- Jeke. - Uma voz grossa e baixa soou do outro lado da porta.
- ...Hmm... - Jeke respondeu se virando na cama ainda grogue.
Girando a maçaneta com cuidado a porta foi aberta, revelando um homem alto o suficiente para ter que abaixar para entrar no quarto, o mesmo se aproximou da cama de Jeke com cuidado e se agachou ao lado dela.
- Jeke, já são 6h30. - O homem diz em um tom carinhoso enquanto acariciava o cabelo do menino.
Sentindo o toque acolhedor o fez abrir os olhos lentamente.
- Hm... - Jeke olhou para o homem ao seu lado, ainda cheio de sono reconheceu a figura. Ninguém menos que Danny. - Danny... o que foi...? - Perguntou se sentando na cama esfregando os olhos.
- Você tem aula hoje. - Danny bagunçou os cabelos do menor.
Danny é o mais velho da casa. (Não vamos comentar a idade verdadeira, é falta de respeito.) Sua aparência, cabelos castanhos, curto, em seu rosto ao lado esquerdo tem uma estrela preta tatuada, e uma cicatriz que passava por todo o seu rosto na horizontal um pouco acima do nariz.
Apesar de aparentar ser problema por causa de sua ferida e tatuagem, e também seu tamanho(quase 2 metros), Danniel é a pessoa mais doce do planeta, sempre com um sorriso no rosto muito caloroso. Ele literalmente, é um anjo.
Em suas costas, um par de asas esbanjando um branco tão puro que doía de ficar olhando, no topo de sua cabeça, uma auréola meio apagada, mas ainda radiante quebrada em duas partes flutuava girando eternamente. Sua pele macia exibia longas cicatrizes de muitos anos vividos, no entanto, ele não aparentava ter mais do que vinte e seis anos no máximo.
Jeke em contraste é um pequeno filhote de raposa demônio das neves ainda em crescimento, está com seus incríveis 16 anos, cabelos brancos, longo até o pescoço cobria também seus olhos deixando-o com um ar melancólico, com quase 1,65cm e notáveis 0 de motivação para interagir com os outros(AKA introvertido).
Sua espécie vive em baixas temperaturas em montanhas cobertas de neve, sua pelagem tão branca quanto a própria. Aos 3 anos de idade, Jeke foi deixado sozinho no mundo ao ter seus pais caçados por demônios de rankings superiores e por ironia do destino, foi encontrado por Jhonny (um demônio superior) enquanto o mesmo caçava seu jantar, a pobre criatura estava quase morrendo congelado e o homem o acolheu. Jhonny o levou para casa (um abrigo temporário em que ele e Danny estavam passando a noite) e o adotaram na família.
Jeke se levantou e Danny fez o mesmo, colocando os pés no chão gelado fez Jeke arrepiar e olhar para o chão em busca de sua pantufa. Com sua pantufa agora equipada, Jeke gentilmente pegou a mão de Danny e os dois saíram do quarto.
Com Jeke guiando o caminho logo chegaram na cozinha, o som de pratos batendo na mesa dava pra escutar de longe. Deixando Danny na cozinha e ignorando Jhonny que estava fazendo o café da manhã, Jeke foi para o banheiro se lavar.
- Quem sabe um dia Jhonny.- O anjo disse tentando amenizar a situação.
- Ah...- Com um suspiro cansado Jhonny se virou para Danny. - Não espero muita coisa hoje em dia.- Adicionou colocando os pratos com pão e manteiga na mesa.
Jhonny é o gêmeo mais novo, aparenta ter 25-26 anos, (obviamente ele não tem isso, mas falar sua idade real seria rude.)com 1,80cm por ai, pele morena combando com seus cabelos negros e brilhantes, seus olhos vermelhos como o sangue vibravam a cada movimento, a marca de sua família em cada olho quase como uma cicatriz, em seu nariz tinha uma cicatriz feita por seu irmão quando mais novo.
