela...Eu dependo dela para várias coisas, porém, vou completar os meus 18 anos e não serei mais uma criança.
   Eu não vou mentir, eu não sei se gosto ou se eu não gosto de ser uma pessoa autista. Na verdade nenhuma pessoa autista quis nascer assim...Mas...Precisamos aprender a lidar com isso, fora os sons que -argh- incomoda muito mesmo! Eu, por exemplo, não sei quando eu amo ou não amo uma pessoa, eu não sei o real sentimento, eu sei, só que eu não sei quando estou sentindo. O Autismo me fez perceber, que é isso o que me torna..especial...
    

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