Riso Irresistível

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5º Capítulo

POV Exubakira

Permanecemos no carro da Titia Quistal e ficámos esperando alguém vir. Eles entraram a correr na casa, nem deu tempo de falarmos.

— O que eles tão fazendo?
— Não sei, mas eu vou descoblil. – Esgueiro-me até o banco da frente e abro as portas para assim podermos sair do carro. – Vem mana.
Entramos na casa que tinha a porta aberta e seguimos o som de alguns murmúrios.
— Não fecha os olhos... Fica comigo. Vai ficar tudo bem. – Ouvia-se uma voz familiar se pronunciar entre soluços.
— Titio? – Entramos numa sala de brinquedos em que a Titia Quistal estava no chão, bem na frente de um armário alto e o Titio e a pilma Mel estavam sentados ao lado dela.
— Vocês deviam ter ficado no carro.
— Não, o que tá acontecendo com a Titia Quistal?
— Ela... Teve uma dor e desmaiou.

Titio pensava que nos enganava, mas eram óbvias as gotas de sangue na alcatifa do quarto e nas costas da Titia.
Nós não íamos discutir o assunto agora, Konshe tratou de ligar para o samu e eu tentei acalmar o Teddy.
Ninguém atendeu o chamado por isso tivemos de correr para o Hospital o mais rápido possível.

POV Teddy

Quando vi a Cristal no chão o meu mundo desabou por completo. Nossa filha estava ali escondida e a encontrei depois dentro de um armário, Cristal tinha sido baleada nas costas e ninguém respondia no Radinho. Konsheleva e Exubakira encontraram-nos e me ajudaram a levar a Cristal para o hospital.
O corpo do homem que eu abati minutos antes já não estava no chão da cozinha, mas eu não me importei muito naquele momento.
Entrámos de roupante pelo Hospital a dentro pedindo ajuda e no momento vários funcionários vieram até nós levando a Cristal de mim.
Ficámos horas e horas à espera de notícias que nunca mais vinham.

— Titio, nós estamos com sono. – Konsheleva e Exubakira me chamaram.
— Ah, me desculpem.
Eu levei as gémeas em casa e as deixei na porta esperando seus pais abrirem.
— Depois nos dá notícias da Titia louca.
— E se tivel tliste nós podemos ganha dinheilo dos tlouxa pala você. – Konshe completou.

Me despedi e fui até ao Hospital, estava muito tarde e eu não tinha avisado ninguém sobre o que aconteceu, mas devido à hora que já está acho melhor contar amanhã.
Eu sentei-me no banco de espera do Hospital, exatamente onde me tinha sentado anteriormente, enquanto pensava apenas na Cristal.
Estava quase a adormecer quando vejo um Doutor se aproximar de mim.

— É o acompanhante de Cristal Giorno?
—Sim, sou eu.
— Peço que me acompanhe. – Vou atrás do Doutor até à entrada de uma sala, a sala que penso ser a da Cristal. – Ela está bem, levou um tiro entre o esterno e as costelas, podia ser pior, mas graças à pouca profundidade que a bala atingiu vai ficar tudo bem. Por agora só tem de descansar.
— Posso vê-la?
— O tempo das visitas já acabou. Mas talvez se você for cuidadoso ninguém o irá ver.

Assenti, entrei no quarto e a vi. Inconsciente na cama de hospital. Ela parecia bem. Cheguei-me até a sua testa e beijei-a logo depois me sento ao lado da cama.

1 Dia Depois

Acordei no quarto de Hospital e senti algo tocar nas minhas mãos, acariciando-as. Logo, olhei para cima e vi Cristal sorrindo.
— Bom dia, meu amor. – Ela continuava sorrindo fraco.
A abraço rápido, mas com cuidado para não a magoar e lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.
— Você finalmente acordou.
— O que aconteceu? – Ela pergunta ao quebrar-mos o abraço.
Expliquei-lhe e logo ela mudou a expressão sorridente para uma de preocupação até ver Mel.
— Bom dia, Mel. – Ela sorria para a criança e brincava com ela. – Tu estás bem bebezinha? Não estás ferida? – Ela falava doce com Melissa mesmo sabendo que a criança não lhe iria responder.
— Ela ficou dentro do armário do quarto.
— Eu deixei-a lá?
— Sim. – Cristal olhou triste para a criança, talvez se sentindo mal com o que eu disse.

