Renascimento

Queendom

Queendom

O Queendom era uma conquista para todas no grupo, quando souberam que estavam inseridas no reality que na verdade englobava um pouco mais que só uma competição musical, simplesmente desabrocharam de felicidade e que um espírito de aprendizagem acima de tudo; era um desafio deixarem-se transparecer com mais intimidade como grupo e deixar um pouco da timidez conjunta fora disse era um campo minado ainda amais quando valia algo tão grandioso como um concerto. Acabaram fazendo um pequeno pacto silencioso de transformar tudo isso em uma grande diversão e sempre, acima de qualquer regra fazer o que acreditavam ser o melhor pra si e o que fossem se sentirem confortáveis no palco.

A resposta do público não foi muito diferente do que os staffs e a própria RBW esperava, chegaram a final com ótimos pontos acumulados em diversos aspectos; com uma marcante presença e tranquilidade estavam ali vestidas com o figurino novo em folha, saído de uma arara comum de roupas com seus nomes, ofegavam de cansaço após sua última apresentação uma ao lado da outra na formação original e mais conhecida. Ouviram e viam o público gritar enquanto a troca de transmissão e cenário era feita. Solar, ao lado de Moonbyul como sempre atenta, mas o êxtase positivo de uma apresentação concluída a fizeram tranquilizar o alarme de líder por alguns instante e, assim, ser capaz de aproveitar a sensação de orgulho de si própria e do resto das membros. Os telões menores abaixo de seus pés, a sua frente,  revelavam o foco das câmeras que nunca paravam de se mover mesmo que estivessem em uma pequena pausa para comentários, merchandising e anúncios finais da edição e da próxima.

Os curtos fios acinzentados de Solar moveram-se junto a seu pescoço que abaixou-se trêmulo vendo o que passava a seu lado e mesmo que pudesse apenas virar-se e lançar um olhar suficientemente repressor a Byul, preferiu ver até onde a mais nova iria naquele momento que para ela, era um jogo. Lee Da Hee sorria com os lábios vermelhos e mostrava seus perfeitos e simétricos dentes, tudo naquele rosto se harmonizava; a apresentadora tinha um inegável charme que a irritava profundamente, teve que respirar algumas vezes o mínimo possível para que não fosse perceptível a ninguém; bufou internamente. Seu meio sorriso - já um tanto cansado de segurar sua feição - deu espaço a uma expressão séria. Continuou acompanhando pelas telas.

Mexeu seus pés inquieta assim que viu o sorriso de ambas contrastarem juntamente a estatura que se não fosse reparada num momento trágico, seria engraçado. Os braços finos de Solar não sabiam aonde se enfiar, muito menos vimos e portar quando seu corpo estremeceu em pequenos acessos num misto perfeito de raiva e frustração; umedeceu seus lábios  os mordeu rapidamente depois de virar-se para o lado oposto e então teve a plena certeza de que, se pudesse, trocaria de lugar com Moonbyul apenas para ver o sorriso de Da Hee morrer em meus de dois segundos.

Sorriu brevemente com o pensamento relapso.

Queria não sentir tudo isso, queria ao menos uma vez não estar surtando quando Byul era rodeada de afeto e até um pouco mais do que aquilo, queria poder não ter tantos pensamentos confusos e além dessas infinitas indagações, não ter medo de lidar com o que era impossível de controlar: sentimentos. Por vezes pegou-se imaginando em como tudo poderia ser exatamente mais fácil, em possíveis desfechos para esses tais "sentimentos" por Byul sem que se machucassem no fim, sem que alguém saísse chorando seja por amor ou por um sonho acabado. Esperar era algo que Solar não sabia o que significava, tinha um instinto perturbador e exatamente travesso que não a deixava ter um respiro psicológico  Em meio de todas as pequenas batalhas contra ela mesma, percebeu que o melhor era apenas entregar-se a seja lá o que viria pela frente.

Mesmo que fosse um poço de ciúmes de todos os olhares e tentações de proximidade. Sabia que poderia estar louca e realmente estava. Tirou essa fatídica conclusão quando Da Hee tocou o ombros direito de Moonbyul e sorriu vitoriosa com o feito, deslizou rapidamente até o cabelo liso e arroxeado da menor numa buscar por toque claramente visível, pensou Solar cruzando levemente seus braços contendo uma certa vontade de usá-los para outros fins. Para fins bem doloroso, contudo, para Da Hee. Sabia que Moonbyul era sensível na nuca e as mãos da mulher mais velha estavam praticamente ali, mas logo acalmaram-se no script, de onde nunca deviam ter saído.