II

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Chegamos a uma hospedaria na beira da estrada. Genma já anda bem melhor, parece que realmente não era nada grave. Vamos até a recepção para nos hospedar.

- Um quarto com duas camas de solteiro, por favor. - Diz meu guarda costas para a recepcionista.

Dou -lhe uma cotovelada e pergunto entre os dentes: - Posso saber o porquê de dormirmos no mesmo quarto, Genma Shiranui?

- Não sei se percebeu, senhorita, mas preciso ficar de olho em você. - Ele diz frio e ilegível, mais uma vez pesando a voz ao me chamar de "senhorita".

Definitivamente, meu segurança é um folgado. Nada que um socão na boca não resolva, mas sejamos honestos, eu não acertaria o golpe.

Ele pega a chave, que indica o quarto de número 7, segundo andar. Subimos as escadas num silêncio ensurdecedor. Quero dormir no mesmo quarto que ele não, não confio na minha postura.

Ao chegarmos no quarto, analiso o ambiente em que dormiríamos. As camas estavam em paredes opostas, bem separadas. Sinto um alívio ao notar isso. Vou para a cama que fica a esquerda de quem entra e jogo meu corpo sobre o colchão. Percebo uns movimentos na outra cama. "O que será que tá rolando ali?" começo a me perguntar.

- Ah não, eu não acredito nisso! É sério? - Começo a dizer claramente incomodada.

- O que foi agora, senhorita? - Ele pergunta como se não soubesse o motivo do meu incômodo. Mas é um desplante dessa criatura!

- É sério que a madame vai se fazer de desentendida? - Começo a arregalar os olhos enquanto falo. Conforme as palavras saem, vou reparando mais nele. Também né, ele tirou a roupa, não tem como não reparar. Está de calças (ainda) mas já tirou tudo que cobria o tronco do corpo. Tirou até aquele chapéuzinho estranho. Da cintura pra cima, só se vê músculos, um charme excepcional, um corpo muito bem feito por sei lá qual divindade... foco, Mahina, pelo amor! Ah, e a porcaria do palito.

Perco tanto tempo me incomodando com sua falta de compostura, que nem percebo que estou encarando (denovo).

- Ah... isso? - Ele pergunta cínico, referindo-se ao corpo descoberto. - É só um cara sem camisa, deixa de ser depravada, vai. Pessoas não nascem vestidas, supere. - Ele diz sorrindo de canto de boca. Com certeza está adorando isso tudo.

Ele começa a tirar as calças. "MEU DEUS COMO ASSIM????"

Mas logo acaba vestindo um modelo mais confortável, maleável. Ah, roupa de dormir. Continua sem camisa, mas pelo menos a calça tá ali. "Que susto, meu pai."

- Da próxima vez que me vir sem calças, estaremos fazendo algo bem mais interessante. - Ele diz sorrindo enquanto remexe o palito na boca.

Um pensamento inquietante de "É hoje" não sai da minha cabeça. Céus, olha no que estou me metendo... Ele joga um cobertor em mim e sorri. Não de canto de boca, sorri com tom de bom humor dessa vez.

- Descansa. Senhorita. - Quando essa criatura vai parar de me chamar assim? Isso é irritante. Pelo menos na voz dele.

____QUEBRA DE TEMPO____


Estamos deitados, deveria estar dormindo, mas não consigo. Olho para o lado onde está a cama de Genma. Ele também está virado para o meu lado.  Pelo jeito, ele também não dormiu.

Uma escolta inesquecível - one-shotOnde histórias criam vida. Descubra agora