Narrador on
Os primeiros raios de sol mal passavam pela cortina, mas isso fora o suficiente para acordar o jovem cujo o sono era mais leve que uma pena. Do lado de fora havia um silêncio um tanto suspeito, a cidade nunca fora silenciosa, pelo contrário, e isso fazia com que os de sono leve assim como Ben não conseguissem dormir direito. Enquanto escovava os dentes Ben pode notar a falta de luz, porém não era algo incomum já que o senhorio era bastante idoso e esquecia de pagar a conta as vezes. Então decidiu ir avisar o dono sobre o ocorrido enquanto comia algo. O senhor não morava muito longe, eram apenas cinco minutos de caminhada, em tão pouco tempo o que poderia acontecer? Foi isso que Ben pensava enquanto se vestia apropriadamente com uma calça jeans preta, uma camiseta cinza larga junto de uma também larga jaqueta estilo militar verde, arrumou seus cabelos platinados e colocou um antigo all star amarelo (sempre que era questionado sobre seu estilo Ben não poupava esforços na resposta, se tinha algo que o mesmo se orgulhava genuinamente era de suas roupas). Pronto para ir, caminhou até a porta com cuidado, a abriu olhando de um lado para o outro e saiu. Desceu as escadas rapidamente, não viu seus vizinhos ou qualquer pessoa por ali, mas pensou ser por conta do horário, era realmente cedo. Ben sequer sabia se o senhorio estava acordado, mas deduziu que a esposa dele estava. Ela era uma senhora muito simpática, e quase todo dia levava biscoitos bem cedo e deixava na recepção para qualquer um pegar.
Assim que pulou o muro observou por um tempo o quão vazia estava a rua, nem um som, mas ele pensou ser por causa do horário novamente, então começou a andar. Dois minutos depois um pouco longe avistou um prato quebrado e alguns biscoitos no chão, obviamente pensou se algo de ruim teria acontecido com a pobre senhora. Aquilo estava ficando cada vez mais assustador e quando iria dar meia volta, pela primeira vez naquele dia escutou um barulho, um som estrondoso vindo de seu prédio, ele correu até lá e viu um aglomerado de pessoas batendo contra o portão, nem o tinham visto ali.
- SOCOOOORRO!! - Era a voz de Courtney, então olhando melhor conseguiu ver a mesma rastejando em sua direção coberta de sangue, com marcas de mordidas por todo o corpo
- Courtney??? - Ben arregalou os olhos e foi tentar ajudar, foi quando todos o viram e foram em sua direção.
quando viu o rosto de cada uma daquelas pessoas, teve certeza de que não eram humanos, os olhos brancos e sem vida, o corpo pútrido em um tom esverdeado e o sangue em suas bocas...
Ben viu sua vizinha ser comida viva enquanto gritava por ajuda desesperadamente, ele travou, não pode ajudá-la, então se virou e fez a única coisa que poderia fazer, correu...
[°°°]
Ben nunca correra tanto em sua vida, muito menos sonhara que algum dia teria que encarnar o próprio Usain Bolt para fugir de criaturas mortas-vivas com uma fome insaciável de carne humana, mas alí estava.
- Merda… - disse pela terceira vez enquanto tocava seus joelhos com cautela, pois em alguns momentos de sua corrida desesperada Ben caia e se machucava.
Ao ouvir os aterrorizantes gemidos dos mortos-vivos do outro lado da porta o platinado se encolheu em um canto da pequena loja de esquina, enquanto esperava as criaturas passarem rezava internamente para que não o encontrassem. A porta estava trancada e bloqueada mas o medo era maior que a razão naquele momento.
Depois de talvez uma hora quando já não se ouvia mais os grunhidos Ben se levantou, seus joelhos ardiam um pouco mas não era grande coisa. Olhou em volta a procura de algo útil pois sabia que tentar voltar para o apartamento estava fora de cogitação e também tivera muito tempo para pensar sobre o ocorrido. Sua busca foi completamente interrompida com o som de algo ou alguém se chocando contra a porta, sem tempo até para pensar se escondeu atrás do balcão e segundos depois ouviu um estrondo ainda maior, a porta já devia estar em mil pedacinhos e todo seu trabalho para bloquear ela foi em vão.
- Tem que ser na cabeça - Era a voz de um homem, aparentemente o primeiro a entrar
- Eu já sabia - Outro homem falou com um tom irritado
- Parem com essa besteira e peguem tudo que conseguirem, acho que ninguém passou aqui antes... - Agora era um voz feminina, que foi logo seguida do som de latas sendo jogadas em talvez um carrinho
- A porta estava bloqueada por dentro... - O primeiro homem parecia desconfiado, algo que só deixou Ben mais ansioso
Precisara controlar sua euforia ao saber que tinham mais humanos vivos (não que ele pensasse ser a última pessoa normal mas não negaria que a ideia passara por sua mente), não sabia se eles eram bons o suficiente para ajudá-lo, ou maus o suficiente para matá-lo (enquanto refletia sobre todo o acontecimento chegou a conclusão de que histeria coletiva era muito provável de ter acontecido).
- Deve ter sido o dono, antes de fugir pela porta do fundos - Novamente era a voz da mulher, ela parecia calma de mais em relação a situação atual
Nada fora dito depois daquilo, apenas alguns murmúrios. Depois de poucos minutos o som dos passos foi para longe e Ben se permitiu respirar direito, logo depois se levantando e vendo o lugar vazio, levarão quase tudo e deixaram a porta estourada.
- Que deselegantes...- caminhou até um dos ganchos e pegou uma mochila preta comum. Passou pelas prateleiras pegando alguns enlatados que restaram, fitas adesivas (um dia assistira a um documentário sobre fitas adesivas e viu o quão era útil) e fósforos.
Foi até o congelador com esperança de achar pelo menos alguma garrafa de água, fez uma careta ao ver que estava completamente vazio. Passou por cima da porta com muito cuidado, tinha que ir a casa de seus pais e saber se eles estavam bem....
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Zumbie
RomanceEm meio a uma luta pela salvação um jovem tem que proteger sua irmã de terríveis criaturas que se alimentam de carne humana, tudo estava bem até um misterioso sobrevivente cruzar o caminho deles.