Capítulo 22

296 22 2
                                    


Com tudo o que estava acontecendo na vida de Nano, ainda tinha Samu pra colocar tudo a perder. Ter saido de casa, foi uma apunhalada que o pqueno Samu deu em Nano, desmoronando o castelo que o irmão havia erguido. Pelo menos para Nano.

Nano amava o irmão de uma tal maneira, que até sua mãe ficava assustada com o comportamento do rapaz, ele já havia admitido para si mesmo, que o amor entre ele e o irmão, iria muito além, que ninguém poderia entender. Porém tudo não passava de um fetiche criado em sua cabeça.

Samu estava em outra.

Vagando pelos corredores em Las Ensinas, um Nano com olheiras e hálito de cachaça, procurava os irmão.

Um misto de sentimentos, onde o ódio era o tempero principal.


Pov Nano.

Os corredores estavam lotados de alunos, todos passavam por mim, e poucos olhavam em minha cara.

Bandos de filhos da puta.

Chego na última sala do corredor, e olho através do vidro da janela, e avisto Samu sentado fazendo a lição.

Avanço mais três passos e o mesmo me avista me seguindo com os olhos, assim que entro na sala, o mesmo se levanta num pulo.

"O você faz aqui Nano!" Me pergunta aflito.

"Eu vim saber porquê você saiu de casa?" Falei tentando manter a calma. O que estava falhando.

"Eu estou morando com o Guzmán!" Ele me fala como se fosse a coisa mais normal do mundo.

"E você fala como se não fosse nada caralho?" Levanto a voz, fazendo o pequeno dar passos para trás. Jamais o machucaria.

"A mamãe me deu permissão!"

"Não interessa!" Falei agarrando se braço . "Você vai voltar pra casa hoje mesmo, se não não responderei por mim!"

"Saia daqui agora, se não eu vou fazer um escândalo!" Falou Samu com seu olhar seco, que me deixou com um pouco de medo. Nunca tinha visto ele assim, parecia determinado.

"Você não vai fazer nada!" Gritei o puxando para mais próximo de mim, roubando um beijo.

Samu se debatia, tentando fugir de meus braços, mas o apertei tão forte, fazendo com que ele não tivesse escolha, pisei em seus pés prendendo ele em minha frente, além disso Samu ainda trancava sua boca, em sinal claro de que não me queria. A única coisa que fiz foi morder seus lábios para ver se ele cedia.

Ele cedeu, porém começou a gritar chorando.

"Mais que porra é essa?" Falou uma loirinha assustada.

Larguei Samu no chão e sair correndo, antes que me pegassem.


Pov Carla

"O que aconteceu aqui?" Perguntei para Samu que me olhava assustado, e chorando muito.

"Samu o que houve?" Perguntei tocando em seu rosto. Samu estava com um ferimento em sua boca, causado por seu irmão. Do ferimento escorria sangue, da boca ao pescoço, Samu por outro lado se tremia de medo.

Caralho eles estavam se beijando.

Bom na verdade Nano estava beijando ele.

Estupro talvez?

Pelo desespero de Samu, talvez sim. Ou sem dúvidas sim?

"N Não me deixe sozinho!" Falou Samu entre o choro.

"Eu tenho que leva-lo à enfermaria Samu!" Falei nervosa, doida pra sair dessa situação.

"Não me deixe por favor!" Falou Samu cuspindo sangue.

"Calma Samu, eu vou te ajudar!" Falei para Samu, enquanto procurava meu celular em minha bolsa.

Ligo para Polo, e o mesmo aparece correndo pelo corredor até nos achar.

Polo pega Samu em seu colo, e sai pelo corredor com pressa, desviando de todos.

"Sai sai!" Falei empurrando algumas garotas em minha frente.

"Sai da frente caralho!" Falou Polo irritado.

Todos da escola olhavam para nós assustados.

Nádia, Ander, Lucrécia e Christian.

Estavam na enfermaria assim que deixamos Samu na sala de curativos. Todos estavam se perguntando o que havia acontecido.

"Carla o que aconteceu naquela sala?" Perguntou Lucrécia ao lado de Christian, enquanto Polo olhava de canto, e Nádia falava ao celular.

"Amiga eu não sei, acho que ele caiu, quando cheguei na sala ele estava no chão com a boca sangrando." Falei meia sem graça, pois o que vi foi terrível.

"Como assim Carlinha?" Perguntou Lucrécia.

"Ele deve ter escorregado Caralho!" Falou Christian com os olhos lacrimejando.

"O Guzmán está vindo!" Falou Nádia arrancando um olhar de desdém de Lucrécia.

"Bom. Parece que o seu irmão também está vindo para cá!" Falou Ander revirando os olhos e mostrando a tela de mensagem de seu celular.

"Eles são amigos!" Falou Chris se sentando em uma cadeira. "É normal que se preocupe!"

"Sei...!" Falou Ander olhando para Nádia.

"Caiu e rasgou os lábios. Que sorte hein?" Falou Lucrécia em deboche, e eu fuzilo ela com o olhar.

"Menos caralho!" Falei indignada. "Mostra um pouco de respeito pela situação!" Repreendi Lucrécia, que revira os olhos.

"Tudo bem!" Falou Lu baixando a bola, e se sentando ao lado de Chris.

Polo me chama para um canto, onde todos não nos ouvissem.

"Carla você sabe o que aconteceu com o Samu?" Perguntou Polo, meio sem graça.

"Pólo querido. Te conhecendo bem, sei que fazerá um escandalo quando souber, por tanto em casa conversamos!" Falei fazendo carinho em seu queixo.

"Puta merda Carla!" Falou Polo se tremendo. "O que você fez?" Engoliu seco, tirando minha mão de seu rosto.

"Eu não fiz nada querido. Pergunte ao Samu o que foi que ele fez, do porquê de tudo isso!" Falei para Polo enquanto todos olhavam para onde a enfermeira tirava a cortina e revelava um Samu completamente desnorteado.

Ao me ver o mesmo fecha os olhos, começando a chorar novamente.

Será medo?

Mine?Onde histórias criam vida. Descubra agora