Levantei e avisei que iria buscar uma bebida para mim, peguei um café e voltei ao quarto ficando à porta ouvindo Cristal.

— Me desculpa ter-te deixado naquele armário e ter levado o tiro. Eu devia estar preparada, se não fosse o seu papai eu não sei o que teria acontecido. Só de pensar que a minha bebezinha se podia magoar. – Ela abraça a Melzinha e depois uma pequena lágrima emerge em seu rosto escorrendo pelo mesmo. – Eu te amo muito, mas muito mesmo. – Ela dá beijos na testa de Mel enquanto a mesma brinca com a cara de Cristal e ri, aquele riso de bebé irresistível, fazendo Cristal rir junto.

Quando entro no quarto Cristal tenta disfarçar o choro tapando um pouco a cara.

— Irresistível não é? – Sorrio entrando no quarto e apreciando a cena.
— A vontade de guardar num potinho e proteger de tudo só aumenta. – Ela abraça Mel devagar e eu sorrio ainda mais. – Já sabe quando eu vou sair daqui?
— Não, mas posso ir perguntar.

Saio do quarto denovo procurando um médico e perguntando sobre a alta da minha mulher, o acompanhei e ele explicou-me tudo, assinou um papel de alta e disse que já podia ir para casa, em repouso claro.

Voltei ao quarto onde Mel e Cristal estavam adormecidas, apegadas uma à outra. Uma cena linda com toda a certeza.
Não queria nada ter de acordá-las, mas eu queria ir para casa e com certeza elas também.

POV Cristal

Eu recebi alta e fomos para o Hotel, não tínhamos a certeza de que o MC e a Vinícola eram mais seguros. Avisei as meninas do acontecido e assegurei-lhes de que estava tudo bem e deveriam ter cuidado, tratei das minhas higienes, estava cheia de dores nas costas, mas isso era normal para quem levou um tiro há cerca de 1 dia atrás.
Não tinha sono por isso fiquei com a Mel à espera que o Teddy volta-se da Vinícola com algumas roupas, as papas da Mel, materiais de higiene, enfim, tudo o que precisávamos.

— Tu quer brincar Melzinha? – Digo ao perceber que Mel queria brincar de esconde-esconde. E escondo minha cara. – Cucu!
— Blublu. – Ela diz e ri.
— Não, é cucu! – Junto-me ao riso.
— Blublu.
— Blublu então. Um dia vais chegar lá. – Sacodo a cabeça negativamente rindo e Mel me acompanha com o riso fofo dela.
— Tetty, Tetty. – Ela olha para trás de mim, mas não ligo.
— Tu só não diz Cristal, meu amor, assim machuca os sentimentos da mamãe. – Digo fingindo choro e ela me abraça continuando a olhar para trás.
— E depois o drama vem da minha parte. – Ouço uma voz familiar dizer e um riso, volto-me para trás e vejo Teddy.
— Tetty, Tetty. – Mel diz apontando para Teddy.
— Há quanto tempo tu tá aí?
— Algum. – Ele aproxima-se de mim e sela os nossos lábios.
— O drama vem sim da tua parte, tu que é papai dela.
— E tu é a mamãe.

Ele entra no banheiro e eu fico pensando. Amo quando o Teddy me faz sentir a verdadeira mamãe da Melissa, ele claramente sabe que não sou mas isso não importa de todo.
Visto o pijama à Mel. Um babygrow de cor ametista. Deito na cama e a Mel deita-se no meio da cama junto comigo, faço caretas e ela logo tem um ataque de risos. Eu não aguentava aqueles risos fofos. Uns minutos depois Teddy junta-se a nós, deita-se do lado da Mel e trocamos olhares e sorrisos ao ver Mel esticada entre nós, se babando durante o sono. Teddy segura a minha mão e eu seguro a sua e adormecemos.

><

Eu queria agradecer pelos 1,2k de leituras.
Obrigada pelo apoio e espero que estejam gostando da fic, ela tá meio parada agora, mas eu vou começar a postar mais.
Larinha.

O Motivo Do Meu Sorriso Bobo •PARADA•Onde histórias criam vida. Descubra agora