Motives

Capítulo 1

Bonnie podia ouvir os espíritos fluindo héticamente ao seu redor. Seus gritos agudos e seus assobios violentos ecoaram entre as finas paredes de madeira ao seu redor, tornando o barulho ainda mais estonteante.

A linha Bennett foi manchada!

Um descendente foi transformado!

Bonnie ignorou seus gritos teimosamente e continuou a procurar calmamente através dos armários mofados, ocasionalmente acendendo as velas que um de seus ancestrais soprou vingativamente para provocá-la. Ela fez uma careta para a quantidade de poeira em que tudo estava coberto e olhou para seu par de jeans com pesar. Seriam eles que pagariam o preço por isso.

Bonnie sabia que era um tiro no escuro procurar grimórios perdidos na própria casa que foi construída para massacrar bruxas, mas o céu sabe que ela seguiu trilhas mais vagas. Ela sabia que as bruxas da época carregavam seus livros de feitiços por toda parte, seus gramas lhe diziam isso, então era natural que eles os tivessem com eles quando fossem capturados. Talvez as bruxas tivessem conseguido esconder seus grimórios em algum lugar antes de serem assassinados pelos caçadores de bruxas.

Sim, é isso que eu chamo de tiro no escuro, Bonnie pensou e suspirou, passando uma mão empoeirada pelo cabelo escuro, cansada. Seria uma noite infernal.

Três horas e inúmeras maldições depois, ela desistiu. Ela procurou em todos os armários, verificou cada gaveta e vasculhou todas as estantes, sem resultado. A única coisa que ela achou que parecia um livro era uma brochura feia elogiando o sexo seguro (Bonnie nem queria saber). Ela estava cansada e suja e queria ir para casa. Em casa, em sua própria cama quente com seus lençóis infantis de cavalo, não no sofá de Abby com os tapetes grossos e o travesseiro macio demais. Mas ela sabia que estaria dirigindo as três horas para a Abby's, já que havia algo que ela não encontraria em casa: companhia. Seu pai estava em uma viagem de negócios, como sempre, e mesmo que fosse confortável ficar no Abby's com Jamie, era melhor ficar sozinho.

Jamie era surpreendentemente fácil de se considerar. Ele não se importava que ela estivesse caindo no sofá e impedindo-o de assistir TV à noite, ele nem parecia culpá-la por todas as coisas com Abby, às quais Bonnie sabia que ele tinha todo o direito. Ela sabia que deveria pedir desculpas por permitir que seu tutor - e mais ou menos mãe - se transformasse em vampiro, por deixá-la dar uma mordida nele e por deixá-la sair com ele (a última coisa foi principalmente culpa de Caroline, mas não teria acontecido se Bonnie não a tivesse levado para Mystic Falls), mas ela nunca conseguiu encontrar as palavras. Seria apenas estranho e, francamente, Bonnie temia que isso acabasse com ele a expulsando, e Bonnie realmente não queria ir para casa tranquila.

Ela decidiu sair, ela tinha o suficiente deste lugar para durar uma vida.

Lá fora, tudo era estranhamente sereno por ser Mystic Falls. Bonnie observou o céu estrelado e a meia-lua gigante enquanto brincava com as chaves do carro distraidamente. Uma coruja solitária piou em uma árvore próxima e a observou descuidadamente com penetrantes olhos amarelos; os animais haviam parado de ter medo dela há muito tempo. Os animais sentem o vínculo que você compartilha com a natureza, explicaram seus gramas uma vez quando ela perguntou sobre isso.

Seu Toyota Prius azul estava estacionado ordenadamente onde ela o deixara e tocou familiarmente quando ela destrancou a porta. A pequena lâmpada no teto acendeu quando ela se sentou atrás do volante e apertou o cinto de segurança. Ela colocou as chaves no buraco da fechadura e virou-as.

"Olá."

Ela gritou instintivamente, e se o cinto de segurança não a mantivesse no lugar, ela provavelmente teria saltado alguns centímetros no ar. Seu coração estava acelerado no peito, e seu pulso era de maratonista. No brilho da lâmpada, Bonnie podia ver o contorno de um homem sentado no banco do passageiro.