✿ Capítulo 2 ✿

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— Então você afofa bem o solo em que você deseja plantar. — Joana amaciou com os dedos um pouco de terra dentro de um potinho preto com quatro furinhos no fundo. — Você vai perceber que é essencial para o enraizamento.

Ela segurou a plantinha com cautela e gentilmente enfiou a mudinha dentro da terra. Olhou para a mulher, para certificar-se de que ela estava prestando atenção em suas orientações.

— É bom você usar um substrato de qualidade que não esteja contaminado, pois assim, evita que ervas daninha cresçam novamente, certo? — A florista colocou o vasinho sobre o balcão, com um sorriso exuberante enquanto observava a amiga de longa data recolher seus pertences.

— Entendido! Porém, eu já estou atrasada e a parte da adubação ficará para outra hora!

Após se despedir, Joana observou a jovem caminhar em direção à saída. Depois, voltando seus olhos para uma das plantas secas no vaso que a amiga tinha levado em busca de socorro, não se conteve.

— Ah, Camila! — chamou afoita e a moça se virou. — Conselho de amiga, por favor, evite deixar a terra dura — ambas sorriram, sabendo da falta de prática que Camila tinha com jardinagem —, pois isso inibe o crescimento das raízes da sua planta.

— Tudo bem! Mais alguma coisa, Joaninha de jardim? — Camila indagou e Joana semicerrou os olhos enquanto a provocação surgia efeito. Mas logo um sorriso atrevido enfeitou sua face.

— O que eu disse para você fazer com as suas suculentas que estão em casa, Cami? — Arqueou as sobrancelhas desafiando-a.

Com os olhos arregalados por ter sido pega, Camila balançou a cabeça em negativa, enquanto Joana gargalhava por conseguir o resultado desejado. Ela levantou as mãos para cima, rendendo-se, e acompanhou as risadas que ecoavam pelo cômodo. As duas eram amigas de infância,  e já haviam dado muitas risadas juntas, mas cada momento era tão único e gratificante para elas.

— Vamos lá, Cami, não é tão difícil. Veja, você deve regar com cuidado, mas não todo dia, ou você vai afogar sua plantinha. — Joana disse e a amiga compreendeu a indireta. — Uma dica é você analisar o estado da terra. Se estiver seca, é porque precisa molhar, se estiver úmida, não é o momento ainda — ressaltou. — E não, não a deixe ensopada crendo que ela gosta de nadar. Nosso objetivo não é uma sopa de suculentas — completou sorrindo e cheia de profissionalismo.

— Você gosta mesmo disso aqui, não é? — Camila observou a floricultura, sem imaginar as recentes dificuldades da amiga, todo o espaço cuidadosamente pensado para compor um ambiente aconchegante. — Seus olhos brilham e você se empolga quando está falando de flores, Joaninha.

A amiga se maravilhava pela forma que Joana exercia sua profissão com maestria. Retornando seu caminho de volta a saída, despediu-se recebendo um longo beijo jogado pelas mãos da florista.

— Vou mandar uma mensagem com todas as dicas para você não se esquecer de nenhuma — declarou Joana enquanto a amiga fechava a porta.

O sol estava quente e o ar bem abafado, possivelmente choveria naquela noite. Joana ainda não havia falado com Carmen depois da visita do dia anterior e sabia que o silêncio e D. Carmen não combinavam. Pegou o celular no bolso dianteiro da jardineira floral que usava, decidida a ligar para a querida senhora.

"Blin! Blin!"

No entanto, seu plano não foi bem sucedido ao ouvir a campainha da loja anunciar a entrada de um novo cliente.

— Com licença, moça — disse a pessoa enquanto entrava deixando a porta aberta.

Joana estranhou não ter reconhecido a voz masculina, guardou o celular e foi ao encontro do desconhecido.

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⏰ Última atualização: Mar 30 ⏰

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