dia 1

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O sinal tocou ecoando por todo o prédio, os estudantes se levantavam e arrumavam suas coisas com certa euforia, todos queriam sair de lá o mais rápido possível para aproveitar o final de semana.

Enquanto isso, Ben um jovem de dezoito anos foi o último a sair de sua classe, seu desânimo ao andar pelos corredores até a saída era evidente, ele odiava a faculdade, odiava todas aquelas pessoas e odiava seus pais pelas chantagens feitas a ele no ano anterior. Ainda se lembrava de quando seu pai o ameaçou dizendo que o expulsaria de casa e não o deixaria ver sua irmã caso ele não fosse para a faculdade de direito, então depois de uma grande discussão ele conseguiu negociar com seus pais, falou que se eles pagassem seu aluguel (pois o mesmo queria sair daquela casa o mais rápido possível) faria a faculdade que eles queriam, então assim o fizeram, Ben sabia que era seu futuro em jogo, mas também sabia que seus pais não o deixariam em paz até ele fazer suas vontades.
Naquele momento Ben estava à caminho de sua casa, ele estudava de manhã e ia para o trabalho a tarde, porém hoje estava de folga, seu trabalho era em um café chique chamado "joune's", ele gostava de seu emprego, pagavam bem e era simples, já que não precisava se preocupar com o aluguel o salário que ganhava era suficiente.
Enquanto caminhava pelas ruas notou que algumas pessoas estavam deixando suas casas, carros com pouca bagagem, as famílias saiam as presas e tinha certa dificuldade para andar na calçada por conta de todos que estavam caminhando, estranhou pois não era verão ou férias, mas decidiu ignorar. Ben morava em um prédio relativamente pequeno, haviam apenas cinco apartamentos lá dentro, mas eram espaçosos, ao chegar inseriu a senha em um painel e entrou pelo pequeno portão de ferro, não tinha espaço suficiente para estacionamento então o dono optou por colocar apenas um pequeno portão de entrada para pessoas, consequentemente a única gente que morava lá eram estudantes com dinheiro igual a ele, já que o local era perto da faculdade.

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Ben on

Estava dedilhando meu violão tentando criar um bom ritmo e anotando tudo na mesma folha em que eu havia escrito um refrão para quem sabe uma nova música, depois de um tempo consegui.

- E com o tempo as lembranças se perderam, restou de nós um romance passageiro... - bufei e com raiva guardei o violão- Grande merda - me deitei fechando os olhos, mas meu descanso foi interrompido pelo telefone

- Oi? Ben?? - era meu amigo Charlie, ele parecia aflito

- oi Charlie, aconteceu alguma coisa? - me levantei e liguei a TV

- Ben, você não viu os vídeos que tão mandando por ?? - murmurei um "não" - ah, vou te mandar os links e você depois...-

- Se for putaria eu te mato - ele ri um pouco do outro lado da linha - e é sobre??-

-...... Canibalismo - sinto uma leve tensão com o jeito que ele falou, quando eu abri a boca para responder ele me interrompeu - ben, coloca no jornal das 11 -

No mesmo momento pego o controle e troco o canal, havia um jornalista um pouco estranho e sua mão tremia segurando o microfone.

- nós estamos ao vivo aqui na praça principal da cidade, que se encontra vazia no momento. As autoridades nos aconselharam a permanecermos em casa e não nos preocuparmos. Neste momento são mais de 400 pessoas desaparecidas nos últimos dois dias... - o repórter para e encara algo que parecia estar atrás do câmera - Alan, atrás de você! - A câmera caí no chão e um terrível som é escutado -CORRE!! NÃO! AHHHHHH - A tela fica preta

- Mas que...- fico encarando a televisão por um tempo

- Ben?? A minha casa... É no centro...- Era Charlie - Pela janela, eu vendo o repórter, ele andando, parece que quebrou a perna... Algum imbecil atacou eles, acho melhor eu ajud-----

- não - desligo a tv - ele tá vivo? -

- O cara andando é óbvio que ele vivo, que pergunta idiota... Ah não, entendi, você de novo com esse papo de morto-vivo, é besteira cara esquece - ele parecia irritado

- eu... Não é isso, quer dizer, é mas não é... Aff esquece foi idiota mesmo, e já devem ter mandado uma ambulância pra ai relaxa, tenho que ir - vou até a janela para fechar

- Ok, se cuida Ben - ele desliga

Dou um longo suspiro e ainda com o celular na mão penso em ligar pra minha mãe, mas esses pensamentos desaparecem com o barulho do lado de fora.

- Aiiii, idiota - uma garota ria junto de um rapaz, tento focar minha visão para reconhecer quem eram eles

Courtney e David, meus vizinhos, suspiro novamente e começo a fechar a janela

- O babaca me mordeu - ele dá uma longa risada, ambos estavam claramente bêbados

Termino de fechar e arrumo a cortina, vou até a porta e a tranco melhor, me jogo na cama e olho o celular, tinha o contato escrito "mãe"

- bobagem - falo para mim mesmo e desligo o celular, lembro dos links mas decido não ver.

Realmente, deve ser bobagem, era só mais um doido atacando um repórter, sempre acontece isso, mas mesmo assim... Acho melhor não sair de casa amanhã.

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