Capitulo 3

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Depois que saí da sala da Madre resolvi dar uma volta para tentar ordenar todos os pensamentos agora soltos em minha cabeça. Estava nublado e agora o dia tinha ganhado um ar melancólico, eu sei melhor que ninguém que a condição de Nimui não é boa mas prometemos uma a outra que um dia iríamos a Cramme para curá-la. Não posso desistir só porque a Madre me disse que não sirvo para isto.
Eu preciso curá-la .. eu preciso ..

não me dando conta antes percebo que acabei por andar demais chegando próximo aos limites do internato, decidi voltar antes que dessem por falta .

*
- Alessa onde você estava todo esse tempo ?

- estive caminhando um pouco .. pegando um ar

- bom vejo que já " pegou seu ar" agora temos trabalho, vamos temos que buscar lenha a noite promete ser fria .

- a sim vamos

enquanto andávamos em direção a pilha de lenhas que ficava disposta nos fundos do internato me perdia novamente em pensamentos, eu preciso ir a Cramme, só lá terei chances de descobrir porque nos colocaram aqui e porque .. porque não me deixam falar sobre as vozes. Preciso encontrar o Sr. Dominic .. só ele pode me dizer o que realmente aconteceu aquele dia .

- aconteceu algo Alessa ? você parece tão dispersa ..

- a não é nada eu só .. só .. só estava pensando que quero um vestido novo.

- a bom eu posso falar com a irmã Amélia para fazermos um o que acha ?

- sim sim então vamos logo levar a lenha e então falamos com ela .

- vamos !

Depois de pôr toda a lenha para dentro deixo Nimui junta a Amy na cozinha e dou a desculpa de q preciso ir ao banheiro para sair .

Enquanto caminho pelos corredores frios sinto o olhar de alguém sobre mim .. alguém .. ou algo, mas dessa vez sinto uma aura assassina e um arrepio me sobe a espinha nunca havia sentido um medo como o daquele instante. Instintivamente ponho-me a correr sem destino tentando apenas fugir de algo que nem ao menos tinha certeza que me perseguia e novamente as vozes aquelas malditas vozes voltam para me atormentar, cubro meus ouvidos com as mãos e fecho meus olhos tentando não escutar o que me diziam ou ver algo que me assustaria mais do que já estava .

- porque foge garotinha

- você não nos reconhece ?

- não se lembra de nós ? mas que maldade

- me deixem em paz ! - eu gritava já desesperada por sentir que aquilo se aproximava mais de mim - me deixem em paz ! me deixem em paz ! por favor me deixem em paz !

- Alessa ! se acalme o que aconteceu porque está gritando assim ?

- irmã Amélia !

No mesmo instante em que ouvi a voz de Amélia a me chamar as vozes cessaram e a presença desapareceu e então permito que minhas pernas fraquejem e eu caia no chão a chorar e tremer

- meu Deus Alessa me diga o que aconteceu para você estar assim estou ficando preocupada !

- me desculpe irmã Amélia me desculpe - disse em meio as lágrimas

- santo Deus mas porque se desculpa ? você não fez nada meu amor agora me diga vamos o que aconteceu com você ?

- me desculpe mas eu não posso lhe contar você .. você não acreditaria muito menos entenderia

falei mais calma por me sentir segura com sua presença e ali lembro-me que Madre Evanora havia me dito para procurá-la no mesmo instante que escutasse as vozes novamente .

- ora essa não vamos saber se vc não me contar não é, mas por hora precisamos que você se acalme levante-se eu a levarei a cozinha e farei para você um chá para que se acalme e me conte o que aconteceu

- não não precisa se preocupar Amélia está tudo bem eu só .. eu preciso ver a Madre Evanora.

levantei me rapidamente, limpei as lágrimas que ainda escorriam por meu rosto tentando mostrar que estava tudo bem mesmo sabendo que não está .

- mas nesse estado ? vamos comigo depois que estiver mais calma você vai tenho certeza que Madre Evanora entenderá se lhe explicar

- eu realmente preciso vê-la agora Amélia

- tem certeza ? é assim tão urgente ?

- sim Amélia

- bem entao quer que eu a acompanhe ?

- não precisa se preocupar eu estou bem .

- então tome cuidado Alessa sabe que se precisar estarei aqui .

- obrigada irmã Amélia.


Assim que me despedi de Amélia voltei o mais rápido que pude para encontrar a Madre Evanora. Não suporto mais todo esse silêncio, não suporto mais ser a única a não saber o que são essas malditas vozes e porque me atormentam. Eu preciso de respostas e irei aonde for para conseguir.

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O vilarejo de CrammeOnde histórias criam vida. Descubra agora