O mesmo clichê de sempre, só que lésbico.
Natalie é bem humorada, animada, no geral sempre atrasada, ama starbucks e usa seus cachos sempre em um coque frouxo.
Daiana é levemente fria, distante, tem um temperamento nada constante, ceo de uma editor...
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- Passageiros, por favor, afivelem seus cintos, o voo 504 com destino a São Francisco, está prestes a decolar. - a voz da aeromoça soa pelos alto-falantes do avião de modo mecânico.
Daiana e eu estamos na primeira classe e tudo aqui é de outro mundo apara mim. As poltronas são terrivelmente confortáveis e todos os acentos tem um espaço individual, na entrada há uma especie de bar e uma mesa com alguns petiscos, que parecem recém saídos de um programa de culinária. Minhas pernas estão tremendo e meu estomago está revirando.
Seria muito ruim se eu me trancasse no banheiro até o fim da viagem?
- É só um avião. - dou um pequeno salto em minha poltrona ou ouvir a voz de Daiana.
- O que? - miro meu olhar em sua direção, seu notebook está apoiado em uma as mesinhas e ela tem vários papéis em suas mãos, os óculos pendem na ponta de seu nariz e tenho que segurar o impulso de arrumá-los.
- É só um avião. - repete, seus olhos desviam dos papéis para mim por poucos segundos - Não tem que ficar tão mortificada, nada que nunca tenha visto.
- Hm... Bem, eu nunca viajei de avião então... é tudo meio... novo... - estou nervosa, minhas mãos estão tremendo e não param quietas nem por um segundo. O avião começa a se mover pela pista de repente e eu me encolho com o susto, respiro fundo.
Oi, Deus, sou eu de novo...
- Entendo. - Daiana retira seus óculos e os coloca sobre a mesinha juntamente com os papéis que estava segurando, em seguida aperta um botão no braço de sua poltrona e uma aeromoça surge do corredor.
- Em que posso ajudá-la? - a aeromoça pergunta exibindo um sorriso plástico.
- Um chiclete, por favor.
- Como quiser. - ela some no corredor por alguns segundos e quando volta está com um pequeno envelope em suas mãos, que ela entrega para Daiana. - Com licença. - ela vai embora.
- Aqui - estende o envelope de chicletes para mim - dizem que ajuda a aliviar a pressão nos ouvidos. - da de ombros.
- Obrigada - pego o envelope de suas mãos, abro e pego um dos chicletes, tem sabor de cereja e eu amo - Você quer? - Daiana nega, guardo o que sobrou no bolso da minha bolsa e me contento em esperar pela morte enquanto saboreio meu chiclete de cereja.
Com o passar do tempo olhar as nuvens fica tedioso e eu acabo ficando mais nervosa ainda a cada vez que atravessamos uma e o avião treme incessantemente, pego meu celular e dou play na minha playlist da Disney, ouvir as musicas dos meus filmes preferidos sempre me acalma. Assim musica por musica a viajem vai passando, no entanto, em algum momento acabei me empolgando demais e, ao chegar na minha seleção preferida de toda a playlist não posso evitar cantar.
