Capítulo 1

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Era 1885 e ele havia acabado de fazer 22 anos. Estava no escritório de casa relembrando seu aniversário. Ele foi com os amigos à uma boate. Beberam bastante e ele, como aniversariante, escolheu a mulher mais bonita para ir ao quarto com ele.

Só de lembrar ele já sentia uma animação em suas calças. Seus amigos também se divertiram como ele.

Arthur, Esteven e Alan estavam sempre com Noah. Os quatro eram alguns dos solteiros mais cobiçados da sociedade Londrina. Inteligentes e de boa família, as moças sempre suspiravam quando os encontravam.

Eles cresceram juntos, frequentaram o colégio juntos e só se separaram na Universidade. Noah escolheu Administração, enquanto Arthur e Esteven cursaram Direito e Alan Medicina.

Agora com 22 anos, ele estava de volta à casa do pai e iria trabalhar com ele, como havia prometido.

Todos estavam de volta a Londres e se reencontraram para o aniversário de Noah. Passaram a noite contando como foram os anos fora e prometeram arrasar com os corações da jovens na temporada de bailes que começava.

Em Abril teve um baile em que os quatro amigos foram. Noah dançou com algumas moças, mas nenhuma chamou sua atenção para propor um relacionamento sério.

Eles a examinavam como se as estivessem escolhendo em uma vitrine. Tinha que ser bonita, bem nascida, não podia ser tola demais e precisavam ter boa saúde.

Noah beijou uma delas, escondido no jardim durante o baile. Mas não foi até sua casa pedir para a fazer a corte. "Vou esperar mais um pouco" pensou.

Voltou para o baile e com os amigos paqueraram mais outras mocinhas.

Alan dançou com uma senhorita de 18 anos e voltou apaixonado. "Conheci a mulher da minha vida"

Os amigos riram. "Como pode ja dizer isso, após uma dança!!" Arthur exclamou e Noah concordou dizendo "Pelo menos está na flor da idade, parece bem saudável para aguentar seu fôlego" e eles riram.

"E você Steven? Gostou de alguma?" Alan questionou o amigo.

"De várias, inclusive uma delas tem um corpo maravilhoso".

"Como você sabe?" disse Alan.

"Porque eu passei a mão por ele todinho" respondeu rindo.

Alan era o mais certinho dos amigos e realmente levou a sério a senhorita que dançou. No outro dia enviou flores planejando corteja-la.

"Vamos perder um do grupo" disse Arthur rindo, quando se encontraram no clube na outra semana. Os outros riram e brindaram ao novo relacionamento do amigo.

"Boa sorte" Noah desejou.

Seu pai não frequentava a sociedade fazia um bom tempo, mas era respeitado nos negócios e tinha alguns parceiros comerciais com quem se encontrava de vez em quando para reuniões, uísques e algumas partidas de xadrez.

Era o máximo que ele fazia fora de casa. Nem a casa de campo ele tinha ido mais. Somente Noah aparecia por lá as vezes e de vez em quando levava alguma amante com ele.

No último final de semana de Abril ele foi até lá com uma artista que havia conhecido na noite de Londres.

Passaram quase o fim de semana inteiro no quarto. "Isso que é vida" ele pensava enquanto a via se levantar de sua cama.

"Alan é louco em se casar agora, os homens têm bastante tempo para fazer isso. Ainda posso ter como esposa uma mocinha de 18, mesmo daqui há alguns anos.

Eles voltaram juntos para Londres e Noah a deixou onde havia a encontrado duas noites atrás. Foi para sua casa e quando entrou seu pai estava saindo do escritório.

"Noah, vem aqui" o pai o chamou.

"O que foi? Aconteceu alguma coisa?" seu pai estava falando quase sussurrando.

"Encontrei uma moça desmaiada no jardim"

"Como ela foi parar no jardim?" Noah questionou pensativo.

"Não sei, nenhum dos funcionários da casa a conhecem. Ela parece meio confusa.. Ela está no escritório, vamos até lá".

Entraram juntos e a invasora estava caída no chão próximo à mesa. Eles a pegaram no colo e a colocaram no sofá.

Ela era linda, com cabelos castanhos compridos que caiam sobre seu ombro. Estava com um vestido lilás estranho.

"Você já a viu antes?" Christopher perguntou ao filho.

Noah foi até o sofá olhar a moça mais de perto para ver se a reconhecia. Mas não, nunca havia a visto antes.

Ela abriu os olhos, piscando e Noah avisou o pai que ela estava acordando.

Entregaram um copo de água para ela e perguntaram se ela estava bem. Ela realmente parecia muito confusa pois ficou perguntando que dia que era e ano.

"Será que ela tomou um porre e acabou entrando na casa errada?" Noah pensou divertido "Ela parece alguma artista de teatro com esse vestido" ele queria rir, olhou para o pai que estava a olhando desconfiado e respondeu "1885"

Ela parecia estar passando mal, sua mão tremia e ela começou a falar coisas sem sentido. Inclusive uma língua estrangeira que não conheciam.

Ele e o pai se olharam sem saber o que fazer. O pai ofereceu a carruagem para levá-la embora e ela estava ficando cada vez mais nervosa.

Ela começou a chorar e tirou de dentro do decote uma caixa retangular preta. Seu pai corou quando ela quase mostrou seus seios. Noah queria rir e estava achando tudo aquilo divertido.

"O que será que é isso?".

A estrangeira disse que o nome daquilo era celular e se apresentou como Samantha.

Noah pegou o celular para examinar mas não sabia o que fazer com aquilo.

Cumprimentou a moça com lisonja, afinal ela era linda e disse conhecer seu país, Império do Brasil. Já havia ouvido falar, mas nunca tinha visitado antes. "Como ela veio de tão longe" pensou.

Então a estrangeira disse que o aparelho era um telefone e seu pai ficou convencido de que ela havia entrado ali para distraí-lo enquanto roubava. Talvez ela fizesse parte de algum bando. Afinal não existia um telefone daquele tamanho, ela estava mentindo descaradamente.

Irritado ele a expulsou de lá e ela começou a chorar falando coisas sem sentido novamente. Tomou o celular de sua mão e quando tentou guardá-lo dentro do vestido aquilo se iluminou.

Assustados eles assistiram a estrangeira mostrar fotos e vídeos que passavam naquela caixinha.

"Como pode isso estar acontecendo??" pensou "Por que ela disse pertencer à 2017? que loucura!"

Ele viu a própria casa, mas ao redor era totalmente diferente. Pessoas com roupas estranhas andavam pelo jardim.

Nos vídeos a estrangeira aparecia quase sem roupas e possuía alguns desenhos nos braços. Pessoas ao redor dela também tinham desenhos no corpo.

"Como era possível essa mulher ter vindo do futuro e ter aparecido bem ali, na sua casa!" Noah pensava assustado.

Ela começou a gritar que não tinha mentindo. Mas então ele respondeu que eles também não. Eles estavam mesmo em 1885.

London London - Volume II        A história de um libertino Onde histórias criam vida. Descubra agora