Prólogo

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Agora estou na beira da piscina da escola, com minha mochila ao meu lado, que guardei algumas pedras dentro. Acho que todos os garotos do clube de natação já foram embora... Eu não sei mais quem eu sou desde que meu pai morreu.

Não sou fraca, mas também não aguento toda essa merda. Eu tentei, mas minha mãe só pensa em como ela ganhou dinheiro com a herança que meu pai havia deixado pra mim, pra minha faculdade.

Coloquei umas pedras no bolso do casaco que vestia. Ninguém ia ligar mesmo... Pulei na piscina.

??? narrando:

Eu tinha treinado muito com os outros garotos do clube de natação hoje pra competir com uma outra escola semana que vem. Eles já tinham ido embora, mas eu estava colocando os sapatos... Até que ouvi um barulho vindo da piscina e fui ver o que era.

Era uma garota... Louise Tomás, da minha sala... Ela tava se afogando.

Pulei na piscina, foda-se que tinha acabado de trocar de roupa. Na água, percebi que o casaco dela estava pesado, provavelmente ela estava tentando se suicidar... Tirei o casaco do corpo dela e a tirei de lá.

Ela estava azul. Tentei fazer respiração boca a boca e... Ela tossiu a água e fui buscar uma toalha para ela.

Louise narrando:

- Eu morri? Quem é você? - perguntei, confusa.

- Eu te salvei. Somos da mesma sala, meu nome é Lucca.- ele disse, passando a mão pelo cabelo molhado.

- Eu não queria ser salva.

- É, eu deduzi isso quando vi as pedras.- ele apontou para o meu casaco.

- E não me deixou morrer em paz do mesmo jeito?

- Fala sério, você é a Louise. A filha do meu antigo treinador... Ele não ia querer isso pra você.

- Esse é o motivo, eu quero ficar com meu pai. Minha mãe praticamente torrou o dinheiro que ele guardava há anos pra minha faculdade. - lágrimas perambulavam pelas minhas bochechas - Só queria que alguém se importasse.

Lucca me abraçou, o que foi estranho já que eu nunca gostei muito de contato físico.

- Eu me importo. E se você pensar em fazer algo idiota, me liga na hora. - ele disse, me dando um papel.

- Você sempre foi assim?

- Assim como? - ele sorriu.

- Bom em natação. Eu não ia conseguir fazer um "resgate" assim...

Ele riu.

- Fui campeão de natação da escola nos últimos dois anos, acho que nunca notou.

- Me desculpe, acho que estava muito concentrada nos concursos de matemática. - sorri.

- Seu pai sempre dizia que nunca tinha visto um nadador tão rápido quanto eu na escola. Me chamava de "Foudre".

- Ele me chamava de "Lumière".

Raio e luz. Uau. Criatividade.

Lucca sorriu.

- Quer que eu te leve pra casa?

- Eu acho que sim, se não for incômodo.

- Não é.

Water (CONCLUÍDO) - AGORA DISPONÍVEL NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora