O CORAÇÃO DE VIDRO

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     Com o despertar da Dama Ruiva, na escuridão, mas profunda da terra era se possível escutar barulhos de correntes que pareciam se arrastar e se bater uma nas outras. De dentro dessa escuridão densa era possível ver um gigante coletando pedaços de vidro jogados ao chão.

    Havia lendas que diziam que esse gigante adormecido e acorrentado desprovido agora de quaisquer pensamentos humanos haviam sido um dos homens que mais se dedicará a DAMA RUIVA, com a morte da Dama ruiva o cavaleiro foi até o inferno e fez um pacto por sua lealdade e amor a rainha.
Dizem ainda que seu último suspiro de vida havia sido em consequência de ter acorrentado seu coração junto ao inferno prometendo que jamais amaria ou seria devoto a qualquer outra Rainha.

    Após o despertar de sua rainha, seu fiel cavaleiro despertou, foi possível ver seu corpo coberto por correntes amaldiçoadas e em volta de seu corpo podiam ser vistos cacos de vidro, que junto de sua maldição e pacto com o inferno faziam parte de sua alma.
Ao acordar ele colocou seus cacos em sua armadura e escudo fazendo assim sua alma refletir  como um espelho toda a face da Dama Ruiva.
E seu ódio por ter perdido sua rainha foi manifestado em uma aura negra e seus olhos se tornaram escalates, já sua devoção haviam despertado de uma maneira tão intensa que fez seu corpo emanar seus sentimentos mais profanos como criaturas, capazes de rasgar até mesmo deuses.
Seu grito de agonia enquanto seus sentimentos tomavam formas corpóreas podia ser ouvido de todos os reinos, não era possível saber se seus gritos eram de dor ou se eram gritos de agonia, mas qualquer um que os escutasse sentia em seu espírito agonia e temor.

     De dentro de seu corpo começaram a sair criaturas que ao serem unidas ao seu portador novamente o fariam destrutivo.
A primeira criatura a sair parecia um demônio envolvido em chamas, seu rosto lembrava a de um cachorro com raiva e babava lava pelas suas duas bocas.
Já o segundo a sair de seu corpo tinha a aparência mais humanoide, mas mesmo assim de sua áurea vibrava uma loucura capaz de afetar a qualquer um com seu olhar.
A terceira criatura ao emergir do lorde de vidro foi um ser com muitos rostos e todos eles choravam, suas lágrimas eram ácidas e mesmo sua pele se corroendo ela era capaz de se restaurar imediatamente.
A quarta criatura era tão bela que se podia sentir medo apenas em olhar em seus olhos, eles eram feitos de crânios e sua pele completamente branca.
O último ser a sair foi algo incapaz de se ver sua forma, ela era feita de uma névoa tão escura quanto o próprio véu do espaço, era se capaz de ouvir vozes inaudíveis saindo de dentro de tal névoa e seu poder era tamanho que ao sair do corpo do lorde de vidro foi capaz de ver sua aparência pura novamente.

     Seus cabelos eram pretos com luzes naturais que cintilavam ao rebater as luzes das chamas que cercavam o mundo, seu corpo era magro e apresentava os ossos da clavícula a mostra, sua pele era branca, mas parecia queimada pela neve do reino do qual habitava antes de se tornar um renascido. Seu rosto era liso e aparentava ter uma idade jovem apesar de se saber que sua idade era mais de 250 séculos, empunhava uma espada que sua empunhadura era negra e sua lâmina prateada, onde os fios de corte eram carmesim.
Já em seu manto de guerra era possível ver DARIVA, um nome que era dado aos guerreiros que haviam sido abençoados pela própria Dama Ruiva, e um brasão com a cabeça de três dragões ao qual representavam os três cavaleiros púrpura que protegiam a rainha, tendo apenas restado Ivad, um dos três guerreiros.

     Após apresentar sua forma pura e ainda com correntes em seu corpo, entrou em posição de batalha e agora seguia uma jornada em busca de seu coração acorrentado ao inferno e assim podendo ir de encontro com sua amada Rainha.
Suas criaturas o seguiam fazendo qualquer um que entrasse em seu caminho ser aniquilado instantaneamente.
Mas sua jornada seria uma das mais árduas, mesmo para um lorde, pois com seu levantar um novo lorde também havia de ser renascido.

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