Algo errado?

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Depois de mais uma noite torturante de pesadelos, o jovem Uzumaki lentamente começou a se preparar para o seu dia, ainda se sentindo exausto devido a noite conturbada, Naruto não sabia o que era pior, dormir oito horas por noite, mas se afogando nas suas amargas lembranças, passar a noite em claro ou descansar apenas por duas ou três horas, mas sempre acordar e sentir que não descansou o suficiente.

"Você vai naquela missão não vai?"

"Sim"

"E você não vai contar para ninguém o seu problema, não é?"

"Não"

"Você é um completo idiota!"

Escutando as reclamações do seu companheiro, Naruto apenas seguia a sua rotina, ele se levantava, tomava banho, comia, trancava a casa e saia em direção do escritório do Hokage para receber a sua próxima missão, cantando um mantra em sua mente e orando aos céus que os seus ataques não interfira.

"Kakashi-sensei!"

"Ah Naruto, era exatamente você que eu estava esperando, hoje eu acabei de receber uma classificação A à pedido da princesa da aldeia da erva escondida. Você só precisa escolta-la até a sua vila e protege-la de alguns mercenários que querem impedir o tratado de paz entre nossas aldeias"

"E tem previsão de quanto tempo vai durar essa missão?"

"Em média seria dois dias para ir e dois para voltar, mas a princesa não tem resistência então acredito que acabará levando uns quatro para ir, então arrume suas coisas, você provavelmente vai ficar uns sete dias fora"

"Dattebayo! Considere essa missão concluída Kakashi-sensei, Acredite!"

Fingindo estar animado, o pobre Uzumaki se despede e retorna a sua moradia para arrumar as coisas e logo parte em direção à entrada da vila, libertando assim Shikamaru das suas obrigações como anfitrião.

"Prazer em conhece-la princesa, eu sou Uzumaki Naruto e um dia vou ser o Hokage, Acredite!"

Com um sorriso no rosto, o loiro caminhava vagarosamente pela estrada, tentando manter um ritmo estável em que a jovem moça poderia acompanha-lo e entre pequenas conversas, que os dois chegaram a aldeia da moça. Naruto a acompanhou durante todo o percurso, lutando com diversos mercenários que tentavam por em risco a vida da princesa e depois de quatro longos dias eles conseguiram chegar a vila da erva escondida.

No quinto dia, Naruto participou de algumas reuniões como representante do tratado em nome de Konoha e no sexto começou a sua viagem de volta ao lar, no sétimo, quando o sol começava a se por e os tons escuros zagiam no céu noturno, o belo Uzumaki relembrava o seu Hokage sobre como fora a sua viagem e lhe entregava a folha que simbolizava o contrato que unia as duas aldeias.

Depois de todas as premissas, o jovem loiro afoito para retornar a sua casa, passava pelos aldeões em sua velocidade máxima, não deixando tempo para comprimentos. Tudo o que estava na mente do jovem era chegar logo e se trancar em casa, para que assim, pode-se fugir dos olhares curiosos.

"Hey, hey, Acalma-se Naruto, respira, inspira, ..., respira e inspira, agora tenta relaxar, nós vamos passar por isso, okay?"

Sem forças para sustentar a sua voz, o loiro foi em direção ao quarto se segurando nas paredes, tentando inutilmente se apegar a algo para que não cai-se. Antes mesmo de conseguir chegar a cama, o seu corpo não conseguia se manter em pé e mais uma vez caia no chão de joelhos, com as lagrimas sem piedade descendo livremente em seu rosto pálido.

"Dói, dói Kurama, e-eu nã-não consig... respir...."

Ao tentar forçar algumas palavras na sua garganta, o garoto apenas agravava mais ainda a situação e em poucos segundos ele já sentia o efeito da falta de oxigênio no seu corpo. E foi assim, em meio aos seus gemidos de dor, lá, caído no chão em uma recém formada poça de lagrimas, o jovem desmaiava de tanta exaustão

"Droga, droga, droga, de novo não!"

Desesperado, Kurama forçou a sua ligação novamente e conseguiu controlar o corpo do loiro e com dificuldade deitar-se na cama. Assim que soube que estava seguro, ele retornou a paisagem mental.

"Um dia ainda vamos ser descobertos"

Soltando um suspiro profundo e sentindo o cansaço chegar ao corpo, Kurama resolveu tentar descansar, mesmo sabendo que quando fechar os olhos, devido a sua conexão com o jinchuriki, a pobre raposa vai poder ver e sentir tudo o que o garoto está passando.

------------------QUEBRA DE TEMPO-----------------

Enquanto o loiro se afogava nos próprios problemas junto de sua biju de nove caudas, todos os seus amigos estavam reunidos na sala do Hokage, junto do cara da cicatriz, como Kurama gosta de chama-lo, Tsunade e sua fiel companheira Shizune.

"Kakashi-sensei por que estamos todos reunidos aqui? E cadê o Naruto? Eu juro que assim que eu colocar as mãos nele eu vo..." Quanto mais falava, mais o ar ia ficando pesado ao redor da rosada.

"Acalme-se Sakura, o Naruto não está aqui porque ele é justamente o problema, tanto eu quanto Iruka estamos vendo uma mudança de comportamento já faz algum tempo e estamos ficando preocupados" Interveio Kakashi, antes que sua afobada aluna começa-se a fazer um estrago em sua sala "Eu sei que pode ser uma ligeira mudança e devido a sequência de acontecimentos que aconteceram posso até considerar, claro, se isso durasse apenas por um ou dois meses, mas já faz dois anos que as coisas não estão tão loucas e isso está me preocupando"

"Eu comentei com alguns de vocês antes, o Naruto não está mais sendo tão Naruto como antes, ele está saindo menos conosco, não o vejo tanto assim pela vila e toda vez que faço uma pergunta sempre a um momento de exitação, como se ele estive-se esperando alguma coisa para depois falar" Completou Iruka.

"Já faz um tempo que eu não vejo o Naruto mesmo, eu sei que estou muito ocupada com as pesquisas, mas desde que conseguimos lhe devolver o braço com as células do zetsu, eu só vejo ele durante as consultas de rotinas, já estou com saudades do bagunceiro" Acrescentou Tsunade e qualquer pessoa naquela sala conseguia sentir a tristeza que era expelida junto de suas palavras.

Houve uma pequena comoção na sala, quando todos perceberam que pequenos passatempos que tinham com o loiro tinham diminuído gradativamente, eram coisas tão corriqueiras que acabavam não dando importância, mas depois de analizarem, todos chegaram a conclusão que isso não era comum do Uzumaki.

Amargas lembrançasOnde histórias criam vida. Descubra agora