MINHA MÃE

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Eu sou o "MÁRCIO VAN-DUNEN", tenho 27 anos de idade, não sou rico nem tenho grande influência na sociedade, mas tenho um emprego estável e uma pequena empresa para ajudar nas despesas e garantir certa sustentabilidade para os meus filhos, tenho uma mulher que amo e ela me ama, resumindo ela me completa, temos um casal de filhos lindos e a minha família é muito unida; é isto que me torna feliz: saber que faço feliz aqueles que realmente me amam e tudo fariam para me ver bem.

Pode não ser muito para alguns mas, para mim é tudo; sabe o que é mais importante nisto? Conseguir meter um sorriso no rosto da minha mãe mesmo sem ela ter dentes limpos nem completos.

Minha mãe é de uma família pobre, cresceu numa zona suburbana e veio para a cidade aos 17 anos, em busca de melhores condições de vida; na altura, ela tinha apenas a sexta classe, um nível que no seu tempo lhe daria a chance de ocupar um cargo de chefia; não tardou, ela acabou conhecendo o meu pai; sua inteligência e beleza natural o encantou. Eles tinham 7 anos de diferença e meu pai já trabalhava e ostentava um status social respeitado.

Em pouco tempo de namoro, meu pai decidiu chegar à família da minha mãe para pedi-la em casamento, pois ela estava concebida de mim.

O meu avô materno não se fez presente. Então, o irmão mais velho da minha mãe veio representá-lo e por coincidência era colega de profissão do meu pai. Este por conhecer bem o meu pai e saber que era um homem responsável e trabalhador concordou com a união dos dois comigo no ventre... (rsrsrs)

Eu nasci no berço de ouro e meu pai me amava muito; tanto é que fui desmamado aos seis meses porque ele me levava consigo em viagens de serviço e férias.

Eles eram felizes, ele dava tudo a minha mãe, principalmente amor; ela não precisava mais trabalhar, para ser sincero, aparentemente não havia mesmo necessidade nenhuma.

Eu era o neto querido, o sobrinho querido, primo querido, amigo e o colega querido de todos. Era super bom, mesmo.

Anos se passaram, tive uma irmãzinha muito linda, inteligente mas também chata (rsrsrs). Passaram - se mais alguns anos e meus pais começaram a ter alguns conflitos que eu acho normal haver porque tiveram educação diferentes e teriam que brigar algumas vezes para se entenderem depois e se conhecerem melhor. Na verdade, eu acho que eles tiveram pouco tempo para se conhecer e minha mãe era muito nova; meu pai foi o primeiro homem da vida dela: era inesperiente e a sua união aconteceu muito rápido pois eles partilhavam um sentimento muito intenso e muito forte e tudo era bom demais pra ser verdade. Então, essas brigas foram aumentando até terminar em separação.

A separação deles é algo que eu acho que podia ser evitado, embora nem tenho porque dizer isso, pois não sei ao certo as reiais razões. Como primeiro filho talvez tenho o direito de saber, talvez não. Minha mãe só me diz que o pai não presta, alguns tios já quiseram me contar mas nunca aceitei porque apesar de saberem (se calhar), só os meus pais sabiam o que realmente aconteceu. O meu pai só dizia que era novo para entender estas coisas e que quando crescesse entenderia.

Depois da separação eu e minha irmã fomos morar com a mãe, num quarto que dividimos com cortinas para separar quarto, sala e cozinha. Ela viu que cometeu um erro em deixar de se formar nem se preocupar em arrumar um emprego logo, ela teve que se virar. Enquanto o processo do divórcio decorria, ela tornou-se numa empregada doméstica . No decorrer do processo, o tribunal obrigou que meu pai comprasse uma casa para mim e a minha irmã; ele comprou e lá fomos morar com a minha mãe. A casa era grande demais para nós, então a mãe cedeu uma parte para a renda; com a renda, ela deixou de ser empregada e deu continuidade à sua formação. Passaram poucos anos, ela terminou o ensino médio no PUNIV. A sua prima tinha direito à uma vaga de professora na educação e colocou a minha mãe, função que ela exerce até hoje.

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