Em suas costas, um par de asas demoníacas e uma cauda extensa como um lagarto, em sua cabeça, um par de chifres negros pontiagudos com marcas que revelavam o perigo de mexer com ele.
Quando sentaram pra comer Jeke saiu do banheiro e se juntou a eles, um café quieto porém aconchegante, quando terminou, Jeke pegou sua mochila na sala e saiu se despedindo apenas de Danny.
- Tô indo Danny, até depois.- disse o menor fechando a porta e indo para o colégio.
Danny o despediu com um "tenha uma boa aula" e se levantou para ajudar Jhonny com a louça.
Não tinha muito com o que Danny podia ajudar na casa, por mais que quisesse, pois ele tinha um grande empecilho.
Danny é cego.
Depois de ajudar a por a louça na pia Danny se sentou a mesa de novo e começou a conversar com Jhonny.
- Que horas você sai do seu turno hoje?
Jhonny deu uma olhada no quadro na parede ao lado onde ele anotava seus horarios. - As 19h. - respondeu voltando sua atenção a louça suja.
- Ok. - Danny se levantou e foi em direção a sala. (Sim, ele sai trombando em tudo no caminho, mão na parede pra localizar!!)
Quando se sentou no sofá ele percebeu que não era o sofá, olhou pra trás e sentiu a presença de Chris.
- Oh... Oi Chris, desculpe, não sabia que você estava ai. - Danny se desculpou se preparando pra levantar.
Chris o abraçou por trás e enterrou a cabeça em seu pescoço respirando fundo. "Ah... revigorante." Chris pensou aliviado.
- Nada não, acabei de voltar de um trabalho cansativo e queria ver você...- colocou um biquinho na cara, que Danny não podia ver, mas sentiu em suas palavras seu tom de criança mimada e soltou um riso.
- Puff, você é grande mas age como uma criança carente Chris.- Danny disse segurando a risada.
Chris não se importava em ser chamado de criança, se ele recebesse atenção de Danny então ele seria uma criança pra sempre.
Chris é o gêmeo mais velho, e tirando sua estatura, ele era igualzinho ao Jhonny, o que o diferenciava era seus chifres curvados(tipo carneirinho). Chris é tão grande quanto Danny, então ele deve passar fácil a casa dos 2 metros. Em seu rosto uma enorme cicatriz foi deixada por Jhonny quando mais novo, em seu olho esquerdo 3 marcas de garras seguiam da sobrancelha até o nariz. Mas não se engane com suas palavras, sua personalidade é horrível, cruel e antipática, somente abrindo seu coração pra sua família (Danny especificamente).
Ao terminar de limpar a cozinha Jhonny secou as mãos e foi em direção a sala, se deparando com a cena.
- Chris, eu já não disse pra você não chegar perto do meu Danny? - Com uma voz demoníaca Jhonny o ameaçou entrando em modo de combate, seus cabelos ficaram brancos, seus olhos com fogo e sede de sangue gritavam em direção ao irmão.
Chris, que não deixava uma oportunidade passar também entrou em modo de combate com os olhos fixados no irmão, mas ainda com Danny nos braços, sorrindo esperando o ataque.
Ataque que nunca veio porque Danny os separou como sempre.
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As 10h Jhonny saiu para trabalhar, por incrível que pareça, ele é um chef de cozinha, com diploma e tudo.
Danny por outro lado trabalhava apenas as terças e quintas em uma creche, ele contava histórias para as crianças e cuidava delas. As crianças o amavam e eram muito carinhosas com ele, e Danny obviamente as retribuía com a mesma intensidade. Os professores e funcionários eram muito gentis e sempre ajudavam Danny com sua deficiência e o acolhiam calorosamente.
Claro ninguém sabia de suas formas originais, uma vez fora de casa, eles colocavam aparência humana e mesclavam na multidão, vivendo harmoniosamente entre eles.
