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Os dias de passavam já não se conseguia ver os vizinhos, só se ouvia a sirene da ambulância, a sirene de polícia, mas não som de humano, gritos, palavrões, gargalhadas, não se ouvia som de carro, de moto, de nada.

Por falta de audiência ou algo parecido, as emissoras tentavam disfarçar as notícias, mostravam programas humorísticos, filmes motivadores, na rádio as igrejas evangélicas eram as protagonistas, a internet aos poucos passava a não deixar rastros de notícias, a intenção era o povo não saber o que realmente acontecia.

Eu olhava pela janela e já não via mais ninguém, por três dias seguidos fui ao mercado, fiz compras monstruosas, era terrível ver que a cidade estava vazia, um silêncio gritava em meu ouvido.

Mais alguns meses e já não era mais o som de sirene que se ouvi, era o som de pneu do único carro que desfilava no asfalto solitário. Era o negro e perverso carro funerário.

A ERA DA PANDEMIAOnde histórias criam vida. Descubra agora