Correntes do Inferno

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— Por que isso tinha que acontecer justo agora? Tudo está de mal a pior! — repetia a moça com o pequeno teste de gravidez em mãos, em desespero.

Tudo vinha como uma montanha russa, uma bola de neve de consequências inegáveis e repetitivas que cada vez mais afundava a pobre moça na solidão e na angústia. Sua clara depressão já era gravemente um problema, perder a mãe, não ter contato com o pai, e a criança agora.

E então, os dias foram se passando com aquela pequena criatura que morava dentro da mulher.

A dúvida e receio eram constantes, não tinha a quem correr, o medo era nítido de contar para o "namorado" e ainda maior em não saber o que fazer com o pequeno feto, que à acompanhava .

Um uma bela noite com estrelas radiantes, a moça, ao sair de seu trabalho em uma cafeteria notou algo de estranho que estava ocorrendo.

Os passos eram acelerados junto de seu coração que, a cada segundo, se tornava mais profundo e ofegante. Não aguentava o próprio peso por conta da barriga e isso dificultava mais para que a mesma corresse. Se cansando rápido e parando na rua mal iluminada.

Podia se ouvir uma respiração, mas não era ofegante e claramente não era dela.

O cheiro de ferrugem invadiu o ar, como sangue.

E ali, ela sabia que estava perdida...
ou...

salva!