CONTO DE NATAL VIDAS PARALELAS
AUTORA: PATTY FREITAS
Jonathan
Olhar Sophie assim organizando as coisas para a ceia de natal enternecia meu coração. Era o primeiro natal que eu passava com a minha “família”. Não que os outros natais não tenham sido significativos, não. Minha mãe fazia questão de se superar a cada ano. Mas esse era o primeiro com a minha mulher e com meu filho que ela gerava em seu ventre. E por esses dois eu era capaz de fazer tudo.
Ela fez questão de fazer nossa ceia na nossa casa de praia, o mesmo lugar que fizemos nossos votos de casamento, dizia que aqui era um lugar mágico, o nosso lugar.
Também designei um verdadeiro batalhão para cuidar de tudo, não queria que Sophie se esforçasse, afinal estava no oitavo mês de gestação, todo cuidado era pouco.
Henry e Jéssica também estavam vindo para cear conosco, depois de tudo o que aconteceu nossas vidas ficaram entrelaçadas parasempre e eu descobri nele um verdadeiro irmão, o irmão que eu nunca tivera.
Sophie
Eu estava muito ansiosa, mas fiz questão de organizar nossa primeira ceia. Acordei um pouco indisposta, senti umas pontadas na barriga, mas devia ser a emoção e a responsabilidade de organizar tudo. Jonathan fez questão de contratar um verdadeiro exército para a realização das tarefas, cabendo a mim somente dar as ordens. Mas já que ele fez questão disso, vamos brincar de madame por um dia.
Depois de tudo organizado, procurei por Jonathan, precisava dele, antes que os convidados começassem a chegar. Porém antes deencontra-lo, senti seus olhos queimando minhas costas, e no momento que nossos olhos se cruzaram, o fogo da paixão que nos movia, que nos mantinha vivo nos tomou e Jonathan beijou-me intensamente, como se fosse a última vez que faríamos aquilo, como se nossas vidas disso dependesse, e de certa forma dependia.
E conduzidos por este fogo subimos ao nosso quarto, e ali entre as carícias ternas e os afagos tórridos me entreguei mais uma vez à Jonathan.
Deitada de costas com Jonathan acariciando meus cabelos, com beijos ardentes descendo pelo meu pescoço, pelas minhas costas,começou a explorar outras partes do meu corpo, e naquele momento com meu corpo febril me entreguei total e incondicionalmente ao meu homem, em um misto de dor e prazer arrebatador.
Jonathan
Quando os olhos de Sophie encontraram os meus, fui tomado por um fogo incontrolável, que só me restou tomar aquela mulher. Apesar de saber que eu tinha que cuidar da minha mulher e não deixar nada acontecer ao meu filho, beijei-a ardentemente conduzindo-a para o nosso quarto para mais uma vez fazê-la minha.
Mas a minha perdição mesmo foi vê-la deitada ali de costas, convidando-me a devorá-la como nunca antes eu fizera. Não pude resistir e com beijos lascivos desci do seu pescoço até suas costas, provando cada pedaço daquela mulher, da minha mulher. Não podendo mais me conter penetrei em seu ânus, com cuidado, mas com todo o tesão que me tomava naquele momento.
Adormecemos ali, extasiados pelo prazer. Nada poderia tirar de nós aquele momento de entrega total e incondicional. Essa mulher era a minha loucura, a minha cura, era tudo. E pensando bem eu não queria nunca mais me curar daquela loucura.
A CEIA DE NATAL
Sophie
Eu não tinha noção de que um amor transformava a vida de uma pessoa. Eu era de Jonathan, não porque ele me dominava, mas porque eu não queria ser de mais ninguém enquanto eu vivesse.
Os convidados estavam começando a chegar. Além de Henry e Jéssica que por fim acertaram-se, tio Jacob e tia Charlotte também estavam presentes. Meus sogros que desde que me casei me adotaram como filha também chegaram.
Estava tudo perfeito, mas de repente eu comeceia passar mal, e tive que me apoiar na primeira cadeira que encontrei. Logo senti quando Jonathan me levou até o sofá. E nesse momento percebi que sangrava, das minhas pernas escorriam sangue. Tudo aquilo que eu havia passado no cativeiro voltou a minha mente e eu não vi mais nada.
Jonathan
Ao perceber que Sophie não estava passando bem, corri a seu encontro, conduzindo-a a um lugar mais confortável. Mas quando percebi que ela estava sangrando, não pensei duas vezes corri para o carro e Henry já se posicionou na direção e seguimos ao hospital mais próximo.
Fiquei uns quarenta minutos andando de um lado ao outro daquele hospital, angustiado, sem notícias nenhuma. Não podia perder as razões da minha vida.
Quando o médico entrou pelo saguão do hospital eu o interpolei com tantas perguntas, que deixei-o atordoado.
_ Calma Sr Collins
_ Sra Sophie passa bem. E o menino, apesar de ser prematuro, requerendo alguns cuidados também passa bem.
_ Menino
_ O Sr disse um menino.
_ Sim, o Sr não sabia.
_Não, Sophie preferiu não saber.
_Quando posso vê-los
_Aguarde mais um pouco, eu lhe avisarei.
Quase uma hora depois o médico liberou minha entrada. Eu já não estava aguentando mais de ansiedade. Mas valeu a pena. A cena que eu vi ao entrar valeria eu esperar uma vida inteira.
Sophie estava recostada na cabeceira da cama com nosso filho nos braços, a prova viva do nosso amor, encantada, que nem notou a minha presença.
Eu cuidadosamente me aproximei da minha mulher e de meu filho, beijei delicadamente sua testa, e em seus ouvidos eu disse William Murphy Collins.
Sophie não conseguiu pronunciar uma só palavra, deixou escorrer de seus olhos uma lágrima e selou nosso amor com um beijo terno e apaixonado.