O Momento II

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O corpo não quer calar, ele se manifesta de tanta vontade de abraçar
um outro corpo, acho que a Física entenderia muito bem do que estou a
falar, mas a vontade humana está longe de entender a atracção de dois
corpos porque nos dias de hoje só se fala de repulsão, não importa se
são corpos iguais ou diferentes, talvez uma explosão num laboratório explicaria, mas nem Newton se sentiria bem ao não pôr em prática a sua
lei.

Ainda sinto o cheiro das pétalas, o cheiro do campo e a brisa do amanhacer do Lubango, o que mais encanta são as curvas dela, sim, as
curvas da Serra da Leba, mas ela fica brava que nem as águas da Fenda da Tundavala, se não dependesse do teu Pai Angola casaria contigo minha bela Huíla.


Não quero saber se vais demorar quanto tempo para aceitar esse cartão
perfumado que mandei faz quatro dias, estou preocupado com as rosas que estão a murchar por falta do teu amor e sou demasiado espinhos para as tuas rosas, faz um favor, vou mandar outras rosas sem a tua autorização mas essas serão para se despedir de ti.

Deveria levar para si as flores mais linda do mundo acompanhado de um
cartão perfumado porque tu és a rosa mais linda desse jardim cheio de
defeitos.


Tu és a mulher que quero para o resto da vida, ter filhos, construir família, mim ensina a te amar a cada dia que passa, mim ensina a te fazer sorrir
ainda mais, eu sou um monstro que precisa da sua bela.


Tenho errado e muito, e me sinto tão péssimo tu tens toda razão em não
querer voltar a sorrir porque só tenho dado mais tristezas do que amor,
mas deixa voltar a tentar.




É duro saber que já não sentes mais nada, que já não consegues sorrir
com as minhas piadas, o conflito se tornou o nosso ar, aqui nós já não falamos o quanto é lindo olhar para um dos dois, por um erro, por uma decisão, deixámos simplesmente tudo em pause, e estragou tudo.

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