Capítulo 1

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Fazia praticamente 2 anos que estava sem ele. Dois anos de noites de insônia ou com pesadelos me atormentando cada vez mais, e falta de apetite. Estava me acabando a cada dia que se passava, e não conseguia sair daquela letargia. Eu precisava acordar, precisava viver para a minha própria sanidade.

Estava perdido nesses pensamentos quando, Pedro surgiu com algo que mudaria minha vida.

A campainha toca e com pesar vou até a porta ver quem é. Vejo que é o meu amigo Pedro, abro e o mando entrar. Minha casa estava uma zona, caixa de pizza em qualquer parte do local, roupas espalhadas pelo chão. Vamos diretamente para o sofá, e falo para ele ficar a vontade.

- Como você está? - Diz e me olha com um ar de preocupação.

- Estou bem e você? - Forço meu melhor sorriso, mas ele sabe que não está fácil.

- Bem. Então, sei que você não tem vivido muito nesses últimos anos, dado a perda, mas você tem que acordar, tem que melhorar. Você sabe que Renan não ficaria feliz ao ver sua situação deplorável - meus olhos se enchem de lágrimas por apenas lembrar de seu rosto, mas não vou chorar agora, estou cansado de chorar.

-Claro que ele não gostaria, mas não mando na merda dos meus sentimentos - falo mais alto do que queria e ele fecha sua cara.

- Tá - me responde seco.

- Me desculpe, não quis gritar, isso ainda mexe muito comigo e não sei o que fazer. - Nessa hora ele diz que tem uma solução para isso.

- Solução? como assim? - Olho confuso.

- Sabe aquela editora em que trabalho? A Zaad? Então, eles estão contratando um capista profissional. Com meus contatos dentro da empresa, posso melhorar sua ficha lá e conseguir uma entrevista, mas o resto é com você! O que acha?

É claro que conheço a Zaad, é uma das maiores editoras do Brasil. Seria meu sonho trabalhar como capista nela, já trabalhei com autoras que hoje são publicadas por eles. Só a ideia de estar naquele lugar, meu ser se ilumina com a possibilidade.

- Amigo, será que consigo? Tenho um grande portfólio e tudo mais, mas não sei se tenho o talento para trabalhar lá. - Sinto um frio na barriga.

- Ei, deixa disso, você tem talento de sobra e com certeza vai conseguir algo. Mas você precisa tentar - meu amigo diz, com um sorriso no rosto tentando me animar.

- Mande um currículo para o email da empresa e também para o meu. Tentarei mandar direto para uma amiga do RH, ela é caidinha por mim. Coitada,, se soubesse que gosto da mesma fruta que ela... - ri, e dou uma risada também.

Continuamos a conversar por um tempo sobre o meu possível local de trabalho e sobre minha casa estar uma zona, quando ele decide ir para casa.

Logo após Pedro sair, encaminho um email para a editora com meu curriculo e outro para meu amigo, Já estou ansioso e isso está me matando. Para me aquietar, fui ao banheiro tomar um banho quente, relaxo um pouco, vou direto para o sofá, coloco minha série no momento, Black Lightning e peço um lanche. No outro dia recebo uma resposta da editora dizendo que minha entrevista está marcada para daqui 3 dias. Dou pulos de alegria, será que minha vida finalmente mudará para melhor?

3 dias depois

Já são 6 da manhã quando ouço o despertador tocar mais alto do que esperava, era o dia da temida entrevista, coço meus olhos e dou um bocejo demorado. Me levanto e coloco meus chinelos, vou diretamente para a cozinha colocar a máquina de café para funcionar, acho que vou precisar. Depois coloco a torradeira para funcionar e vou direto ao banheiro.

Chego ao banheiro para me preparar para a entrevista, tomo meu banho me sentindo um pouco renovado e quando saio debaixo do chuveiro, olho minha aparência no espelho.

Olá, você está horrível hoje – rio com meu pensamento e volto a me preparar, escovo os dentes, seco meu cabelo e vou me trocar. Escolho uma calça jeans preta, uma camiseta azul escura, que é a minha cor favorita, e um tênis escuro mais simples, para completar o meu look.

Volto a olhar no espelho antes de sair de casa e vejo que estou até apresentável para minha entrevista. Já que ouvi que o chefe é o demônio em pessoa e que odeia atrasos. Pego meu capacete na mesa e vou em direção a minha moto parada em frente de casa, indo em direção ao meu "talvez" futuro trabalho.

Quando chego lá, vejo o prédio com vidraças azuis de no mínimo 25 andares que me intimida um pouco, mas entro em segundos, indo direto a recepção dar o meu nome.

- Olá, Sou Daniel Viegas e vim fazer a entrevista. – A recepcionista era morena, com os cabelos todos cacheados, com um brilho incrível. Ela me olha e diz que se chama Cecília, mas que podia chamá-la de Ceci, e me entrega o crachá. Me instrui a apertar o botão vinte e seis, que era onde o escritório do dono da editora ficava.

Subo todo nervoso para conhecer finalmente o chefe demônio que Pedro me contou, e logo que o elevador abre, vi que tinha mais três candidatos na minha frente. A secretaria do dono editora, que se chamava Rafaela, me recepcionou e me fez sentar em uma cadeira ao lado dos demais. Logos após sentar, vejo uma moça saindo chorando de uma grande porta de vidro fumê. O que será que aconteceu lá dentro?

Era o último a ser entrevistado, já que cheguei quase em cima da hora. Meu nervosismo fazia com que o tempo passasse lentamente, minhas mão estavam suando, assim como meu corpo todo, estava tão ansioso que minhas pernas não paravam de tremer. Depois de esperar pelo que me pareceu horas, o último entrevistado sai assustado, e a secretaria diz meu nome e vou diretamente para a sala de vidro fumê. 

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