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Eu gosto de Chris. Eu, Louise Alex Tomás, gosto de Chris.

Era o que eu repetia em minha cabeça. Eu sentia algo por Lucca, e tinha medo disso. Em uma missão, você tem que esquecer seus problemas pessoais.

Fomos até um balcão e a recepcionista nos olhou de cima a baixo, mascando um chiclete. Eu não sabia o que um bruxo diria...

- Viemos por Peter Tomás. - eu disse.

- Primeira sala do quarto andar. - ela disse enquanto mexia em seu celular.

Eu não sabia se bruxos maus agradeciam, então apenas empinei o nariz e peguei um elevador.

Lucca não dizia nada desde que falei aquilo na entrada. Talvez eu tivesse entendido errado ou sonhado... Não, eu tenho certeza que ele disse que não se arrependeu do beijo. Será?

Eu sei que a missão principal é resgatar meu pai e sumir, mas minha cabeça fica lembrando disso toda hora.

O elevador começou a abrir e eu suspirei.

- Ok. Pronto? - olhei para Lucca.

- Vamos lá. - ele sorriu e arqueou a sobrancelha.

Eu finalmente iria ver meu pai.

Quando abri abruptamente a porta da tal sala, que era toda preta e sem nenhum móvel, quase desabei. O chão sumiu dos meus pés e tudo começou a rodar.

Meu pai estava enforcado.

Eu tinha chegado tarde demais.

Eu estava tão, mas tão abalada que não conseguia chorar, apenas olhar o corpo do meu pai.

Lucca colocou os dedos no pescoço do meu pai, provavelmente para sentir a temperatura.

- Foi há umas duas horas. Lou, eu sinto muito que... Nem imagino como isso deve ser.

- Por duas horas. Eu... eu... - comecei a chorar.

Aquilo era bem mais triste e cruel do que achar que ele morreu em um incêndio, mas o pior era saber que aquilo tudo era culpa minha.

- Eu sei que isso é triste e você está abalada, mas precisamos ir antes que alguém nos veja ou te reconheça. - Lucca diz.

Era verdade. Mesmo que eu fosse lerda demais para salvar meu pai, mesmo que eu fosse uma inútil, não poderia colocar a vida de Lucca em risco também.

- Pode ir. Eu vou me vingar desses idiotas assassinos. Esses cretinos... - toda a tristeza se transformara em ódio agora.

- Não vou deixar você sozinha aqui. - ele disse.

- Eu concordo. Vocês não vão lugar algum. - um homem apareceu na porta.

Ele parecia ter uns trinta anos, era ruivo e tinha os olhos azuis mais claros que eu já tinha visto.

Queria que ele voasse para longe, pensei.

Não aconteceu nada. Eu não sabia controlar meus poderes e, por isso, sabia que não tinha chance. Tinha no mínimo 400 bruxos no prédio todo.

Lucca jogou uma bola de fogo no bruxo, mas ele desviou.

- Qual é? Vocês não têm chance nenhuma contra um bruxo como eu.- ele sorriu.

Lucca pulou nele, o derrubando no chão e segurou seus braços.

- Fuja! Eu vou logo atrás. - ele gritou.

Eu hesitei um pouco, mas eu sabia que não tinha como lutar sem saber nada sobre meus poderes, ao menos a ponto de lutar. Então me joguei no elevador e, enquanto ele fechava e Lucca vinha correndo, vi ele levar uma facada do bruxo e cair no chão. Gritei, com a porta fechando e comecei a chorar ainda mais. Meu mundo estava desabando.

Os bruxos sabiam que eu estava vindo e mataram meu pai. Lucca provavelmente iria morrer por minha causa.

Quando saí do elevador, vi Josephine.

Ela pegou minha mão.

- Josephine? O que faz aqui? - perguntei, limpando as lágrimas com as mãos.

- Te explico tudo mais tarde, mas resumindo: eu sou sua bruxa guardiã e tenho que te proteger.

Ela fez um feitiço e nos deixou invisíveis.

- Vamos embora, isso não vai durar muito tempo. - ela parecia séria.

Alec não estava falando dos meus amigos me trairem, e sim ele. Ele sabia tudo isso. Ou pior, ele que contou.

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