Era uma vez um reino se recuperando de uma grande guerra. O Rei havia perdido sua esposa, mas não antes de ela lhe presentear com uma menina. Após sua morte, ele ficou consumido pelo medo de também perder a filha ou de que algum mal lhe fosse afligido por governantes vizinhos em busca de expandir seus próprios reinos. Certo dia, um homem pediu uma audiência com o Rei. Ajoelhado na sala do trono, ele se apresentou como o Cavaleiro Branco e explicou que, como a guerra havia acabado e era um guerreiro, agora estava sem trabalho. O Rei se interessou pela armadura branca quase cegante do cavaleiro, seu ar mágico fazia com que o Rei perguntasse constantemente sobre sua origem, mas o Cavaleiro não respondia. Ouvindo o Cavaleiro, o Rei ficou convencido de que era um homem forte e capaz. Pensando na proteção de seu reino e de sua filha, o Rei lhe ofereceu ouro para que pudesse comprar tudo que desejasse, mas o Cavaleiro recusou. O rei então lhe ofereceu terras para que pudesse prosperar por toda sua vida, e novamente a oferta foi recusada. O Rei, portanto, pensou e fez a seguinte proposta: "Proteja meu reino e minha filha de todo e qualquer mal. Caso cumpra sua missão, daqui a 20 anos terá a mão dela mão em casamento". E o Cavaleiro aceitou: "Enquanto eu viver, nenhum mal acontecerá ao seu reino e muito menos à sua filha." O Cavaleiro partiu em seu cavalo e nunca mais foi visto.
O reino estava próspero, os vinte anos combinados estavam quase chegando ao fim, nenhuma guerra tinha acontecido e a princesa estava bem. Após tanto tempo, os moradores do reino já não acreditavam na história do Cavaleiro Branco, acreditavam que era apenas mais uma lenda e não atribuíam o bem estar do reino a ele. Além disso, aqueles que acreditavam na lenda viravam motivo de zombaria.
Um desses incrédulos era um pequeno esquilo que vivia no castelo. Ele zombava da ingenuidade do cavaleiro:
"Foi tolo ao recusar o ouro,
foi tolo ao recusar as terras.
Quem trabalharia vinte anos
por uma promessa rasa dessas?"
Pensava que tal personagem incorruptível e desprovido de ganância não passava de uma tentativa barata de suprir os desejos de riqueza entre o povo comum.
O esquilo se utilizava de suas pequenas proporções para fazer trabalhos de espionagem para o paranóico Rei, mas apenas em troca de ouro e pegava apenas os trabalhos os quais tinha certeza de sucesso e com pagamento adiantado. Sem muitas escolhas e sentindo-se sempre na necessidade de saber se realmente não haviam planos contra seu reino, o Rei sempre consentia. Assim, o esquilo fazia sua fortuna com seu grande objetivo em mente: tornar-se o mais respeitado do reino.
Certo dia, um pequeno barco negro atracou nas docas, e, de dentro, saiu um bruxo. Ele perguntou aos marinheiros a direção do castelo; os homens apontaram a direção e disseram que ficava a dias de caminhada a pé. O bruxo apenas escutou e partiu sem agradecer ou olhar em seus olhos. Apesar da enorme distância, ele andou o caminho todo sem descansar um momento sequer, nunca tirando os olhos da direção indicada. Quando finalmente chegou ao castelo, sem esbanjar qualquer sinal de cansaço, o bruxo levantou suas mãos e paralisou todos os guardas. Ele abriu os grandes portões sem tocá-los e ao ter a atenção de todos anunciou:
"Venho de longe para suas terras dominar,
assim como as presas do leão governam a selva,
minha magia deve-lhes governar."
Que se apresentem seus mais poderosos guerreiros,

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O Cavaleiro Branco (🇧🇷)
خيال (فانتازيا)Todos no reino sabiam da história, poucos a tomavam por verdade. O Rei e o Cavaleiro haviam feito um acordo. O cavaleiro deveria proteger a princesa por 20 anos e teria a mão da mesma em casamento. Certo dia, quando um mal desconhecido cruza os mar...